Capítulo 03 - Manuela

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Que dor de cabeça! Essa enxaqueca tem acabado comigo, nem mesmo o estímulo de ver o Senhor Fodão torna essa dor suportável. Com dificuldade, levanto da cama e me arrumo. Saio de casa e sou recebida pelo trânsito infernal para piorar minha indisposição. Depois de quase duas horas no tráfego, estaciono na garagem da construtora.

Após as dificuldades superadas para chegar aqui, tenho que enfrentar a secretária sem vontade, sem noção e, pelo jeito, sem espelho. Será que não disseram a ela que blush não deve ser usado dessa maneira? Aproximo-me da mesa.

— Bom dia, Márcia. Será que o Rodrigo pode me atender?

— Bom dia, senhorita Vasconcelos. Para falar com o SENHOR CASTRO, você deve agendar um horário, pois ele não atende fora da agenda.

Ela volta-se para o computador e ignora-me.

— Desculpe por insistir, mas o meu tempo é precioso, e eu realmente preciso falar com ele. Talvez você consiga um encaixe entre horários na agenda dele ainda pela manhã – insisto.

— Infelizmente, não poderei...

Juro por Deus que, se essa criatura continuar com isso, vou pular na garganta dela.

— Algum problema? – uma voz grave fala atrás de mim e, sem virar, já sei a quem pertence. Mas o mais interessante é que a secretária ranzinza de repente está mais iluminada do que o réveillon de Copacabana. Esse é o efeito que o príncipe das mulheres, Arthur Alcântara e Castro, causa quando aparece.

— A senhorita Vasconcelos está insistindo em falar com o senhor Castro, e eu estava explicando que não é possível sem...

Ele a corta:

— Por que não é possível? Acabei de encontrá-lo aqui na entrada – ele aproxima-se de mim e beija minha face. — Você está abatida, gatinha – sem tirar os olhos de mim, ele fala com a secretária. — Encontre-o e diga que a Manuela o esperará em minha sala. E enquanto isso, Márcia, traga-nos café e água.

Arthur coloca sua mão sob meu cotovelo e leva-me para sua sala. Como um cavalheiro que é, abre a porta e ajuda-me a sentar em uma das cadeiras em frente à sua mesa.

— Obrigada, Arthur, eu não estou muito bem hoje e aquela garota quase conseguiu me tirar do sério – falo com desânimo.

— Ela deve estar irada por causa do aviso prévio – Arthur fala.

— Então, o Rodrigo já a avisou.

— Sim, ontem mesmo. Logo depois que você saiu, ele a chamou para tirar toda a história a limpo e a mandou para o departamento pessoal em seguida – ele conta.

— Infelizmente, era a solução mais sensata – digo com pesar. — Ela pode estar com o Paulo ainda e é fácil tirar informações daqui para levar a ele. Infelizmente, temos que prevenir esse tipo de coisa.

— Verdade. Suas sugestões foram bem-vindas, sua ideia de realocação de funcionários é excelente – Arthur fala enquanto mexe nos papéis que entreguei ao seu irmão.

— Obrigada!

Com uma batida na porta, dona Sônia, a copeira, traz o café em uma bandeja linda e os seus famosos biscoitos amanteigados. Adorei conhecê-la. Ela é uma senhora guerreira que trata os colegas de trabalho como seus filhos e comigo não foi diferente. Estive aqui por pouco tempo, mas sempre foi atenta a mim e delicada.

Fico impressionada ao ver Arthur, um dos donos do império, ir até a mulher e abraçá-la. Esses homens são diferentes, bem-educados, tratam todos com muito respeito, não importa quem seja. Ao conhecê-los, podemos constatar o motivo de tantos elogios.

Dono de Mim (Trilogia Dono de mim - Livro 01) DEGUSTAÇÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora