“ Mais forte... Não para... não... Ah... “
Eu fechei os olhos e a apertei forte, estocando sem parar, ela gemeu forte, estava gozando e eu também, quando por fim gozamos, abri meus olhos novamente e me desesperei logo em seguida:
Era a maldita Tulpa
Empurrei a criatura a criatura para o lado que olhou para mim com um sorriso maligno.
Como poderia ser ? Camila estava sobre mim a poucos instantes !
Me joguei da cama e corri para em direção a porta acendendo a luz
“ Pedro, o que houve ? “
Camila estava novamente lá, teria sido uma alucinação minha ? Essa pergunta me foi respondida poucos instantes depois, quando Camila perguntou se eu havia gozado, ela estava limpa não havia um sêmen sequer em sua vagina.
_ Merda
_ O que foi ? – ela perguntou
_ eu tenho que ir agora
Peguei minhas coisas e sai de lá o mais rápido possível e fui para casa, cheguei desesperado, eu tinha que acabar com isso, minha serva estava fora de controle, corri para meu quarto e peguei o isqueiro, tirei do bolso o sigilo e a invoquei, ela apareceu me surpreendendo novamente.
Puta que pariu – pensei
Ela estava linda novamente, nua, idêntica a Camila de instantes atrás, era inacreditável, eu olhei para ela e ela olhando para mim, o ódio mortal em seus olhos já não mais existia, agora apenas uma expressão de pura timidez e sensualidade.
_ puta que pariu – pensei novamente
Mas eu sabia o que eu deveria fazer, aquilo era preciso, eu acendi o isqueiro e aproximei o papel, ela percebeu minhas intenções se aproximou de mim e segurou meu braço, como se quisesse me dizer para não o fazer. Quando insisti, ela se ajoelhou e me olhou com o mesmo olhar que me deu a primeira vez que ajoelhou-se a minha frente, trazendo de volta o mesmo sentimento da primeira vez.
A afastei de mim empurrando-a e ascendi novamente o isqueiro que se apagou quando a empurrei, ela se levantou e fechou a cara me encarando, agora ela parecia furiosa mais não hesitei e encostei a chama no papel, no mesmo instante ela se atirou em mim e segurou minha testa com a mão direita, me pressionando contra a parede, minha cabeça começou a doer, seu olhar enfureceu, ódio emanou dela, eu pude sentir, juntamente com um imenso temor, o sigilo caiu de minha mãos ao chão e continuou a pegar fogo, um suspirar e ela começou a queimar também, emitindo um forte brilho amarelo de dentro do seu peito para fora.
Sua mão queimava em minha testa, uma dor extremamente forte que me imobilizava e então num piscar de olhos, ela explodiu num clarão de luz que me cegou e me desnorteou. Eu apaguei.
Acordei com a forte luz do sol atravessando meu quarto, levantei num pulo, assustado, olhando para todos os lados. Parei por um segundo e me recordei o que havia acontecido, não imaginei que quando queimasse o sigilo ela desapareceria daquela forma, nem mesmo faria o que fez comigo, minha cabeça doía, doía muito, mas era uma dor diferente, uma queimação na testa, olhei para o chão e algumas cinzas do sigilo estavam lá, peguei meu celular, estava sem bateria o coloquei para carregar e quando liguei, vi que estava em cima da hora para o colégio, certamente me atrasaria, havia também notificação de chamadas perdidas, eram de Camila. Corri para o banheiro tomei uma ducha, escovei os dentes e sai.
No mesmo dia Camila me perguntou o que houve para eu ter saído de sua casa daquele jeito, obviamente tive que inventar uma desculpa qualquer que justificasse  a forma como sai de lá, eu passei o dia todo meio baqueado, com uma forte dor em minha testa que parecia queimar e irradiava dentro da minha cabeça e de meus olhos, eu fiquei com o ocorrido do outro dia em minha mente, tentando entender o que tinha acontecido, o por que da Tulpa agir daquela forma , depois que cheguei em casa fui pesquisar um pouco, mas não encontrei nenhum caso parecido com o meu.
Bom não faria diferença alguma mesmo, já que eu já havia me desfeito dela de qualquer forma ou pelo menos foi o que pensei nos próximos dois dias, no terceiro dia foi que uma onda de dúvidas e medo atingiu o meu ser, aquela dor de cabeça não havia passado, não estava tão forte quanto no primeiro dia, mas ainda me incomodava. Fui para casa de Camila dormir com ela e tive uma surpresa desagradável.
Você já ouviu falar que quando se quer algo e se deseja com muita força, o contrário daquilo acaba acontecendo ?
Esse foi o desfecho de tudo o que eu havia feito e posso lhes dizer, me foi merecido.
Naquela noite com Camila pude ver que o que eu havia começado e pensado que havia terminado, na verdade, não estava acabado.
Eu estava por cima de Camila, naquele tesão imenso sentindo o corpo quente dela e seus suspiros de prazer quando por um instante fechei os olhos, a imagem daquele ser grotesco que estava a Tulpa me veio a cabeça e quando abri meus olhos, lá estava ela, eu broxei na hora, sai de cima dela e acendi as luzes.
Camila estava de novo lá.
Não havia como eu explicar para ela o que eu estava vendo e eu nem podia, pedi desculpas a ela e me deitei, me virei e tentei dormir, mas aquilo tornou-se reincidente até um ponto que eu não podia mais olhar para Camila que via a imagem da Tulpa grotesca. Poucas semanas passaram e eu não podia mais sequer chegar perto dela, pois me aterrorizava e assim acabou o nosso relacionamento. E eu novamente pensei que estaria posto um fim, mas eu estava errado.
Pouco tempo depois soube que Camila estava de namorado novo, é realmente aquela era ela e nada que eu fizesse poderia mudar seu jeito de ser, eu errei feio quando invoquei aquela Tulpa, mas isso só pude perceber depois que tudo tinha desandando, claramente fiquei triste por não estar mais com Camila, por ela ter seguido em frente outra vez e de forma extremamente fácil, enquanto eu continuo perturbado com a imagem daquele ser sempre que a olho. Acho que a Tulpa fez algo comigo aquela noite em que me livrei dela.
E então na noite desse mesmo dia em que descobri que Camila estava namorando novamente, tive um sonho: eu caminhava pelas ruas e fui para o bairro vizinho, entrei em um bosque e sai no fundo do quintal de uma casa, eu entrei nessa casa pela janela que estava destrancada, eu estava descalço, podia sentir o piso gelado na sola de meus pés, subi as escadas daquela casa e fui em direção a uma das portas daquele corredor e a abri.
O quarto estava quase que totalmente escuro, exceto por fraco feche de luz vindo das ruas que atravessam a janela por entre a cortina mal fechada, havia uma cama lá e nessa cama alguém deitado, lentamente me aproximei... foi então que eu percebi quem era aquela pessoa... o namorado de Camila, neste mesmo instante tive um pico de consciência sobre esse sonho e percebi que quem estava ali na verdade não era eu, mas sim a Tulpa e ela continuava o seu serviço, estrangulando o rapaz que estava dormindo. Eu assisti a tudo, ele se debateu, tentou lutar, mas a Tulpa tinha uma força descomunal e a luta dele pela vida foi inútil, em poucos minutos ele já não respirava mais.
Até aquele instante eu acreditava ser um sonho em que a Tulpa estivesse matando o rapaz, até que pude ver o reflexo nem retrato fotográfico, uma silhueta masculina... e então daquele instante para frente não lembro mais de nada. Lembro apenas de quando já estava na frente da casa de Camila, com meu celular em mãos, liguei para ela e ela atendeu, pedi para entrar pois queria conversar com ela, ela disse que já estava muito tarde e que não queria mais nada comigo, não de como eu tinha terminado com ela,  sem explicação, sem motivo algum.
Mas por algum motivo ela acabou me deixando entrar, quando abriu a porta, já não estava mais vendo-a como antes, a visão daquele ser grotesco parecia ter deixado minha mente em paz, nós entramos e fomos direto ao seu quarto.
_ O que houve com você ? por que esta descalço ? – ela me perguntou
Eu me virei e fechei a porta de seu quarto.
Isso e tudo que me lembro até acordar em minha cama novamente, quando me levantei notei que meus pés estavam sujos e tive um mal pressentimento, um frio correu minha espinha quando a campainha tocou, fui até a janela e olhei para a rua, havia diversas viaturas e policiais lá em baixo e em poucos instantes, eles estavam em meu quarto me algemando.
O olhar de meu pais foi a coisa mais triste que senti em toda minha vida.
Eu fui preso acusado da morte de Camila e seu atual namorado.
E adivinha...
A Tulpa continua a me visitar em minha cela e eu continuo alimentando-a, acabei me acostumando com sua forma grotesca e como estou na solitária, nós podemos fazer amor e ser felizes tranquilamente, sem sermos incomodados.

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⏰ Last updated: Nov 10, 2020 ⏰

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