Capítulo 03 - Independência ou Morte

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- Os aborígenes vão nos pegar, senhor! Eles são canibais e irracionais! – Protestou Matias muito preocupado com todo aquele plano. – Eles não têm alma!

- Se eu perguntar aos portugueses no casarão lá embaixo, você também não tem, garoto! – Replicou o holograma mesmo sabendo que não podia ser ouvido, mas, mesmo assim, externando sua impaciência. – Vamos logo com isso! Se a carta não chegar ao lugar certo até de manhã, vamos ter problemas de verdade!

- Calma. – Interferiu Nádia de um jeito frio e ambíguo que parecia se referir tanto ao companheiro holográfico quanto ao rapaz preocupado em sua frente. – Eles têm alma sim e têm tanto medo de vocês quanto vocês deles. As ferramentas de metal vão servir para negociar sua passagem pelo território deles. Chegando no Sul, procurem o amigo do Feitosa que ele vai providenciar cartas de alforria a vocês.

- Sei que vosmicês são anjos, mas estamos com medo. – Disse Francisco com a respiração acelerada de ansiedade. – Talvez não devessem ter dado o arcabuz e o mosquete para o senhor Feitosa empenhar...

- Atirar nas pessoas não é o caminho. – Disse a agente de forma séria, algo que fez seu companheiro erguer uma sobrancelha em sinal de desconfiança. – Usem o dinheiro para a viagem e para pagar pelos documentos de alforria.

- Todos prontos? – Disse Danyel já bastante inquieto. – Não se esqueçam dos sapatos. Peguem todos os sapatos que puderem, vão ter facilidade de se passarem por homens livres se estiverem calçados.

- É bom ter um historiador por perto, não é? – Provocou Hélio com um sorriso. – A gente pensa nos detalhes da coisa!

O holograma precisou ser ignorado mais uma vez para que nenhum dos dois parecesse estar falando sozinho e, com um sinal da jovem, o grupo se separou. Danyel e Nádia seguiram em direção à casa grande, enquanto Francisco, Matias e Tomé se esgueiraram no caminho até a senzala.

Alguns momentos se passaram e uma gritaria começou quando os escravos foram libertos e começaram uma rebelião, atacando os capatazes de surpresa, tomando-lhe as armas e os sapatos, invadindo pouco depois o depósito de ferramentas da propriedade

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Alguns momentos se passaram e uma gritaria começou quando os escravos foram libertos e começaram uma rebelião, atacando os capatazes de surpresa, tomando-lhe as armas e os sapatos, invadindo pouco depois o depósito de ferramentas da propriedade. Aproveitando-se da confusão, a dupla de viajantes usou uma das chaves para entrar no casarão por uma porta dos fundos. Hélio acompanhou ambos por todo o caminho, mas como ele estava parado na câmara holográfica no futuro, aos olhos dos viajantes, ele parecia flutuar parado sobre todo o caminho, o que causou certa estranheza.

- Vocês não querem que eu finja estar correndo só pra agradar vocês, não é? – Questionou o holograma pegando seu tablet e dedilhando alguns comandos para abrir uma tela com o mapa da casa que era visível aos dois companheiros como uma forma de realidade ampliada. – Bom, com alguma sorte, a fuga dos escravos e o roubo da carta vai parecer para a Baronesa que foi uma manobra política orquestrada.

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