Narrador desconhecido: Parte 2: Como eles ficaram assim?

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-Não

Ela dá um suspiro de irritação baixo, fechando a cara e os olhos. Então ela respira fundo e os abre de novo, agora animada, os três pastas de olhos se encontrando de novo

-Como eu já disse antes e vocês não acreditaram, nós. Somos. Semideuses !!!

-Hein?- questiona Daylla com uma.careta incrédula

-Isso de novo porquinha?

-Ei! dessa vez eu posso provar! todos fomos aceitos no INA, e, eu conheci uma menina que estuda lá, e ela me contou, já que provei que vou pra lá esse ano ainda.

-Espere, volte a fita. O INA é um prédio particular. Como conheceu essa menina?

-É ... não andou invadindo propriedades privadas né porquinha?- seu tom é calmo e indiferente, mas a expressão de Iscar é levemente surpresa e até orgulhosa

-Por que estão ignorando o fato de que somos filhos de deuses? Qual é! Eu não conheço meu pai, vocês não conhecem sua mãe, tudo faz sentido! E eu já pedi pra não me chamar assim, Iscar

-Hmm. Tá. Vamos ver se meu pai concorda com a história

Tiana abre um sorriso confiante e desce as escadas sem dizer mais nenhuma palavra. Seguindo a pequena menina os dois vão até o escritório do pai, que já os espera com um sorriso

-Sim, sua prima está certa ....

-Ok né mano?

-É mana

-SÉRIO?!? Eu falo, falo, falo, sendo ignorada, e ele fala uma frase e vocês acreditam nele?

-É- disseram os três em conjunto

-Tá, vou falar com minha mãe por telefone

-Tá- disseram de novo

Quando o som de seus passos subindo a escada mais próxima ao escritório some, eles se encaram sérios

-Duvidas?

- "Duvidas?" como assim, que tipo de brincadeira é essa? Semideuses? Que história é essa pai?

-Você sabe que é verdade filho

-Sim isso com certeza faz sentido

-Que bom que entende

-Ignorou ou fingiu não ouvir o sarcasmo do Iscar?

-Ignorei, filha

-Não somos semideuses, pai

-Por que não filho?

-Não ... quero falar sobre a prova

-Porque não, Iscar?- enquanto seu tom de voz vai aumentando gradualmente, assim como os dos seus filhos, a expressão de Ricardo continua neutra

-Por porque ... não

-Isso não é resposta, vamos filho diga !!

-PORQUE SE TIVESSEMOS PODERES TERIAMOS A SALVADO- A pessoa que disse o que o pai queria ouvir não foi Iscar, mas Day, que cerrava os punhos firmemente

-Isso não é verdade filha ...

-Ah NÃO, NÃO É NÃO? ENTÃO PORQUE A IDIOTA AQUI NÃO USOU SEUS PODERES PRA SALVA-LA?

-Você não é idiota, e não teria feito nada a tempo mesmo se soubesse da verdade

-Pai qual o seu problema?- pergunta Iscar com uma careta magoada
Ele encara o chão de madeira e Nos fez falar a verdade pra nos contra dizer?

-Pra mostrar que não tem culpa

-Não venha falar de culpa pra gente papai- diz Day, agora com um tom mais calmo

-Você não me chama de papai desde aquele maldito dia

-Maldito? Por que está falando como se você se importasse com ele?

-PORQUE EU ME IMPORTO FILHO

-Ah é claro, se importa tanto que me impressiona

-CHEGA VOCÊS DOIS, O FATO É, NÓS ACREDITAMOS, NÓS VAMOS PRO INA EO SENHOR VAI FICAR QUIETO, PORQUE EU CANSEI DE AGIR COMO SE AQUELE DIA NÃO EXISTICE COMO O SENHOR. MINHA IRMÃ MORREU, E ISSO É FATO. NÃO VOU MAIS AGIR COMO UMA FILHA PERFEITA COM A VIDA PERFEITA TÁ?

-Tá filha

-Está bem

-ÓTIMO- Day respirou bem fundo- posso ir pra casa da árvore "papai"?

-Pegue o jantar e suba

-O Iscar vem comigo certo?

-Certo, né pai?

-Né

Os dois saíram do escritório produzindo uma atmosfera tão fria que até alguém de fora saberia da briga.

-Como foi que eles ficaram assim? - murmurou o homem, vendo-os se afastar

-Somos assim desde aquele dia- Disse Day parada de longe

-Só nos cansamos de fingir- Completou Iscar.

Eles voltaram a caminhar, deixando o pai sozinho. Refletindo.

(Capítulo reescrito)

Arautos da Morte e a Queda do DeusWhere stories live. Discover now