– Adoro esse tipo de coisa. Você não? As duas são impuras. E sabe o que deixa essa cena mais deliciosa, assassina? – Não respondi. – Elas são irmãs. Enquanto matava sua alcatéia acabei as achando. Lindas não acha? Só que se recusaram a me servir. Então para deixar as coisas mais interessantes dei sangue de vampiro para uma e a matei. Agora não são da mesma espécie. São completamente diferentes, mas mesmo assim ainda se amam. O que deixa eu obrigar uma a chicotear a outra mil vezes mais divertido.

– Era para eu achar isso divertido?

– Vindo da besta semi-selvagem que você é. Sim. Você esfolou um Bruxo por prazer. Essa história chegou até mim. E que a doce Atarah ajudou. Agora ela está morta. Devo me preocupar que tenha vindo aqui dar um fim a minha vida?

– As notícias correm rápido, não é mesmo? Mas mesmo que você mais do que ninguém mereça morrer, não vim para isso. Quero falar de negócios e... Fazer um pedido.

– Falo com você, mas sem seus guarda costas, eles ficam fora da minha casa.

– Certo.

Assim que o príncipe se levantou a nuvem negra que protegia a vampira sumiu e ela queimou, seu grito de agonia foi realmente terrível, meus ouvidos doíam. A loba, que só conseguiria se transformar em uma lua cheia chorava nas cinzas da irmã após ela virar pó. Foi um ato cruel, mas já vi fazerem pior, eu já fiz pior. Não me orgulho, só que não é possível mudar o passado.

Assim que passamos pelas enormes portas duplas de seu castelo ele finalmente vestiu algo, um roupão, vermelho sangue e aveludado. Tive que largar minhas armas na entrada, o príncipe pacientemente esperou eu deixar todas as minha lâminas com Faolan e Keir.

Fui o seguindo, Bronimir pegou uma garrafa de vinho sabe se lá onde, continuei andando atrás dele. Acabamos parando em seu quarto, mas que também era seu escritório, mesmo com tantos outros cômodos vagos.

– Vinho?

– Não. – Chega de perda de tempo. O príncipe estava de costas para mim, servia apenas uma taça. – Adenna se tornou rainha...

– E eu fui deserdado. – Ele tomou um gole do vinho antes de prosseguir. – Mas não foi reconhecida pelos sacerdotes, todos já sabíamos que isso aconteceria.

– Adenna vai pedir para que você se case com ela.

– Eu sei. Pensei que Sorin estaria mais interessado. Já que a prima dele morreu, o trono é dele, só se ele tiver abdicado, novamente... Acho que ele gosta de fazer isso.

– Sorin é um bom garoto, mesmo tendo feito diversas atrocidades...

– Ele é alguém pela qual você morreria? – O príncipe agora se virará para mim, e interesse emanava de seu olhar.

– Não morreria por ninguém, os outros que morreriam por mim. Não tenho culpa de ser irresistível.

– Nunca tive uma Filha do Caos em minha cama. Não caso com Adenna se passar essas próximas horas comigo.

– Eu jamais transaria com uma criatura tão repugnante como você, Bronimir. Mas estou disposta a fazer outros tipos de acordo com você.

O príncipe começou a se aproximar devagar, mas sem perder seu ar de superioridade e a tentativa falha de sedução.

– E se eu não estiver afim de outro tipo de negócio? O que fará, Keres?

Antes que eu pudesse responder o desgraçado colocou uma nuvem negra em minha visão, já estava relativamente perto, então me agarrou e me jogou em sua cama, que não estava mais tão distante quanto acreditava. Pelo deuses o que esse idiota acha que está fazendo?

Tentei escapar, mas ele era mais forte, eu detesto pedir ajuda, mas a vantagem de se andar com um Elfo é que eles escutam tudo.

– Preciso de Ajuda!

Ainda tentava lutar, mas não estava mudando em nada a situação. Por que eles estavam demorando tanto?

– Pare seu imprestável!

Isso o fez rir, senti uma de suas mãos descendo para minhas pernas, iniciantes, revirei os olhos, parei de me mexer por alguns segundos, quando Bronimir foi olhar para as minhas pernas ele afrouxou a mão que segurava meus braços. Assim que soltei uma de minhas mãos fui tão rápida que ele nem deve ter visto de onde veio o soco que dei em sua mandíbula.

Esse foi o momento em que o jogo virou, o emburrei para a cama e ao invés de ver por que os tolos dos meus amigos estavam fazendo, subi sobre o corpo do príncipe e continuei a esmurrá-lo, com o mesmo ódio que usei em Faolan.

Só que assim que eu comecei a pegar um ritmo Keir apareceu e Faolan me tirou de cima de Bronimir, sacudia minhas pernas para tentar me libertar do Feérico. Keir estava com uma adaga, o príncipe já estava destruído. O que quer que o ladrão estivesse fazendo, estava fazendo o Bruxo gritar muito. Muito mesmo.

– Chega Keir. – Disse Faolan, mas o garoto ignorou completamente.

Com isso o Elfo me soltou, e foi tirar o ladrão de perto do príncipe que desmaiara, quando me aproximei dele Keir escrevera bem grande e completamente torto em sua testa “estuprador”. Adenna não se casaria com ele. Acho que ninguém casaria.

– Precisamos sair daqui, agora. – Faolan disse isso e dois guardas entraram.

Quando ele me olhou, jogou uma de minhas espadas, e aquele instante todos os homens já poderiam se considerar mortos. Assim que Keir se acalmou os dois foram na frente, pois eu como uma ótima Filha da Noite precisava fazer o que o nosso povo fazia sempre, o que o deixou tão conhecido. Coloquei fogo na cama, então passei para as cortinas e assim que o quarto já ardia em chamas comecei a incendiar tudo. Bronimir sairia vivo, mas com queimaduras realmente terríveis.

Assim que saí o mundo era um caos e meus colegas já me aguardavam sobre os cavalos, agora vamos para Brielle. Enquanto cavalgávamos durante a noite, onde costumávamos ir mais devagar, Keir se aproximou de mim.

– Por que fez aquilo? – Não fui tão autoritária como esperava.

– Ele a machucou. E por isso eu já tinha que matá-lo.

– Se você fosse matar a todos que machucaram a Keres, acho que teria uma longa lista. Eu estaria nela inclusive. – Disse Faolan que estava mais a frente.

Eu ri, não falamos muito mais durante o percurso. Em Brielle foi rápido, A duquesa Anne disse que não ouvira nada sobre uma jovem parecida com Atarah e nos ofereceu estadia para aquela noite, a qual aceitamos. Keir dormiria comigo, suas palavras ainda batiam em minha cabeça, ele é tão tolo, e eu... E eu gosto tanto dele por isso. No meio da noite o acordei. Não havia dormido absolutamente nada.

– Keir. Case-se comigo.

– O que? – Sua voz era meio drogue, ainda estava acordando.

– Quero casar com você.

Acabei ficando sem paciência para a sua lerdeza e dei um tapa em seu rosto, e então ele estava acordado, assim que se sentou ao meu lado na cama começou enquanto esfregava a mão onde eu havia batido.

– Tem certeza? Sei que você gosta de ter o seu espaço, de manter seus segredos e vivências sombrias apenas para você e...

– Keir, olhe para mim. – Peguei o rosto do ladrão com minhas mãos o fazendo olhar fixamente para os meus olhos. – Eu nunca tive tanta certeza de nada em toda a minha vida. Gosto de ter o meu espaço, e pelos deuses como aprecio o silêncio, mas aprendi a preferir ter isso com você. Keir. Case-se comigo.

– Caso.

Ele me beijou e me abraçou, era como se ainda não acreditasse em minhas palavras, no outro dia logo assim que amanheceu fomos a uma igreja e perante os deuses, Faolan e a duquesa Anne, nós casamos. Foi apenas uma formalidade, mas Keir falava que gostaria de casar em uma igreja e não nos custava nada. Meu marido... Que mundo estranho.

E de lá voltamos a nossa caçada por Atarah.

A queda das rainhas do norte (Em processo de reescrita) Where stories live. Discover now