01| DOIS PASSOS PARA TRÁS

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Agora eu não sei de nada, se alguém perguntar a mim, qual é o meu nome, pensarei ainda ao responder. As cenas de ontem a noite estão impregnadas em minha mente, como se eu estivesse as revivendo a cada segundo que colocava os cacos no saco de lixo.

Ando até a cozinha, o lugar onde o furacão Oliver não atacou. Levo o saco com tudo que foi quebrado até a lata a jogando e soltando um suspiro cansado ao terminar.

Eu estava me cansando daquilo, sinto estar me afogando no raso. Eu não gosto dessa sensação, tão pouco dessa situação.

Eu mereço mais que isso?

Venho me perguntando isso a um bom tempo, e me enlouquece não ter a resposta. Me enfurece ter sempre dúvidas e nunca certezas. Vou até a sala em busca de meu telefone, eu preciso ligar. Pego o aparelho discando seu número que está na lista dos recentes.

Chamou uma.

Chamou duas.

Chamou cinco.

Então caiu na caixa postal.

Eu precisava falar.

"Foda-se você, foda-se tudo isso. Eu não quero mais te ver, não me procura e não liga mais pra mim. Você fudeu com tudo, quer dizer, nós fodemos com tudo. Acho que tenho uma parcela de culpa nisso por deixar isso chegar no extremo. Então vai ser melhor cada um ir para o seu lado e seguir a vida fudida que sobrou para nós. Porque você é assim Oliver, você quer tudo de quem você ama, você sugou até a última gota de energia que eu tinha. Eu te odeio muito seu filho da puta! "

Cada palavra dita não foi pensada ou esperada por mim. Eu as sentia e apenas saíam. A violência em minhas palavras, assim como ele na noite passada. Desliguei e cancelei a mensagem, soltei o ar que estava preso em minhas narinas.

"olha, depois conversamos. Não é uma boa hora agora."

Largo o celular sobre a cama e me jogo ao lado dele.

Eu também deva ser a culpada de isso tudo também. Ele não ferrou tudo isso sozinho, não é?

Mas o amor é como dizem:

Precisamos dar um passo no escuro, para que a luz acenda.

Era assim que eu me sentia em relação ao Oliver, eu estava dando todos os passos no escuro. E ele era o escuro, e a minha penitência era permanecer na escuridão.

Droga de máquina!

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Droga de máquina!

Parece que hoje o universo decidiu testar até onde consigo aguentar, e não mandar tudo ir a merda.

Depois de passar a noite em claro sentada no chão olhando para um lugar qualquer, eu realmente achei que ao me deitar, eu conseguiria dormir. Mas eu apenas achei.

Então resolvi fazer algo que tirasse minha alma de uma briga constante entre a razão e a emoção. E eu não estava nem um pouco curiosa de ver a emoção ganhando novamente.

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⏰ Last updated: Sep 22, 2021 ⏰

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