Vida e morte - Adenna

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– Alastair, mas ele ainda não é de confiança, terá que se provar, como todos. – Respondeu Cathan.

O guarda que me levou ao segundo andar, o mesmo que tentou proteger os reis, o garoto filho do cozinheiro. Acho que ele conseguirá se provar. É forte e bonito, tudo que acho que Atarah vê em um homem, e óbvio, sua magia. Só estou um pouco surpresa com isso. Dentre todas as pessoas daquele castelo, por que ele se juntou a nossa causa?

– Vi no bar... Keres. – Todos fizeram silêncio. Seu nome é praticamente uma maldição. A Filha do Caos. A assassina mais habilidosa e impiedosa que existe nas Terras Bruxas. Sem dúvida a mais conhecida em todo o Norte, fazia tempo que não escutava seu nome. O ar pareceu mais frio e as pessoas mais pálidas quando o senhor continuou. – Aparentemente está atrás de algo, não sei se já foi contratada por alguém, mas, se isso chegar aos ouvidos de Atarah... Quem irá impedi-la de matar Adenna? Seres como ela será um problema para nós, assassinos funcionam pelo valor mais alto, podemos ter o dinheiro das doações, mesmo assim, Atarah tem acesso aos cofres reais.

– Ouvi que essa Filha da Noite é abençoada pela deusa da morte e pelo deus do caos. É verdade?

Minha pergunta foi completamente ignorada e meu pai falou num volume tão alto que as paredes vibraram.

– A assassina vermelha não será um problema, Filhos do Caos não sentem medo. Isso mais somado ao fato que ela é completamente convencida. Se ela entrar em nosso caminho faço com que aquela intrusa seja jogada novamente em suas terras natais.

As Terras do Caos, não desejaria nem a meu pior inimigo passar um dia lá, os Filhos do Dia e os Filhos da Noite vivem uma guerra que supostamente começou quando as terras foram criadas. O território hoje em dia é praticamente apenas desertos, e nada realmente bom cresce lá, são povos guiados pelos instintos e totalmente selvagens perto de nós... Perto deles, Bruxos de verdade.

– Pelos boatos ela não é favorável a causa... – Disse uma senhora.

– Claro que não, ela tem contato direto com os deuses. – Interrompeu outra.

– Pensei que os deuses estivessem abandonado as terras há muito tempo, que tivessem cansado...

– Os deuses jamais abandonaram as terras, somos parte do joguinho doentio deles, somos o passatempo do divino, só que até os deuses tem suas peças favoritas. No caso eu sou uma delas. – Disse a assassina.

Como ela entrou? Supostamente Filhos do Caos conseguem dar curtos saltos de espaço, imagino que esse seja o único modo de ela ter entrado em uma reunião como essa. De não ter chamado atenção alguma até o momento. Quanto será que ela escutou?

Keres entrava na sala como se fosse dona de tudo, ela girava uma espada de Filhos da Noite, armas que apenas seres como eles tinham facilidade, forjadas pela própria espécie, se um Filho da Luz tocar numa dessas armas suas mãos queimam, e visse e versar. Nunca segurei uma, mas dizem que são pesadas e de difícil conduta.

Ela é bem mais jovem do que eu imaginava, vinte e quatro anos no máximo. Seus cabelos são de um vermelho sangue desbotado, a assassina vermelha, seus olhos são de um verde escuro penetrante e seu rosto é completamente sardento, provavelmente por conta de Alida. Pelo o que soube estava lá... A “trabalho”, se é que matar pessoas por dinheiro possa ser considerado um emprego.

Quando a jovem parou de falar e andar, olhou para uma moça que estava sentada em uma poltrona com seu bebê nos braços, com o levantar de uma de suas sobrancelhas perfeitamente feitas, à mulher se levantou tremendo e gruindo de medo. A assassina se atirou se sentando de uma forma completamente desleixada e deseducada. Estava mais perto de mim agora, via sua roupa, ou boa parte, completamente preta com algumas manchas mais escuras, provavelmente de sangue, havia armas por todo o seu corpo em todos os lugares visíveis, deveriam haver aquelas que eram invisíveis aos olhos. Mulheres não usam calças, é feio e deselegante, mas não acho que matar pessoas de saia seja fácil. É estranho ver ela usar tais roupas. Suas armas são todas bem presas ao corpo, pois não fazem um único tintilar. Impressionante.

A queda das rainhas do norte (Em processo de reescrita) Where stories live. Discover now