O Sacrifício

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Capítulo Um


A mãe do Itan percorreu um longo caminho até encontrar a bruxa roxa, que costumava habitar as partes mais sombrias da floresta do medo. A mulher atravessou enormes rios, que dizem ser cheios de bichos selvagens, e até o vale dos ossos, que costuma ter mais vida do que as próprias cidades, ou seria mortes? Dona Esmeralda chegou ao seu destino depois de algumas horas rodando pela floresta com seu bebê nos braços, enrolado apenas com o pano que tinha quando nasceu.

A casa da bruxa roxa era bem distante e, curiosamente, cercada por flores; ela tinha de todos os tipos e cores

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A casa da bruxa roxa era bem distante e, curiosamente, cercada por flores; ela tinha de todos os tipos e cores. Não era o tipo de lugar mais aconchegante para se receber uma criança, mesmo com as flores abrilhantando o cenário, mas era, sem dúvidas, o mais seguro, afinal; quem ousaria cruzar a floresta do medo e ainda adentrar naquele enorme jardim que era a casa da roxa? E ainda tinha a fama de que ela era uma feiticeira, só uma pessoa muito desesperada faria isso.

Dona Esmeralda estava tão desesperada, que mal conseguia se manter de pé. Ao adentrar o pequeno portão de madeira que dava para a casa da bruxa, nunca antes vista por Esmeralda, a pobre mulher tropeçou e caiu, e por muito pouco não derrubou o menino Itan. Foi por muito pouco mesmo. Itan ficou flutuando, quase tocando o chão. Aquilo, com certeza, foi obra da roxa, que recebeu dona Esmeralda e a ajudou a se erguer.

Alguns minutos depois, e já na companhia da feiticeira, Esmeralda iniciou suas súplicas, pois o menino Itan ainda corria grande perigo

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Alguns minutos depois, e já na companhia da feiticeira, Esmeralda iniciou suas súplicas, pois o menino Itan ainda corria grande perigo. Elas não podiam perder tempo. A surpresa de Esmeralda, ao perceber que, a mulher a quem chamavam de velha pelas regiões, era uma jovem muito bem apessoada, foi grande. Mas ela não perdeu tempo com isso, só pensava em Itan.

— Preciso da sua ajuda! Eu suplico... Disse Esmeralda ficando de joelhos.

A bruxa roxa, por sua vez, e sendo uma espécie de feiticeira, já havia previsto aquele encontro, e até tinha tudo arquitetado!

— Me dê o menino! — Disse a mulher estendendo os braços para receber a criança.

A dona Esmeralda ainda parecia muito pensante sobre a situação, mas não tinha outra alternativa, e mesmo sabendo que poderia se arrepender daquela atitude, deu um beijo na testa do menino, despediu-se brevemente, deixando as pequenas gotas verdes tocarem o rosto do bebê, como era tradição por ali em despedidas, e o entregou nas mãos da dona roxa, que logo o agraciou com um de seus encantos.

Itan - O Menino ColoridoWhere stories live. Discover now