Capítulo 25 - Misconceptions

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“Mas tu não podes forçar alguém a amar-te.” Eu suavizei a minha voz.

A cara da Kaylee contorceu-se em agonia, subitamente ela tornou-se irreconhecível. Ela cerrou os dentes enquanto me atirou com a camisa de noite. “Tu não consegues amar, Harry! Não és capaz de amar alguém ou algo porque tu és um idiota egoísta, e vais morrer sozinho! Toda a gente sabe que eu mereço melhor do que tu. Tu sabes que não és nada sem mi. Eu sou ma estrela, e tu nem consegues acabar a universidade. Tu irás levar uma rapariga diferente para casa todas as noites e tu nunca estarás satisfeito com a tua vida.”

Eu saí do apartamento com os punhos cerrados enquanto a Kaylee continuava a cuspir insultos, alguns em diferentes línguas. Mas eu escolhi ignorá-los pois eu sabia que era inútil lutar com ela, e eu estava cansado como o raio. Quando eu cheguei ao meu carro, o aperto na minha garganta tinha desaparecido completamente.

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Thalia’s POV

Eu acordei com o coração pesado. Os meus olhos estavam cansados de todo o choro da noite passada. O Harry saiu com a Kaylee, e ele ficou com ela durante a noite. Eu não conseguia aguentar a dor. Eu não sei porque é que eu estava sequer a comparar mas a Kaylee era por milhas melhor do que eu em quase todos os aspectos. Qualquer rapaz iria pular com a oportunidade de estar com ela. Doía saber que eu não era nada ao lado dela.

Depois de tomar um duche, eu puxei as portas do armário. Eu olhei para as roupas que o Harry tinha comprado para mim, perguntando-me se eu deveria vestir a sweater azul escura que ele disse que gostava de ver em mim. Será que era pelo decote estar sempre a deslizar pelo meu ombro? Ele é tão descarado. Eu sorri para mim mesma com esse pensamento.

Eu afastei o pensamento quando me lembrei do que ele fez à noite passada. O Harry era problemático enquanto criança e as coisas pessoais que ele me tinha revelado fizeram-me perceber porque é que ele fazia as coisas que fazia. Mas ele tinha-me magoado muito tantas vezes e nenhuma das suas histórias tristes de infância poderia consertar o meu coração.

Eu mudei-me para as minhas próprias roupas velhas. Eu não queria vestir nada que o Harry me tinha oferecido. Eu fiz o meu caminho até à cozinha para tomar o pequeno-almoço mas eu fui levada a fazer uma paragem na sala de estar quando vi o Harry a dormir preguiçosamente no sofá. Ele tinha vindo para casa mais cedo e adormecido completamente exausto depois da brincadeira com a Kaylee, eu calculei. Ele nem sequer se deu ao trabalho de abotar a sua camisa e o meu peito doeu ao vê-lo.

Eu expirei um suspiro profundo antes de continuar a ir para a cozinha. A Sra. Briffen já tinha posto a mesa. Panquecas e tostas de ovos ocupavam a extensão. Eu suportei-me a mim mesma na cadeira, pegando no garfo e apanhando a minha panqueca com ele em frustração.

“Noite difícil?” A empregada rechonchuda perguntou, inclinando-se na mesa.

Eu assenti silenciosamente pois não estava com disposição de falar.

“Eu ouvi tudo.” Ela continuou. “Mas não é como tu pensas.”

“O que quer dizer com isso?” Eu perguntei.

“O Harry veio para casa na noite passada. Ele não dormiu na casa da Kaylee.” Ela explicou.

“Só porque ele veio para casa não significa que eles não fizeram nada.” Eu olhei para a minha panqueca, que não me abria o apetite como costumava.

“Eu não saberia nada disso. Mas anima-te, boneca. Nós vamos pensar em algo divertido para fazer hoje. Talvez trabalhemos num calendário de contagem decrescente para contar os dias que faltavam até estares livre para sair deste sítio horrível.” Eu agradeci a tentativa de e distrair do meu desespero mas isso não estava a ajudar, contudo eu não conseguia conter uma risada.

Depois do pequeno-almoço, eu queria ler um livro na sala mas o Harry estava a dormir e a ultima coisa que eu queria neste momento era estar perto dele então eu mudei de ideias e decidi ler no andar de cima. Enquanto eu procurava o livro, a Sra. Briffen ligou o interruptor do aspirador e a máquina soou.

Eu fui apanhada de surpresa quando o Harry não se mexeu nem um pouco. Ele estava deitado completamente imóvel, caracóis despenteados caiam pela testa dele, o sofá era um pouco pequeno demais para acomodar o corpo dele.

Ele estava numa posição tao desagradável que eu tive o súbito impulso de o mandar para a sua cama. Mas eu relembrei-me a mim mesma da dor que ele me tinha causado. O beijo que nós partilhamos a noite passada foi a melhor noite de sempre, pelo menos para mim.

Eu subi as escadas e escondi-me no meu quarto para finalmente acabar o The Time Keeper. Eu já me tinha esquecido onde o tinha deixado e provavelmente não seria capaz de me focar na história mas eu li-o de qualquer das maneiras. Eu precisava de algum tempo de distracção, o que quer que isso fosse.

Quando eu reparei que já não fazia ideia onde ia a história, dei por mim mesma a ser puxada para o armário. Em segundos, eu abri-o e retirei o mini vestido que o Harry tinha comprado. Quando eu lhe perguntei sobre isso, ele disse que o vestido não era para mim, mas por alguma razão ele ainda disse à Sra. Briffen para o pôr no meu armário.

Eu segurei o vestido contra o meu corpo e estudei-me no espelho. Se eu vestisse coisas como esta, eu poderia ser tão boa como a Kaylee. Espera. O quê? Esta não sou eu.

Mas eu doeria se eu vestisse por um segundo, pois não? Eu tirei as minhas roupas e deslizei-me pelo vestido curto. Este rodeava o meu corpo apertado, destacando as finas curvas que eu nunca reparei que tinha. Este continuava a subir pelas minhas coxas não importa o quão duramente eu tentava puxá-lo para baixo para os meus joelhos. Frustrada, eu deixei-o ficar no sitio onde estava.

Soltei o meu cabelo antes de me virar em frente ao espelho para me examinar. Isto era tao diferente de mim. Se eu alguma vez vestisse isto com a menor das intenções para conquistar um rapaz, eu nunca me iria perdoar.

Isso seria ordinário e eu podia imaginar o olhar de desgosto na cara da minha mãe se ela me visse nisto. Mas eu sentia-me bonita. E todas as raparigas têm o direito de se sentirem bonitas de vez em quando.

“Lia?” Eu congelei de tal modo que quase parei de respirar. A porta tinha sido aberta e o Harry espreitava-me, a sua admiração bem projectada nas suas feições. Os olhos dele passaram levemente pelo me corpo inteiro antes que eu pudesse agir. Ele tinha-me apanhado numa visão vergonhosa. Uma sensação misturada de vergonha e entusiasmo surgiu em mim.

Baby Doll PTWhere stories live. Discover now