Capítulo 7 - Afeto

Začít od začátku
                                    

– Então, tecnicamente coisas que namorados fazem são familiares para você, certo?

– Sim.

– Tem algo que eu gostaria de fazer. Tudo parte do meu teste. – ele diz agora se virando para Hendery.

– Sim?

– Eu posso... – Ten gagueja enquanto revira o olho várias vezes. – Eu posso...

– Você quer me beijar? – Hendery pergunta com um tom bastante calmo e limpo, em contraste com as palavras de Ten, que saiam confusas e enroladas.

– Não é que eu queira te beijar, eu só quero testar uma coisa. Desde que você foi programado para isso acho que não tem muito problema, certo? Quero dizer, você deveria ser meu namorado apesar de eu não deixar, o que é óbvio que não aconteceria porque eu não sou fã de relacionamentos. Eu só fiquei um pouco curioso, também não é como se eu fosse me apaixonar apenas com um beijo, isso seria tão-

Os lábios de Hendery eram macios, Ten enfim pudera constatar isso. Ele vagarosamente vai fechando os olhos até sentir seus próprios lábios mais úmidos. Café. Um beijo com gosto de café. Tudo o que o tailandês conseguia imaginar no momento era estar sentado em uma varanda apreciando um vasto campo, céu azul, ar puro, o vento levemente frio tocando em seu rosto que era equilibrado por uma calorosa e quentinha xícara de café. Uma risada gostosa é ouvida e ao seu lado: Hendery. Ele não precisava de mais nada. Se pudesse pararia o tempo e eternizaria aquele momento. Mas uma coisa o traz de volta à realidade: o aviso dos cem dias de Taeyong. Ele havia cometido um erro ao se permitir ser beijado? Não importava o quanto o garoto ousasse mentir para si próprio, ele estava se apaixonando. Não que fosse necessário um grande esforço para se apaixonar por Hendery. Mas eles eram diferentes no fim das contas, talvez estivesse chamando por problemas.

Quando Ten subitamente se afasta do beijo, o robô apenas o olha por um segundo, sorri e beija sua testa, desaparendo para o quarto a fim de realizar uma rápida recarga. De alguma forma aquele pequeno sorriso fez com que os pensamentos ruins da cabeça de Ten voassem pra longe. Hendery e seu sorriso adorável. Ele era real. O sentimento que ambos compartilhavam um pelo outro também era. Não se aproximar de Hendery por ele ser "diferente" é cruel. Ten sabe o quanto ele quer ser humano.

O único que havia começado tudo era Ten. Ele era responsável por Hendery. Ele o cativou e permitiu ser cativado. Ao lembrar da relação de Sicheng com Yuta, Ten conclui algo: se Hendery possuía mesmo apenas cem dias, então eles já haviam perdido muito tempo, não perderiam mais.

••••

Cochichos começam a incomodar Ten enquanto ele e Hendery caminham pelos corredores da faculdade. Alguns eram altos o suficiente para que ele soubesse o motivo de todo aquele tumulto.

"Nossa, como é alto." "Ele é lindo."

"Moço dos cabelos negros namora comigo, por favor."

Hendery sorri. Era a primeira vez transitando por ali. Ele sempre ficava esperando o garoto do lado de fora, lendo algum livro ou estudando visualmente insetos e flores. "Posso te acompanhar até sua sala?" ele havia perguntado no portão. "Por que não?" Ten pensou, afinal Hendery já havia mostrado que sabia se comportar muito bem na presença de humanos.

"Baixinho, você poderia me apresentar seu amigo?"

"Será que são namorados?" "Não, eu acho que não, eles não combinam."

Ao virar-se para procurar de onde havia saído aquele último comentário, Ten é surpreendido por um toque macio e sente seus dedos entrelaçando-se com os de outrem.

– Hendery, não-

O mais alto dá de ombros e continua caminhando. Ele ouvira também, e apesar de ter ficado animado com todos os elogios, seu humor despencou rapidamente ao perceber que Ten havia sido afetado por um comentário bobo. Pouco importava se ambos eram namorados ou não, visto que sua presença estava chamando tanto a atenção das pessoas de modo que as levassem a duvidar que Ten fosse capaz de conseguir alguém como ele, Hendery queria mostrar que elas estavam enganadas. Muito enganadas. Era como se ele estivesse tentando dizer: "Você acha que nós não combinamos? Olhe como ficamos bem juntos."

Ten normalmente rejeitaria Hendery, ele odiava ser o centro das atenções e depois daquilo comentários certamente surgiriam pelo campus, mas por algum motivo não o fez dessa vez. Talvez fosse porque a atitude de Hendery havia sido nobre. Ele quis ajudá-lo e não o desmereceria em público. Ou talvez fosse porque queria mesmo que soubessem que ele estava com Hendery. A segunda opção era mais provável.

Quando chegam na frente da sala, Ten puxa delicadamente o pescoço de Hendery e lhe dá um selinho. O robô arregala os olhos com tal atitude completamente inesperada vinda do companheiro. Entretanto, aquilo era como deveria ser, desde o início. Ten finalmente havia entendido o motivo de Hendery ter sido criado.

– Você quer que eu o espere?

– Não precisa. Você sabe chegar em casa, certo? Vá para lá e se recarregue. Assista ou leia algo. Eu vou demorar hoje.

– Então vou estar te esperando com um jantar maravilhoso.

Ten sorri. – Faça isso.

A ânsia de chegar logo no apartamento preenchia o peito de Ten durante todo o período em que ele estivera em aula.

Quando finalmente chega no edifício ele para com os dois pés colados e suspira. Um sorriso marcava seu rosto. Ten sempre esteve bem. Ele não havia presenciado de fato acontecimentos que o deixassem triste. Porém, após conhecer Hendery, ele chegou à conclusão de que "bem" não era o bastante e desejava profundamente que todas as pessoas pudessem compartilhar desse sentimento.

Ele destrava a tranca do apartamento e exclama um sonoro "Cheguei!".

Sem resposta.

– Hendery?

Ten joga a mochila no sofá e coloca as mãos na cintura.

– Ha ha! Não tem nenhuma graça. Você pode sair agora, eu não gosto dessas coisas.

Ainda sem resposta.

O celular vibra em seu bolso e o garoto o retira para atender. Era Sicheng. Ele falava com uma voz abafada mencionando algo sobre ele ter permitido que Hendery saísse em outras companhias.

– Sicheng! Fala com mais calma. Eu não estou entendendo você.

Após um momento ouvindo o amigo do outro lado da linha, sua expressão muda.

– Você pode me encontrar lá? Por favor, vá para lá.

Ele desliga o telefone, pega seu casaco e sai correndo.

[continua...]

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