― Minha flor, posso colocar no seu quarto?

― Claro!

Leva a mala e alguns minutos depois, sai portando peças de roupas e uma nécessaire, com a toalha no ombro ele entra no banheiro.

Alguns minutos depois, na verdade... vários minutos depois, ele sai com o cabelo molhado e perguntando onde colocar a toalha molhada.

― Pode colocar pra secar no varal, na área de serviço- digo e aponto a direção.

Clara e Bruno resolvem almoçar fora. Me convidam, mas prefiro não ir. Carlinhos se recusa ir.

― Vou ficar e fazer companhia pra Dri.

― Não se sinta obriga...

― Não vou ficar por obrigação - ele me interrompe- Tô cansado. Acordei muito cedo pra vir.

― Okay cunhadinho- diz Bruno.


Carlinhos passou a tarde encolhido no sofá. Fiquei com pena dele, nosso sofá é pequeno pra ele. No começo da noite Clara o acorda.

― Garoto levanta!

― Cara tu é chata pra caralho! Como tu aguenta?- pergunta ao Bruno.

― Ela não faz essas coisas comigo.

― Não faço porque te amo e você me ama.

― Porra nenhuma! Não enche o saco dele, porque ele te dá orgasmos. Para de dar e você vai conhecer a face do capeta!- ele diz olhando para Bruno.

Todos rimos, menos Clara é claro.

― Seu desgraçado!- ela parte pra cima dele e Bruno a segura.

― Nossa senhora! É sempre assim?- me pergunta o Bruno.

― Sempre! Pensa em dois irmãos unidos... - olho para Carlinhos que continua caçoando da irmã.

― Sorte de vocês serem filhos únicos!- diz Clara.

― Magoou- Carlinhos fala em tom de brincadeira, colocando a mão no peito- Você sabe que em algum local muito fundo desse troço que você diz ser seu coração, você tem amor por mim. Como também sabe que eu amo você. Chata!

Fiz o jantar, todos, por graça de Deus, comemos na maior santa paz. O casal sugere vermos uma maratona de série na TV e eu e o Carlinhos aceitamos.

Como eu já disse, o sofá é pequeno. Dessa forma o casal fica sentado no sofá. O Carlinhos senta numa poltrona/cadeira e eu no chão. Vemos três ou quatro episódios e ouço o som dos estalos, que os beijos do Bruno e a Clara fazem... começo a rir, meio sem jeito.

Olho pro Carlinhos que entende que estou meio incomodada... não seria bem essa a palavra. Mas estou ... acho que chateada... porque eu não posso beijar também. Ele sorri e joga uma almofada no casal.

― Respeita os menores presentes- diz ele.

― Não tem nenhuma criança aqui, que eu saiba- diz ela jogando a almofada de volta.

Eles voltam a atenção pra TV. O Carlinhos resolve me fazer companhia no tapete. Instantes depois os barulhos voltam. Ele me olha e sei que devo estar como um tomate, com vergonha da situação tão normal. Por que estou sem jeito? Já vi os dois em situações bem mais constrangedoras e não fiquei assim. Sera que é o fato do Carlinhos estar aqui me fitando com esses olhos lindos que ele tem?

― Quer dar uma volta?- ele sussurra no meu ouvido- ao menos deixamos eles terminarem o que estão fazendo...

― Okay.

Trilogia : POR QUE NÃO?-Livro 1Where stories live. Discover now