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2. Desespero
Manhattan - New York City - USA, Maio – 2018 às 20h00 PM
Point Of View Harper Westerfield Foster
Acho que a pior sensação do mundo é a sensação de que você está perdendo o controle das coisas. Planos, esforços, realizações, projetos, metas... Tudo parece escorregar por entre os seus dedos, e isso, definitivamente, é a pior sensação do mundo. E nesse instante, confesso, que eu não tenho nem reação. É horrível não saber o que fazer. E isso me faz lembrar de quando me senti assim quando Justin foi preso há alguns anos. Eu não sabia o que fazer e era desesperador pensar que eu estava perdendo o controle e de que eu iria perdê-lo. De que eu não iria conseguir tê-lo novamente comigo e que eu iria acabar perdendo todo o controle do que eu havia acolhido para mim, que eram os seus territórios.
- Você precisa ter calma - Justin diz, baixo, olhando-me parada - O que vou fazer? Eu preciso de você, Harper, não posso lidar com isso sozinho. Preciso de você para lidar com isso. Não sei o que fazer.
Noah chora desesperadamente como se ele estivesse com medo de mim ou de onde está, e Justin apenas nega, balançando-o em seus braços, fazendo-me morder os lábios, nervosa. Eu não sei o que fazer. De verdade, eu não faço ideia do que fazer. Noah abraça Justin com força, mantendo-se grudado no pescoço do mesmo, deixando-me cada vez mais sem reação. Eu preciso reagir. Noah está...
- Ryan está morto? - pergunto, baixo - Caitlin também?
- Frederico mandou matar os dois - Justin afirma - E poupou Noah, mandando-o para mim – suspira, balançando sua cabeça. - Você leu o bilhete, não foi? Ryan pediu para sermos os pais de Noah. Ele pediu para cuidarmos do Noah como pais. Precisamos fazer isso.
Mexo a minha cabeça em sim e respiro fundo, olhando para o bebê.
- Ei - toco suas costas, aproximando-me dos dois - Você... Não precisa chorar - ando para trás de Justin e encaro Noah - Você está seguro aqui - passo a mão em seu rosto, tirando o cabelo de sua testa - Você está seguro comigo.
Seus olhos ficam grudados nos meus e sorrio de lado, vendo Justin virando-se lentamente para conseguir me olhar. Eu peço que ele me entregue Noah e seus olhos param no garotinho, que ergue a cabeça, seguindo-me. Eu o peço que venha e com muita insegurança e medo, Noah estica seus braços, vindo para o meu colo. Eu o balanço, beijo sua cabeça e o coloco deitado em meu ombro, sentindo seu braço rodear meu pescoço e um choro baixo ainda é liberado.
- Eu sei que você não está preparada – Justin avisa, abaixo - Mas nós...
- Nós não podemos deixá-lo, Justin. Preparados ou não... Nós temos que fazer isso. - Afirmo, baixo - E nós podemos fazer isso.
- Você tem certeza?
- Ryan e Caitlin pediram, não foi? - pergunto, fazendo-o concordar - Então nós vamos fazer isso. Ele confiou na gente e confiou em você, então... Ele acreditava em você, e nós vamos fazer isso. Ryan sempre foi o seu irmão, sempre esteve com você e no momento mais bonito da vida dele... Ele estava aqui em New York com você.
