— É bom ter visitas — minha sogra comentou depois de seu primeiro gole. — A mansão pode se tornar entediante sem novas conversas e tenho certeza de que Chloé se cansa de ouvir minha conversa interminável.

Não pude acreditar nos meus ouvidos! A baronesa-mãe sempre foi apaixonada por sua própria voz e suas próprias histórias, falando incessantemente, mesmo que não estivesse fazendo sentido. Eu queria concordar, ah, queria, sim, mas sabia que isso causaria mais conflitos do que os dois segundos de alegria que isso traria para mim. — Claro que não. Você torna meus dias muito mais suportáveis.

Ela me deu um sorriso leve antes de se virar para os nossos convidados e eu pude ouvir a aprovação na respiração do meu marido. Suponho que era seu desejo mais sincero que a mãe dele e eu nos déssemos bem e, para não arrancar meus cabelos, tentei manter a paz.

Isso, e eu não queria tê-la bisbilhotando em minha vida pessoal.

O pessoal da cozinha trouxe o delicioso lanche da tarde que eu tanto gostava, alguns que minha sogra me pediu para não comer, pois eu poderia ganhar um pouco de peso para a minha estrutura e enojar meu marido.

Havia sanduíches de natureza desconhecida, misteriosamente saborosos e bastante deliciosos, e aquele pão-de-especiarias muito especial. Bolo de anjo, que se derretia na boca, e o bolo inglês, seu companheiro mais corpulento, estourando com casca crocante e passas.

Estendi uma bandeja com os famosos bolinhos inglês quentes. — Scones?

Skon, nunca esquone, Chloé — minha sogra me corrigiu distraidamente, como fazia todos os dias.

Ouvi a risadinha da viúva Burgess, mas ignorei-a, embora minhas bochechas ardessem com a correção. Nunca vou pronunciar scones como os britânicos. Mas amo comê-los.

— Para tomar seu chá da tarde como um conhecedor, você deve seguir o conselho de Lady Burgess — disse meu marido, apenas aumentando a minha ira em relação a tal senhora.

— Ah, é? Como exatamente?

A nova risadinha de Lady Burgess não passou despercebida quando ela gentilmente pegou sua xícara. — Não mexa seu chá com sua colher de chá.

— Devo usar o garfo então?

— Os movimentos para a frente e para trás são o caminho correto — ela continuou como se eu não tivesse dito nada, e me mostrou como fazê-lo. Então ela pegou minha mão, seus dedos bem cuidados me segurando com força, como se eu fosse uma criança prestes a quebrar uma colher delicada. Fiz uma careta quando ela moveu minha mão e minha colher. — Imagine que sua xícara é um mostrador de relógio. Agora, mova da meia-noite para as seis horas.

Eu cantarolei na minha cabeça enquanto obedientemente movia a colher de um lado para o outro, imaginando o que os amigos do meu marido pensariam se eu jogasse a colher contra a parede forrada com papel de parede, bem acima da cabeça da viúva Burgess. Detestava ser tratada como uma criança. Eles não sabiam que eu tinha mais experiência no meu dedo mindinho do que em toda a sua vida? Eu aprendi tudo que uma dama deve aprender no convento. E mais, nos braços de Salvatore, experimentei e executei atos que eu tinha certeza que essas mulheres nunca imaginaram, muito menos discutiram.

Quem se importa como mexo meu chá?

E um pensamento estranho insinuou-se em minha mente: O que meu marido acharia das minhas novas habilidades na cama?

Quase ri em voz alta. Oh, sei que ainda tenho muito a aprender, mas o problema é: ele não quer saber de nada. Não, ele só quer plantar sua semente na minha barriga e ver seu herdeiro crescer.

Do Diário da Baronesa 2Where stories live. Discover now