1 capítulo - O Encontro

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-Entre Caty, vou só trocar de roupa e já desço. Fique a vontade não demoro.

Enquanto a observava subindo as escadas correndo e pulando os degraus, observo em sua linda sala uma estante incrível. Sua casa era enorme e encantadora sem contar a mobília que era toda rústica, fazia-me se sentir em outra época.  Não conseguia imaginar quantos livros havia naquela imensa estante embutida, mas eram muitos, não resisti e arrisquei um palpite.

-Nossa, impressionante, deve ter mais de mil livros aí, mas duvido que alguém tenha lido todos eles. Resmunguei.

- Mil e trezentos. Disse a voz atrás de mim. No susto, dei um salto em um único movimento, esbarrando na mesa que estava próximo a estante, onde havia um lindo vaso e por pouco não se transforma em um monte de cacos inúteis.

- Desculpa, não sabia que tinha mais alguém em casa. Minha voz saiu tremula e insegura.

- Não se preocupe, eu que peço desculpas, afinal, fui eu quem a assustou. Disse o rapaz mostrando um breve sorriso segurando o vaso em suas mãos.

Suspirei profundamente... Juro que estava tentando falar alguma coisa, nem que fosse algo idiota, o problema é que as palavras não saiam da minha boca. Nunca tinha visto algo tão lindo e perfeito. Ele era o estranho mais hipnotizante que vi em toda minha vida. Tudo que não estava buscando nesse momento.

- Então, meu nome é Breno, e o seu?

- Catherine, esse é o meu nome, prazer. – Mas quem é você? Ele deu outro sorriso e dessa vez manteve por mais tempo. Tempo suficiente pra eu sentir minhas pernas começarem a tremer. E eu estava torcendo para que ele não estivesse vendo isso. Estava me sentindo ridícula, não estava sentindo meus olhos piscarem, não conseguia desviar o olhar dele, não conseguia disfarçar. Estava me sentindo uma idiota. Ele continuava parado no mesmo lugar, estava de camisa social branca aberta até na altura do peito que contornava seus músculos com uma precisão fora do comum, calça jeans escura em um tom quase preto e sapato social preto. Seus olhos azuis combinavam perfeitamente com seu look. E que combinação.

- Sou irmão da Susan, ela não falou de mim? Acabei de chegar estava viajando. Disse ele estendendo a mão em cumprimento. Não conseguia estender o braço para apertar a mão dele. Estava paralisada. Se ele pudesse ler meus pensamentos estaria gargalhando da minha cara. Juntei todas as minhas forças e em fim consegui apertar sua mão. Ele segurou suavemente e me agraciou com outro sorriso, dessa vez com um toque ainda mais sedutor, o que pensei que fosse impossível.

- Não, ela não falou. Como ela pode não ter falado que tinha um irmão gato assim. Como ela pode deixar de me contar que tinha um tesouro desses na família, sendo que ela era minha melhor amiga a mais de um ano, pensei que não tivéssemos segredos. Há... Mais isso ela vai ter que me contar. Pensei.

- Onde ela esta?

- Ela quem? Ele me olhou erguendo as sobrancelhas confuso.

- Susan? Você não esta aqui esperando por ela?

- Há sim, Susan. Claro! Acorda retardada. Nossa nunca paguei um mico desses.

-Ela esta lá em cima trocando de roupa, fazemos o mesmo curso de informática. Fiquei aliviada por minha voz ter saído.

- Desculpe estou me sentindo meio zonza, acho que vou esperar Susan lá fora enquanto pego um ar. Sinceramente precisava tirar meus olhos dele, ou se não iria perder o controle e agarra-lo. O que tornaria meu mico em um king Kong. Dei alguns passos em direção à porta, e para meu desespero ele me aborda segurando em minha cintura, me deixando bem próximo de seu corpo e mais exatamente de sua boca. Bem abusado para um primeiro encontro. Mas não vou negar que gostei disso.

- Por que você não se senta no sofá, se esta zonza não pode ficar lá fora sozinha. Ele só podia estar brincando comigo. Sério que precisava me segurar? Ta certo que queria me jogar em seus braços, mas será que estava tão na minha cara assim a ponto dele perceber. Ele só podia estar lendo meus pensamentos, ou era um sedutor nato. Ou na pior das hipóteses, eu estava dando muito mole a ponto dele perceber e se aproveitar. E claro que eu não iria reclamar né. Colocando sua bolsa no chão, levou sua outra mão em volta da minha cintura, olhando fixamente em meus olhos, pressionou com um toque suave e preciso. Meu coração disparou, por um instante torci para que ele não estivesse ouvindo. Suas mãos eram tão quentes que não consegui imaginar nada melhor em uma noite de inverno.

- Catherine desculpe a demora, não estava achando a roupa perfeita. Ela estava descendo as escadas correndo assim como subiu, adorava ela, mas nesse momento queria fazer com que ela desaparecesse. Assim que ouço sua voz lanço meu corpo me afastando de Breno, mas não tão rápido como queria.

- Não acredito gritou ela, correndo e pulando nos braços do irmão. Mesmo que tivesse percebido alguma coisa, fingiu ignorar. Pelo menos foi o que pensei até ela pular em sua cintura,  enquanto ele a girava ela olhou pra mim e piscou com um sorriso bem sínico. Senti na mesma hora meu rosto esquentar. Minha vontade era sair dali correndo e nunca mais voltar. Mas uma parte de mim, queria ser ela por um momento só para estar em seus braços.

- Te espero lá fora. Realmente precisava colocar em ordem meus pensamentos e entender o que estava acontecendo.

-Espere Catherine, quero te apresentar meu irmão Breno. Ele me olhou sorrindo e com uma expressão serena ficou em silêncio. Esperava que ele fosse dizer. Já nos apresentamos, mas ele não disse nada. E quem era eu pra dizer alguma coisa naquele momento.

- Passando a mão sobre seus cabelos escuro, liso e aparentemente macio deixando ele despenteado, sorriu puxando ele até mim.

- Breno, essa é minha melhor amiga Catherine... Catherine esse é Breno meu irmãozinho que ficou longe mais de um ano sem dar notícias. Dessa vez consegui estender a mão primeiro que ele.

- Prazer Breno.

- O prazer é todo meu. Disse ele enquanto segurava minha mão pela segunda vez, e com a outra mão tentava arrumar o cabelo que Susan havia deixado fora do lugar, sendo que em nenhum momento estragou sua beleza, pelo contrário, o deixou ainda mais lindo. Senti meu corpo esquentar numa frequência sem controle. Nesse momento a única coisa que podia ver eram seus lindos olhos azuis. Como em câmera lenta senti só nós dois na sala e imaginei nossos corpos colados dançando uma musica lenta. Velas acesas, o vinho sobre a mesa e antes de pensar o grande final...

- Por que você não avisou que estava voltando, a mãe vai ficar louca quando souber que você voltou. Tenho mesmo que ir para o curso, mas não saia daqui, quando eu voltar quero saber todas as novidades.

- Vamos Catherine, estamos atrasadas. Por mim não me importaria de perder o curso, afinal havia um bom motivo. Mas não dependia de mim e mesmo que quisesse dar minha opinião ela saiu me puxando pelo braço. Mesmo sendo arrastada, meus olhos ainda ficaram preso nos seus por mais alguns segundos. Ele acenou pra mim dando tchau, e eu desajeitada joguei o braço em uma tentativa de resposta enquanto passava pela porta. Nunca havia sentido nada parecido, estava tentando entender o que havia acontecido ali. Mas levaria um tempo até processar tudo. Mas uma coisa eu sabia. Estava apaixonada. Ou enfeitiçada pra ser mais exata.


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