She come from miles away
Just to see how you get down
Feels like an earthquake
Every time you come around


-Sabia que os caras ficam loucos quando você chega ou passa? - E eu o olhei confusa.- Ainda mais quando você abaixa para pegar os pom poms ou por causa da coreografia. - Ok, eu estava vermelha, eu tinha certeza que sim, e um vermelho mais para tomate.
-Por isso são tão lesados, ficam loucos por nada, por uma coisa simples. - E ele sorriu de lado.
-Você não é nada simples, Anna, muito pelo ao contrário, é extraordinária. - Achei que iria cair naquela hora, mas continuei firme.
-Obrigada, Thomas - Dou um sorriso e acho que o melhor é sair de perto dele.- Tenho que ir. Tchau. - E sigo para o vestiário.
-Sinto sua falta. - Virei para ele e o mesmo me observava. Não respondi nada, abaixei a cabeça e continuei meu caminho.

Hear 'em sayin' yeah (yeah)
Every time feels like a revival (glory)
So get up, right now
We're comin' for the title


Estava uma loucura, a cada dia que passava, mais louco ficavam os dias. O jogo de sábado era o mais esperado, pois seria com o nosso rival mais irritante de todos, Mercy High School. Já tínhamos uma rixa das grandes, ainda mais Thomas, que saiu no soco com o babaca do Troy. Foi uma sufoco separá-los, e quando conseguimos, Thomas estava com a boca cortada e Troy com o nariz quebrado.

Flashback on.

-Caramba Thomas, qual é a sua? Falei para deixar Troy e esquecer aquele babaca! - Estava dirigindo para a casa dele, enquanto o mesmo estava sentado no banco do passageiro.
-Não podia deixar quieto o que ele falou da minha garota - Olhei para ele rápido e ele pegou o volante e o segurou. - Para esse carro que eu dirijo. - Fiz o que ele mandou e ele desceu do carro, mas eu permaneci nele, sentada e processando o que tinha acabado de ouvir. -Anna? - Olhei para ele e acordei do meu devaneio, desci do carro, só que ele não deixou eu sair de sua frente, segurou minha cintura e me olhou nos olhos. - Eu ainda te amo. - E foi um soco na boca do estômago.
-Melhor irmos, Thomas, está tarde e meus pais me esperam. - Mudei de assunto, não poderia voltar com o que prometi a mim mesma.

Flashback off.

Por que estou lembrando disso? Isso não é coisa de se lembrar, ainda mais agora que tenho que arrumar as coisas para sábado e isso incluía em estudar e fazer meus deveres e trabalhos para não acumularem, sem contar gravar minhas falas da peça de teatro do mês que vem.
Quando estou quase terminando de fazer a lição de história, meu celular apita, olho no visor e é uma SMS de Thomas. Penso em abrir, mas acho melhor não. Termino minha lição e começo a fazer meus trabalhos.
-Querida, fiz um lanche para você. - E Marie deixa na mesa um sanduíche com um copo enorme de suco.
-Obrigada, tia - E ela me dá um beijo na testa e sai do meu quarto. Ela era a governanta da casa, sempre cuidou de mim, os meus pais a adoravam.
Quando terminei tudo, já era tarde, então escovei os dentes, coloquei um pijama e caí na cama, estava cansada, tinha treinado com as meninas, ajudado no teatro, depois feito os meus deveres, trabalhos e gravado falas, é muita coisa para uma pessoa só. Estava quase pegando no sono quando escuto baterem na porta, levanto e vou até a mesma, abro e o corredor está vazio. Aquilo me assustou um pouco, podia jurar que bateram na porta, então a fechei e quando me virei vi uma silhueta na varanda, dei um gritinho.
-Anna, sou eu. Thomas - Fui correndo até a porta da minha varanda e lá estava ele.
-Seu babaca, quase me matou de susto! – dei-lhe vários socos e ele se protegeu deles.
-Filha?- Ouvi minha mãe no corredor.
-Droga, Foster - Ele olhou para mim com cara de "foi mal" - Vem, se esconde aqui. - E o puxei para dentro do meu closet.
-Filha?- E a minha mãe entrou no quarto, por sorte estava fechando a porta do closet a tempo.
-Oi, mãe - Sorri e ela sorriu.
-Está tudo bem? Ouvi você gritar. - Ela parecia preocupada, e sabia muito bem o porquê.
-Está sim mãe, pesadelo. - Sorri amarelo para ela e ela me chamou com as mãos, fui até ela e a mesma me abraçou.
-Filha, sei que você sofreu quando o Thomas foi embora, mas agora ele está aqui e...
-Mãe, não. Não tem nada a ver com o Thomas, foi apenas um pesadelo bobo. Estou bem. - Me afastei dela e ela assentiu.
-Se você quiser conversar mais sobre isso, saiba que estou aqui, meu amor - Ela beijou minha testa e saiu do quarto. Caí na cama e fiquei encarando o teto.
-Você sofreu?- Levantei rapidamente, tinha esquecido por alguns segundos que ele estava aqui.
-Melhor você ir embora. - E segui para a porta da varanda.
-Me responda Anna, você sofreu?- Não queria responder aquilo.- Responda!- Ele falou mais alto.
-Sim, sofri, Foster. Agora vá embora, por favor. - Pedi com os olhos cheios de lágrimas e ele assentiu, passou por mim e deu um beijo em minha bochecha.
-Também sofri. - E ele foi embora. Fechei a porta e deitei em minha cama chorando, e adormeci com vontade de tê-lo aqui comigo.

[...]

Hoje era o dia. O dia do jogo mais esperado de todos. Olhei-me no espelho, com o meu uniforme de líder de torcida vermelho, cabelo preso em um rabo de cavalo e maquiagem leve e estava perfeita. Sorri com meu reflexo, peguei o meu celular e tirei uma foto, postando logo depois em minhas redes sociais.
-Vamos, filha?- Olhei para a porta e lá estava meu pai.
-Sim, pai – abracei-o de lado e seguimos para o carro, onde minha mãe já nos esperava. Chegamos na frente da escola e ela estava uma bagunça, dei um beijo em meu pais e fui até o vestiário ver as meninas.
-Que bom que você chegou, Anna, Sierra veio desesperada.
-O que aconteceu?- Perguntei, pois coisa boa não era.
-Crise!- Saí correndo para o corredor até o banheiro feminino.
-Cindy?- E ouvi uma fungada.- Cindy, flor, vem aqui. - chamei com calma.
-Não Anna, eu sou um desastre. - Segui sua voz e a encontrei na cabine de um dos banheiros.
-Você não é não.- Tentei acalmá-la.- Abre aqui pra mim - E não demorou muito para aparecer uma Cindy com a maquiagem borrada e rosto todo molhado por suas lágrimas na minha frente.- Não chore, sei que você está nervosa. É normal, até eu estou, mas você tem que respirar fundo e pensar que você é sim capaz de fazer isso. - Ela assentiu como se fosse uma criança.
-E se eu errar a coreografia? - E ela voltou a chorar.
-Ei, você não vai errar nada, e se errar, errou. Não tem problema - Ela sorriu.- Isso, sorria, agora vamos lavar esse rosto e arrumar essa maquiagem.- E ela foi lavar o rosto e depois a levei até o vestiário feminino e as meninas arrumaram sua maquiagem.
-VAMOS LÁ, LION HELL! - Gritávamos como nunca para os meninos. E devo admitir que meu olhar não saiu de cima do Foster. Ele estava lindo naquele uniforme.
-VAMOS LÁ, GAROTAS, É UM, DOIS E TRÊS - E fizemos a coreografia antiga para a torcida e ela ia a loucura, e quando terminamos gritamos "Lion Hell" e a torcida gritou junto. A equipe rival fazia a mesma coisa com a sua torcida, mas modéstia a parte, os Lion Hell eram melhor.

Pom PomsWhere stories live. Discover now