Seu chefe era o Diabo em pessoa, um especialista em fazer de sua vida um grande inferno e por mais que quisesse não podia escapar dele, era o único que tinha durado tanto tempo, aquele capaz de lidar com seu perfeccionismo extremo, sua personalidade...
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Sua rotina começava as 4h da manhã, não era esse o seu horário de trabalho, na verdade tinha que entrar às 7h, mas aprendeu da pior forma que nunca estava adiantado demais. O dia do seu "precioso" chefe só começava quando ele tomava o seu café, tinha que ser o primeiro café feito na sua cafeteria preferida e por mais incrível que possa parecer, ele era capaz de saber se aquele era o primeiro café ou não, novamente aprendeu isso da pior forma possível. E para que tivesse uma manhã harmônica era bom se certificar que aquele maldito café foi entregue a tempo ou o dia seria um desastre atrás do outro, pela terceira vez, ele sabia, aprendeu isso da pior forma.
Não houve nada diferente na sua manhã, acordou cedo, se arrumou, conferiu se todos os documentos importantes na sua pasta ainda estava lá, pela quarta vez, junto a todas as coisas que precisaria e pegou um táxi até a Cafeteria, que ficava em frente a Firma, que trabalhava. Esperou os funcionários chegarem e entrou, pedindo o de sempre, depois seguiu até o seu prédio, que ficava do outro lado da rua. Cumprimentou o segurança, pegou seu crachá, para poder passar pela catraca e seguiu para o elevador, o último andar.
Encarava fixamente o copo de café branco, que tinha escrito o nome de seu chefe, para identificação, já que também pedia o seu capuccino com canela. Enquanto o elevador subia até o andar que queria, estava indeciso entre cuspir ou não no café dele, todo dia era a mesma tentação, mas o seu lado moral, dizia que não era certo e por este motivo acabava não fazendo nada, hoje não seria diferente. Seus colegas de trabalho ficariam decepcionados ao saber que mais uma vez, ele não havia feito, mas já estavam acostumados, então tudo ficaria bem, mas teria boas mensagem em seu grupo do Whatsapp, principalmente de Anúbis, mandando ele parar de ser frouxo. A reputação do Dr.Drakos não era das melhores entre os funcionários, porque ele era cruel, perfeccionista, frio e insensível em outras palavras o próprio diabo em forma de gente, muitos chegavam a pensar que era exagero, até conhecê-lo de fato. Mas claro, que havia uma parcela que realmente gostava dele, não era que ele era um chefe ruim, era só que ele era esmagadoramente cruel, a qualquer erro pequeno, era como se tivesse sido anunciado o fim do mundo, ou em outras palavras, sua demissão, não havia segundas chances com ele, nunca.
Trabalhava na Drakos Telles a quatro anos, era o Assistente do Diabo e foi o único capaz de durar tanto tempo no cargo. Por que o Dr.Drakos era terrível, em todos os sentidos da palavra, a verdade é que seu horrível mau humor, personalidade difícil, seus pedidos repentinos e absurdos, como por exemplo, quando teve que voar de NY até o Texas, para convencer um juiz a assinar um determinado acordo, o que obviamente não é sua função, mas o Dr.Drakos disse que ele tinha que fazer isso, por que precisava que isso fosse feito urgentemente e não tinha tempo para lidar com gente incompetente, nesse momento não soube se ele estava o elogiando ou arrumando um motivo para uma futura demissão, enfim era um feito grandioso, ainda está trabalhando com ele, pois era muito difícil lidar com aquele ser. Sempre tinha essa estranha sensação de que ele sempre estava buscando um motivo para lhe demitir, com trabalhos impossíveis e uma extensa carga horária, com muito foco e determinação conseguia cumprir os prazos absurdamente curtos que ele lhe dava para finalizar um trabalho. No fundo sentia que ele o odiava, isso não o magoava, até porque o sentimento era mútuo, era uma infelicidade que passava a maior parte do seu dia ao lado dele.
