Camadas (Layers)

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 pilula = input('digite a para azul e v para vermelha')

if(pilula=='a'):

     print('segue até a toca do coelho')

else:

     print('continue acreditando no que quiser')

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O Coruja Gavião, do alto de um contêiner, assistia ao desembarque de uma encomenda esperada. Ao longe, nas docas, um grupo de pessoas era recepcionado por bandidos. Trafico humano, uma das modalidades criminosas mais repugnantes, mas, também, uma das mais lucrativas. De modo furtivo, o vigilante foi se aproximando dos bandidos pouco a pouco. Ele se aproveitava das sombras da noite para se manter despercebido. O plano corria como o esperado, até que uma adolescente gritou de susto assim que o percebeu. Por mais que uma parte dele quisesse, Coruja Gavião não podia culpar a garota. Pela ótica dela o vigilante podia ser uma ameaça igual ou superior aos seus captores. Ainda mais vestido assim.

O Coruja Gavião não tinha habilidades especiais, a não ser aquelas adquiridas com muito treino. O vigilante não podia voar, soltar raios dos olhos ou muito menos parar um trem com as mãos. Porém, o Coruja Gavião era um artista marcial sem igual e tinha ao seu dispor o que havia de melhor na tecnologia militar. Seu uniforme, de um material flexível superior ao kevlar tradicional, podia aguentar um disparo de Magnum a queima roupa.

Assim que os bandidos viraram suas metralhadoras e seus fuzis em sua direção, o Coruja Gavião soltou de seu cinto de utilidades várias bolas metálicas que liberavam um gás lacrimogênio de alta eficiência. O vigilante agiu rápido, ele derrubou os seus adversários atacando seus pontos de articulação e bloqueando suas vias respiratórias.

- Nossa, ficou muito bom. - Após concluir seis horas de análise, Thomas Anderson retirou o seu capacete de realidade virtual e o descansou em sua mesa de trabalho. Com trinta e poucos anos de idade, Thomas custeava o seu sustento trabalhando como programador e, como freelancer, sendo beta tester de games. Ele não precisava de muito dinheiro, já que morava sozinho em um apartamento pequeno e não tinha família. Assim que terminou de jogar o game Coruja Gavião, Thomas fez um relatório dos erros que percebeu no jogo e o enviou aos seus empregadores.

- Incrível, né? Os personagens do jogo nem sabem que vivem em um mundo que não é real. - Thomas usou um chat para enviar o seu relatório e, por coincidência, um grande amigo seu estava online. Seu nome era Morfeu, ou assim dizia sua conta na rede social. Thomas gostava muito dele, mas achava que ele vivia muito no mundo da fantasia.

- Como assim? Personagens de jogos são só amontoados de linhas de comando. Não têm consciência.

- Veja só: hoje já podemos criar simulações virtuais do mundo real que são quase indistinguíveis da realidade. Como esse jogo que você tá jogando aí. Agora imagine o que alcançaremos daqui a cem, mil anos. E se já estivermos em um futuro onde seres evoluídos criaram uma simulação e nos colocaram nela? Será que nós vivemos em um mundo holograma? Uma versão maior de Coruja Gavião?

- A gente conversa mais depois, tenho que ir. - Como a maior parte da sua função era feita em casa, Thomas tinha a comodidade de escolher qual era o seu horário de trabalho. Aquela tarde só ficou livre porque Thomas virou a madrugada anterior trabalhando. Nas horas livres que se seguiriam, Thomas planejava se encontrar com uma mulher que conheceu em um desses aplicativos de relacionamento.

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A mulher vestida de couro preto corria pelos telhados das casas. Ela saltava de telhado em telhado com uma desenvoltura inumana. Sua habilidade física só era comparável com a dos homens que a perseguiam. A visão não era das mais comuns, um trio de terno e gravata correndo e pulando sem demonstrar desgaste físico. - Eles me interceptaram antes que eu pudesse chegar no alvo. Preciso de um ponto de saída. - A mulher falava ao celular. Um modelo moderno, com tela transparente.

Matrix: Versão BetaWhere stories live. Discover now