PRÓLOGO

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Por mais que vivas, a experiência é que te ensina... A nunca olhar para baixo... Porque as bênçãos vêm de cima.

Se quiser conhecer um povo e não puder viver com ele seu cotidiano, debruce-se sobre suas produções simbólicas ao longo dos tempos e chegará, com certeza, às suas idéias, a seus hábitos, a seu modus vivendi. Enfim, terá os elementos de construção de sua história; isso porque uma obra, seja uma pintura, uma música ou um livro, sempre é uma condensação das experiências de seu autor, mergulhado nas idéias circulantes ao seu redor, tecido cultural do qual faz parte permanentemente como ator social: seja como criador, como co-autor, como defensor, seja como crítico ferrenho, como aquele que faz a ruptura, como o que instaura o novo, ou o que inaugura a antinomia do código reinante.

Engana-se aquele que supõe que o pensamento novo não foi gestado a partir das idéias circulantes, a partir do que se chamaria de velho, do já conhecido. Nenhuma produção humana, nenhuma idéia nasce do nada.

Ironicamente, por favor deixem correr o marfim, pois em verdade vos digo que estou a transmitir a minha UTOPIA (assim eu a designo) para a nossa geração, mas lhes garanto que estou a transmitir para as gerações vindouras. Com efeito, só e somente, essas terão a possiblidade de assinalarem de encaixar neste MODUS VIVENDI.

Pois em verdade vos digo que a demente ideia dos nossos antecessores terem atribuído à entidade infinita criadora o pensamento dicotómico foi o mais crasso e abominável erro cometido pelo homo-sapiens. De facto, por natureza intrínseca, o universo da matéria finita é dicotômica; este, sentindo-se impotente, dadas as suas limitações quer intelectuais quer técnicas de compreender e explicar os fenômenos manifestados por esta natureza da qual ele é parte integrante e sente na carne os efeitos, ora benéficos ora malignos; este, impotente sem alternativas de quaisquer interpretações para explicar os fenômenos ocorridos à sua volta...

O amor tem limites. Nós sabemos disso. Nós os derrubamos, os levantamos, e os derrubamos de novo. Mas precisa ser desse jeito? Não podemos aprender? Não podemos ser corajosos? Não podemos acreditar? Por que, talvez seja tudo que precisamos – um pouquinho de coragem, um pouquinho de esperança, acreditar um pouquinho. Talvez não existam limites se escolhermos não vê-los. Talvez o amor seja ilimitado se nós formos corajosos o bastante para decidir que o amor não tem limites. Talvez haja felicidade suficiente para todos. Ou talvez.. me dê um minuto...

MODUS VIVENDI.Where stories live. Discover now