Olhei nos olhos de Isaac (Newton), pedindo em silêncio para que continuássemos a conversa depois e ele assentiu ao mesmo tempo que me dava um leve sorriso.

Peguei minha mochila e segui o professor.

...

Enquanto passávamos pelos corredores, vi as amigas de Aline colando cartazes com o anúncio de uma festa que acontecerá daqui uns dias, na casa de Aline.

Espero todos vocês! dizia em baixo, com um emoji.

As estrelas coloridas davam destaque e deixava o cartaz bem convidativo.

Bom, se diz TODOS quer dizer que também estou convidada, não é?

Qual é, aquela raiva que ela tinha por mim devem ser águas passadas.

Eu bem que poderia ir...né?

-E então, Eliz?- nem percebi que já havíamos chegado na sala de aula- Nervosa?

-Olha, até que tô tranquila.- sorri- Aprendi muito com o Isaac e tô confiante.

-Que bom. Amanhã na terceira aula está bom pra você?- ele perguntou, folheando alguns papéis.

-Sim. O senhor não vai se decepcionar!

...

As aulas passaram voando e finalmente eu poderia ir pra casa.

Vi o Isaac de longe na saída mas resolvi que ligaria mais tarde para conversarmos.

Fui no local onde guardam as bicicletas e o inesperado aconteceu:

-Cadê a minha?

Ok, Clara deve ter levado embora pensei comigo e chequei as mensagens caso ela tenha avisado.

Nada.

Atravessei a rua e torci para não chover pois o caminho seria longo.

Aline passou em um carro com as amigas, o som alto demais, e buzinou.

Fingi não ouvir, o que era impossível, e continuei a caminhada.

Já estava voltando a contar a tabuada mentalmente quando cheguei.

-Oi filha.- cumprimentou minha mãe vindo ao meu encontro na calçada.

-Mãe, a minha bicicleta...

-Sua irmã está com ela. Parece que a dela está no mecânico.

-Ah, entendi.- Custava ter me avisado, Clara?

-Estou indo no mercado.- me deu um beijo rápido na bochecha e saiu apressada.

Entrei em casa e Clara estava em pé em frente a TV, falando no celular.

Assim que me viu, desligou a ligação.

-Eliz, você pode fazer o jantar hoje a noite?- por enquanto nenhuma justificativa sobre a bicicleta.- É aniversário de casamento dos nossos pais e eu disse para não se preocuparem com nada. Eu vou precisar sair...- se distraiu com uma mensagem que chegou em seu celular.

-Tudo bem. Até tinha esquecido que era aniversário deles.- sorri com a lembrança das outras datas. Sempre demonstraram o amor que sentem um pelo outro. As pessoas deviam ser assim.

-Vou sair pra jantar com o Hugo.- ela disse, tirando finalmente a atenção do celular.

-Ah ta.- vi que estava indo para o seu quarto e a chamei: -Clara, não tem nada pra me contar?

Nos encaramos e senti o nervosismo de ouvir as palavras: eu e Hugo estamos juntos.

-Sua bicicleta tá na garagem.- e entrou no quarto.

Permaneci parada, tentando ter uma ideia do que iria fazer no jantar.




Algodão doce Where stories live. Discover now