Foi um longo dia de trabalho, um exaustivo dia de tomada de decisões importantes. Herdar o título e o dinheiro nunca foi discutido, foi para isso que fui criado, preparado desde o nascimento para herdar a honraria de ser um conde e cuidar das finanças da família.

Filho único de uma família pequena, alguns primos distantes, vivendo suas vidas e meus pais mortos um depois do outro em pouco menos de um ano.

O tipo de amor que não posso negar que exista, mas que não aceito vivenciar de modo algum. Quando minha mãe ficou doente eu o vi definhar com ela, não viveu mais do que quatro meses sem ela, um amor cheio de dependência que nunca compreendi.

Ele se retirou dos negócios assim que ela adoeceu e não tive tempo de escolher nada se não assumir tudo. Vinte e nove anos e toda a responsabilidade de um pequeno império e um titulo que sempre foi tão significativo para eles.

Fiz um juramento ao meu pai, Thomas Branson o conde de Comberland continuaria a ser sinônimo de honra e respeito na sociedade Britânica e isso inclui tantas e pequenas convenções e tantas e irritantes renúncias.

Casar é uma delas, aos trinta e um anos, parece que fica urgente a necessidade de me unir a uma mulher em casamento e as fofocas sobre uma futura condessa de Comberland já circula aos sussurros pelas pequenas rodas de conversa. Estranhamente isso influencia também meus negócios, é preciso ganhar de novo a confiança do mercado financeiro que meu pai teve e antes dele meu avô e todos os Bransons ao longo do século.

O mercado não confia em um solteiro e rico homem de trinta e poucos anos, isso é fato e já começa a ter efeitos em minha vida.

Aceito o calvário, fiz uma promessa a meu pai e vou cumprir, mas não tenho planos de vivenciar qualquer coisa que se pareça com a prisão que foi o amor que meus pais dividiram, não tenho planos de me casar com alguém do meu circulo de relação, de modo algum quero a sociedade local discutindo sobre como as coisas funcionam dentro dos muros de Comberland.

Uma jovem e rica americana com bom nome será o ideal, é útil de tantos modos que não consigo pensar em outra situação. Distante o bastante dessa sociedade com suas madames casadouras que disputam a chance de me conquistar sem modos e descaradas. É quase como mergulhar no século dezenove, constrangedor.

Com uma americana, a barreira do idioma não existiria, vantagem certamente. Uma união entre um Branson e algum nome importante americano deixaria o mercado animado, para os negócios seria sinônimo de expansão, sem dúvidas.

Charlotte Thompson até pareceu boa ideia a princípio, mas depois de sua recusa eu me dei conta que seria um grande erro, era uma jovem bonita e bem educada, mas também uma mulher contemporânea, independente e que não aceitaria viver sob o julgo dessa pequena e conservadora sociedade.

Felizmente descobri á tempo que o casamento jamais passou por sua cabeça, o tempo todo foram seus pais a negociarem a união. Vergonhoso da parte deles, uma ofensa a ela e a mim. Jamais tive interesse em um casamento forçado, é um bom negócio, apenas isso e como todo bom negócio, precisa agradar as duas partes.

Relações cortadas com os Thompsons, vida seguindo em frente. O novo contrato está nas mãos do Gregori que voa nesse momento para os Estados Unidos para acertar tudo com Jane Lincoln.

Estou convicto da minha decisão, ela parece ser uma moça educada nos mesmos termos que eu, ao menos é o que Margareth Lincoln garante. Talvez eu devesse ter ido pessoalmente conhece-la, mas com todo o trabalho acumulado e a impossibilidade de deixar os negócios, viajar estava fora de cogitação e o plano de me casar em seis semanas só pode ser realizado se o contrato for assinado logo.

Aliança(DISPONÍVEL até 19/02)Where stories live. Discover now