Ariana - Bem vinda, ou não?

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    O alarme tocou cedo aquela manhã, e por pouco eu não joguei meu celular na parede na tentativa de parar o som irritante.
     Me arrastei para o banheiro, e tomei um banho morno para revigorar as energias.

  Me aprontei rapidamente, nada exagerado para não passar uma impressão ruim. As malas estavam ao lado da porta, e só de olhar para elas eu entrava em um estado de nervosismo incomum.
     Ir morar em uma casa repleta de desconhecidos, qualquer um acharia que isso é uma má ideia. Porém é trabalho não é mesmo?
 
  Na despedida, Sthefany parecia querer chorar a qualquer momento. Não era um adeus, eu voltaria para o fim de semana. Mas ainda assim, vai ser estranho ficar longe dela, moramos juntas há tanto tempo.

— Jura que vai me ligar todos os dias? — perguntou, e eu sorri.

— Ligar eu não sei. — Ela me lançou um olhar severo. — Mas juro que mandarei mensagem todos os dias. — garanti enquanto saíamos com as malas.
     O táxi parou a nossa frente, e ali a ficha finalmente caiu. Estava chegando a hora de conhecer as crianças.

— Tudo bem então. — Sther olhou de mim para o táxi, ela ainda estava tentando aceitar os termos do meu novo emprego. — Vou sentir sua falta. — falou segurando minhas mãos.

— Eu volto para fim de semana. — digo. — Se cuida, e não coma apenas besteiras. — Alertei e ela riu.

— Você está começando a parecer a minha mãe falando. — revirou os olhos com um sorriso debochado. — Cuide-se também, e eu vou esperar boas fofocas para o final de semana. — contou me fazendo rir.
    Óbvio que ela esperaria, e provavelmente eu terei já que as crianças daquela família não tem uma fama muito boa.

—Beijos, te amo. Até Sábado! — me despedi.

  Nos abraçamos mais uma vez, o mais forte possível. Me afastei acenando um tchau, antes de entrar no táxi. O trânsito de Nova York não é um dos melhores, demoramos um bom tempo lá. Seria cômico chegar atrasada logo no primeiro dia.
    No fim da viagem, o taxista me ajudou a levar as malas até o portão. O que me fez lhe dar gorjeta a mais pela gentileza.

Haviam muros altos, cobertos por uma espécie de planta trepadeira. O portão de ferro escuro era totalmente fechado, de forma que não se dava para ver nada de seu interior. Toquei o interfone, esperando a resposta que logo chegou.

— Identificação. — Uma voz masculina pediu.

— Ariana Cooper — informei, ouvindo um ruído eletrônico soar.

  O portão se abriu automaticamente, peguei minhas malas e entrei, ouvindo o ruído novamente enquanto o portão fechava. Parei por um instante, prestando atenção nos arredores. Meu queixo quase foi ao chão.
   Duvidava que as pessoas que moravam aqui um dia saberiam qual era a sensação de por água no shampoo pra durar um pouco mais. Obviamente eles eram tão ricos que já não tinham o que fazer com tanta grana. E a arquitetura do lugar esfregava isso na cara de pessoas como eu.

— Bom jour, senhorita. — levei um leve susto ao notar o senhor que se juntou a mim.
   Pele clara, ombros curvados numa postura perfeita, e muito mais alto do que eu. A calvície evidente na parte superior do crânio. Ele parecia um personagem de desenho animado.

— Acho que tive um mini infarto. — brinquei. Ele me analisou, como se tentasse entender que tipo de pessoa eu era.

— Perdão, eu fui encarregado de recepcionar-la. — informou e eu apenas acenei. — Vamos, por aqui. — disse, e eu o segui.

O senhor me ajudou com as malas até o hall, onde pediu para que outra funcionária as guardasse enquanto me levava para um pequeno tour pela propriedade. Não reclamei, nem ousei a dizer nada. Tudo naquela casa gritava imponencia, e eu não estava acostumada a esperar coisas boas de pessoas que tem essa condição de vida. Geralmente elas pensam que não existem limites para os seus desejos.

O MEU QUERIDO CHEFE - Livro 1 - Em Revisão.Waar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu