Stranger

Capítulo 43

- Você assiste essa porra?

- Todas as pessoas da nossa idade já assistiram dezenas. No mínimo – Explicou-se, notando que Alan estava incomodado.

Ele bufou, cruzando os braços.

- Você não transa comigo, mas deve bater punheta para os outros fodendo.

- Bater punheta? Está se referindo a masturbação? Pois eu não faço isso a 9 anos.

Alan ergueu uma sobrancelha, sabendo que esse era o tipo de Gael, mas ainda um pouco cético. Isso soava estranho demais... Será que ele tinha polução noturna?

- Eu estou assistindo não para me estimular visualmente – O alfa se explicou, reparando que ele não mudaria de ideia. – Eu estou assistindo para adquirir experiencia através da experiência alheia. – Colocou a mão no queixo, dando risinhos. – Isso é paradoxal, não é?

- Por que você quer experiência? – Interrompeu, se jogando no sofá ao lado de Gael que desviou o olhar, corando.

- Para poder... bem, você sabe.

- Sexo – Completou, dando um sorriso malicioso e se inclinando para mais perto do seu alfa. – Você quer ter sexo?

Ele encolheu, sentindo a respiração quente de Alan em seu pescoço. Ele tinha plena noção da presença dele. Tanta que, a algum tempo atrás, quando os dois estavam em sua casa, Alan se esfregou propositalmente em sua coxa enquanto assistiam filme: e começou a gemer baixinho, fazendo movimentos tão parecidos com o de sentar que ele sentiu seu membro ficar duro. E então ele empurrou Alan para longe, correndo até o banheiro.

E Gael fez a mesma coisa de novo: se levantando para não o sentir tão perto.

- Você realmente conversa sozinho.

Alan franziu o cenho, antes de abrir seu sorriso de mil e um dentes.

- Está se desviando do assunto?

- Eu vi você masturbando-se em minha cama. A algumas semanas atrás. E você estava chamando meu nome e dizendo que eu jamais iria querer "fodê-lo".

Alan arregalou os olhos, fazendo um perfeito "o" com a boca. A consciência foi tomando conta os poucos, e quando percebeu sua língua tinha endurecido e precisou fazer um enorme esforço para falar:

– Foi um deslize.

– Isso me fez perceber que você quer sexo comigo – Comentou, alheio ao choque elétrico que Alan estava recebendo. – Então, definitivamente eu preciso trabalhar na superação dessa minha resistência.

– Oh, porra... Deve ter sido chocante para você – Sussurrou, a voz tão trêmula que teve que engolir em seco.

– Não. Eu já o vi tendo sexo com Elias, além de vê-lo masturbando-se no antiquário durante seu heat.

Alan colocou a mão em frente aos olhos, completamente constrangido. Gael estava neutro e calmo, enquanto seus órgãos pareciam se retorcer pela euforia.

– E-eu... eu sinto muito... – Gaguejou, mordendo seu lábio com força, evitando não sair correndo dali como um gato assustado.

Gael, ao notar o quão trêmulo Alan estava, se ajoelhou em sua frente, segurando suas mãos e roçando-as delicadamente nos seus lábios. O ômega tentou tirá-las, mas ele não deixou.

– Porquê? Seu corpo é lindo e você deixou seu cheiro em minhas roupas. Quando eu estou agitado por algum projeto imprevisível, eu sinto seu aroma e minha respiração volta a ficar compassado de novo.