Uma noite especial...

Começar do início
                                    

            — Sim, claro. — concordou meu pai. — Se afaste Rachel.

            Eles começaram a dizer algumas palavras estranhas. Meu pai fez o mesmo. Acenderam as velas negras e mais incensos, cobrindo a sala como uma névoa densa.

            Eles repitiam aquelas frases cada vez mais alto. Estava assustada... O que eles estavam dizendo? Passaram alguns minutos e eu só desejava sair dali correndo e me esconder embaixo dos cobertores da minha cama.

            De repente eu vi algo estranho no meio da névoa branca. Uma pessoa de preto, ao lado do caixão da minha mãe. Olhava para ela calmamente. No começo achei que era um dos amigos do meu pai, mas vi que estava errada quando ele virou o rosto, e de dentro do capuz negro eu pude ver seus olhos vermelhos, brilhando.

            — Seu pai está louco. — ouvi uma voz distante em minha cabeça, parecia daquele ser aterrorizante. Mas era calma e acolhedora. — Ele não sabe o que está fazendo.

            — Sua mãe está morta. — disse uma voz meio esganiçada. — Não há como ressuscita-la. Ela não voltará, o tolo do seu pai devia saber disso.

            — Eles não são merecedores de milagres. John nunca foi um bom homem, apenas se lembrou de Deus quando viu sua mulher morta, antes disso até zombava dele.

            — Seu pai é um monstro.

            Estava com raiva dele por estar dizendo aquelas coisas do meu pai, mas não pude deixar de sentir uma estranha sensação. Eu concordava com algumas coisas que ele falava.

            — Seu pai está cavando sua própria cova... Magia negra, bruxaria, não é algo que um homem como ele desejaria se envolver.

            — Acabe com isso. — disse a outra voz. — Todos aqui são assassinos, você quer que seu pai se torne um?

            — Não! — respondi gritando, mas nem meu pai, nem nenhum dos seus amigos escutaram. Estavam ainda gritando aquelas palavras.

            — Seu pai é um mentiroso. Foi enganado pelos demônios, estou dizendo a verdade para você, pequena Rachel. Sua mãe se foi, e é melhor deixar assim, você não gostaria de ver no que ela se tornou.

            — Sua mãe não voltará. Seu pai é um mentiroso. — ouvi outras vozes repetindo em eco.

            — Meu pai nunca mentiria para mim. — consegui dizer, já estava chorando, mas ninguém se importava.

            — Você acha isso? — disse a voz esganiçada. — Pobre Rachel, sempre iludida e enganada por todos.

            — Seu pai lhe contou que irá te matar? — ouvi várias vozes repetirem como um grande eco “irá te matar... Te matar... Matar” — Pobre criança, você não merece o pai que tem, mas quem disse que a vida é justa, por isso eu prefiro a morte. A morte vem para todos, não há distinção para ela.

            — Meu pai não vai me matar!

            — Não me faça rir, garota burra. — a voz esganiçada parecia rir. — Olhe naquela mesa atrás do seu pai, ele usará aquela faca para te matar.

            Olhei e senti um aperto no coração, havia uma longa faca, com a lâmina brilhante e pontuda, lembrava aquelas adagas de filme e era enfeita com ouro e pedras vermelhas, como diamantes rubros. Será que era verdade?

Chegaste ao fim dos capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Nov 11, 2014 ⏰

Adiciona esta história à tua Biblioteca para receberes notificações de novos capítulos!

A Garota VermelhaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora