– Ah! Um ômega! – Ele não sabia se acuava ou ficava amuado por ele ser um ômega. Um ômega perto de Gael. – Eu percebi que você choramingou, mas naquele momento eu não saberia diferenciar de um rosnado baixo. Eu estava muito nervoso.

– É natural. Mas você saiu-se muito bem.

– Você gostou? – Natã voltou com aquele seu jeito "flerte sutil". Mas Alan conhecia muito bem essa brincadeira estúpida. Cada passo e cada detalhe. E ele não estava gostando nem um pouco.

– Evidentemente. Eu elogiei-o muitas vezes.

– Oh, sim! Você é sempre tão gentil comigo...

– Vocês vão ficar hoje no observatório? – Cortou novamente, olhando torto para Gael que não entendia porquê Alan parecia um alfa em rut defendendo um ômega.

E então ele fodeu com tudo quando alertou:

– Você estava ouvindo nosso diálogo? Isso é desrespeitoso.

– O quê?! Você queria eu tampasse meus ouvidos? – Virou-se impetuoso, fazendo Gael entreabrir os lábios. – E além do mais, você tinha prometido que ficaria comigo em casa.

– Eu sinto muito, Natã... Mas – Começou, percebendo lentamente que era isso que Alan queria.

– Leve Alan conosco – O ômega falou, olhando Alan friamente. – Tenho certeza que ele adorará aprender sobre a posição da lua.

Alan sorriu com mais frieza ainda, e Gael sentiu uma atmosfera constrangedora no ar.

– Certamente. Eu ficarei extremamente agraciado.

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Agraciado porra nenhuma. Aquele tinha sido um dos piores dias da sua vida.

Natã e Gael pareceram formar o clube dos cientistas bizarros e ficaram a noite toda... TODA falando de teorias da mecânica quântica, bioastronomia e até deduziram cálculos.

Aquilo era a morte. E Alan não sabia se Natã estava satisfeito com aquilo ou não, mas Gael parecia extremamente eufórico. Ele sabia que em seu ciclo social, Natã era o único que aceitaria fazer tal inconveniente. Mas aquele ômega estúpido parecia fazer qualquer coisa para agradá-lo.

Mas Alan não era assim, então por isso ficou silencioso enquanto conversava com Alana pelo celular. Fofocar era importante.

Ele só conseguia se lamentar e bufar, e Alana logo lançou a ideia dele ir para casa, mas ele negou, dizendo que estava sem seu carro. Então ela ofereceu carona e Alan hesitou, dizendo que se a noite piorasse ele aceitaria.

A questão é que ele tinha esperanças, mas isso caiu por terra quando Gael saiu do observatório correndo, com o rosto corado e olhos arregalados.

E o pior era o cheiro. Gael estava cheirando feromônios de ômega e Alan sabia o que era, mas preferiu não acreditar, e até zombou:

– A coisa deve estar bem quente por lá.

Gael ofegou, se apoiando em seus joelhos antes de exclamar com a voz desesperada:

– Natã está em heat.

Alan derrubou seu celular no chão, e ficou mudo durante um tempo, refletindo como a má sorte tinha fodido com sua noite.

Ele poderia estar em casa com Gael agora: assistindo filme, deitado em seu colo enquanto seu alfa acariciava-o. Talvez ele poderia até tentar alguma preliminar. Mas não. A existência daquele maldito ômega estava sendo um pé no seu saco.

StrangerWhere stories live. Discover now