Simplesmente não faço

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    Aparentemente tenho uma tendência a não fazer aquilo que gosto de fazer, como escrever, por exemplo, pois escrevo em raras ocasiões, mas não vim falar de escrever, visto que tenho falado muito disso, darei outro exemplo estão, música, a música que foi minha primeira manifestação artística, a música que foi minha primeira paixão não matemática, em especial o contrabaixo.

    Como foi difícil convencer minha mãe a deixar eu comprar um contrabaixo, foram aproximadamente 2 meses de conversa, muita lábia e manipulação, mas em novembro de 2017 consegui, comprei meu contrabaixo, é um Strinberg 4 cordas preto personalizado só pra mim, que chamei de Waldir, então bastava apenas aprender a tocar, perdi os dois meses das minhas tão adoráveis férias aprendendo e estudando ao mínimo 5 horas por dia, foi um sacrifício que adorei fazer, pois bem, aprendi, não apenas aprendi como fiquei bom no treco.

    Um tempo atrás, quase dois anos após comprar meu Waldir, percebi que a dois meses não encostava um dedo no coitado, me indignei com essa situação, peguei ele, estava o tadinho todo sujo, empoeirado, com as cordas enferrujadas, o preto do corpo já nem se via mais, me entristeci e tirei o dia para cuidar do meu bebê. Tirei a cordas velhas, limpei, escovei, lustrei, até brilhar, coloquei um jogo novo de cordas que havia guardado para uma ocasião como esta, afinei e resolvi tocar.

Não apenas resolvi tocar, mas resolvi tocar a primeira música que aprendi, liguei então o amplificador no máximo e comecei a tocar "Killing in the name", da banda Rage Against The Machine, vulgo, um rock pesadíssimo. A cada nota que tocava percebia o quanto eu amava fazer aquilo, e o quanto eu me arrependi de ter ficado com ele parado por tanto tempo, e a cada minuto que passava e mudava a música, vinha Eric Clapton, Jet, Red Hot Chilli Peppers, entre outros, eu me divertia mais e mais, enquanto ficava cada instante um pouquinho mais surdo.

    Até que em um momento entra minha mãe no quarto e obriga-me a desligar, pois já era tarde, me aborreci, mas como ela que manda, obedeci, guardei então o Waldir na capa e pensei as seguintes tristes palavras "Até daqui dois meses amigo" e com isso fazem já mais de dois mese que não encosto nele.

Simplesmente não façoWhere stories live. Discover now