capítulo 2

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Isso não pode estar acontecendo comigo, no meu primeiro dia de aula decidi conhecer alguém, dar uma chance pra mim mesma e tentar "seguir em frente" e agora isso? 
- Está tudo bem, Alicia? 
- Sabe, eu tenho que ir. Meu tio pode estar precisando de mim.
-  Mas.. Você acabou de chegar.
- Tchau, Austin!
Peguei a bicicleta e fui em disparada a caminho de casa, um carro quase que me atropelou quando atravessei a pista. Ao chegar na rua da minha casa, meu tio está na calçada conversando com nosso vizinho, quando ele me vê, se assusta. Eu jogo a bicicleta no quintal, saio batendo todas as portas (como uma dessas garotas mimadas) e entro no meu quarto que por acaso está todo arrumado. Meu tio colocou cada porta retrato em seu devido lugar, cada um deles me remete uma lembrança que eu gostaria de trazer de volta. Tem uma foto minha com 4 anos, com um vestido de princesa rosa, uma coroa e sapatos azuis o dia estava lindo, eu consigo lembrar da calmaria que eu sentia. Minha mãe estava com um vestido longo vinho, parecia uma verdadeira rainha, ao lado do seu rei. Meu pai, sempre um cavalheiro, com uma formalidade que só ele tinha, seus olhos diziam tanto, e sua boca quase nada.

- Alicia, quer conversar? - Meu tio pergunta batendo na porta.
- Não, está tudo bem.
- Certo, mais tarde nos vemos. 

Sempre que estou mal, é isso o que meu tio faz, ele me dá espaço, me deixa pensar em todas as coisas, me deixa estar pronta para falar e se eu nunca estiver pronta, ele simplesmente respeita isso. Por muitas vezes ele disse que eu deveria fazer terapia, mas eu não quero. Eu não quero ter que ficar contando minha vida para um estranho, ele nem vai se importar comigo, ele já tem muitas pessoas e uma vida pessoal. Eu não sei se quero que alguém se importe comigo, não saberia carregar esse fardo.

Meu celular começa a vibrar, é uma mensagem do Austin.

"Alícia, eu falei algo de errado? Se eu fiz algo que te magoou...me diz! Não foi por mal."

A verdade é que o Austin não tem culpa do que aconteceu na minha vida, ninguém tem. Mas eu não sei se vou conseguir me manter próxima dele, ouvir tudo o que ele tem a dizer sobre essa grandiosa carreira que ele deseja seguir. Ele tão doce, seus olhos dizem tanto, e me lembra tanto o meu pai, talvez tenha sido por isso que o dei uma chance de me "conhecer" e como sempre, eu larguei tudo. É isso que eu faço, afasto as pessoas porque eu não aguento sentir.

"Você não fez nada de errado, Austin! Podemos conversar amanhã?" - envio essa mensagem para ele fazendo um pedido de trégua, para mim mesma, em minha própria alma.

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⏰ Cập nhật Lần cuối: Apr 08, 2020 ⏰

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