Capítulo 17 - Recomeços

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POV Cait

Sempre amei crianças e durante minha vida toda só em dois momentos pensei em realmente ter filhos meus: quando fiquei noiva de um ex-namorado e com Sam. Quando nos separamos, deixei de pensar sobre isso, já era dolorido demais.

Naquela noite em que nos encontramos na rua, estávamos tão absortos em saudade que nenhum dos dois pensava direito e fizemos amor. Não foi sexo! Era amor sempre havia sido amor e que por causa de tantos problemas, cada um teve que guardar esse sentimento para si, mas ele era tão grande que resultou no bebê que agora eu esperava.

Passei a desconfiar de uma possível gravidez quando comecei a sentir meus seios inchados e muito sono. Mesmos sintomas das mulheres da minha família. Só depois de alguns dias que, após sentir o enjoo forte logo que acordei, que a ficha terminou de cair e procurei um médico acompanhada de Sophie. Não queria que Sam soubesse, não ainda, mas a confirmação viria logo em seguida.

E com a certeza do sim, era hora de pensar com calma no que fazer! Eu e Sam estávamos nos reaproximando depois daquela noite, mas ainda estávamos separados e gostaria que tivéssemos calma para tomar as decisões certas. Eu não havia esquecido que ele havia terminado comigo e desistido do nosso amor, de certa forma isso ainda me machucava, apesar dele se mostrar arrependido do que havia feito.

Por isso, mandei uma mensagem pra ele para ver a possibilidade de jantarmos juntos e conversamos ainda aquela semana! Mas quando voltei para meu trailler, encontro um limão desenhado com um bilhete escrito: Às 20h na sua casa. Carinho e cuidado Sam sabia dar como ninguém.

...

Na hora combinada, a campainha toca. Ele não quis usar sua chave para abrir minha porta. Tinha acabado de tomar um banho e ainda secava os cabelos quando recebi Sam e nosso jantar direto do nosso restaurante favorito!

Ele deu um passo e parou muito próximo a mim, nem ele e nem eu sabíamos como nos cumprimentar. O que éramos agora?

- Posso? - Perguntou chegando muito perto da minha boca, mas fui eu que o beijei nos lábios, abrindo um sorriso, ainda sem graça.

Sam entrou tirando nosso jantar das embalagens, ele havia pedido várias opções com medo de eu não gostar ou não conseguir comer alguma, nos serviu e o chamei para sentarmos no sofá, era mais confortável!

- Sam! Precisamos conversar! - Eu disse entre uma garfada e outra, a comida estava mesmo muito boa, e agora que o enjoo tinha diminuído, eu estava conseguindo comer melhor.

- Sim, precisamos! Mas posso começar? - Ele disse decidido colocando seu prato quase intocado de lado. Imaginei que o nervosismo estava deixando-o sem apetite.

Fiz que sim com a cabeça e ele então se ajoelhou na minha frente e olhou bem nos meus olhos.

- Cait... - Mas nenhuma outra palavra saiu da sua boca. Pegou uma caixinha que carregava um anel de noivado e colocou na minha frente.

Senti que ele começou a tremer e a suar. E eu também!

- Sam.... - Eu olhava para a peça dourada com três pedras e minha cabeça parecia rodar.

Haviam muitas lágrimas escorrendo pelo seu rosto. Eu não sabia o que fazer, não estava entendendo o porquê dele estar daquele jeito. Coloquei também meu prato de lado e ajoelhei para abraçá-lo. Só depois de um momento ele conseguiu falar:

- Eu não comprei esse anel agora! Já o carrego há bastante tempo desde que descobri que você, Caitriona, era a mulher da minha vida! Mas eu fui um estúpido covarde e me afastei!

Ele fez mais uma pausa para recuperar o fôlego e continuou:

- Eu te amo tanto que tem horas que não sei como agir, acabo fazendo escolhas erradas e metendo os pés pelas mãos, mas eu nunca quis que você duvidasse do que eu sinto por você! E ver uma fagulha de dúvida em seu olhar acaba comigo. Eu nunca deixei de amar você e já amo desesperadamente essa criança!

Eu também chorava, e percebi o quanto já havíamos chorado aquele dia. Lembrei do meu pai que sempre dizia que as lágrimas eram a forma genuína que a alma tinha de falar quando as palavras não eram suficientes, pensei que ele tivesse razão. 

- Sam, chega de explicações! Você me contou tudo que eu precisava saber. Posso não concordar com o que fez, mas não posso te julgar por isso! Se quisermos recomeçar, temos que deixar o que passou pra lá! Está tudo bem! - Eu disse querendo muito acreditar naquelas palavras. 

Apesar de todo o sofrimento que passamos, meu coração não conseguia sentir raiva dele. Ele já havia me explicado, mais de uma vez, e eu tinha decidido deixar aquilo no passado e só daríamos certo, se ele deixasse também! 

Sam tocou levemente minha barriga que ainda não demonstrava nenhum sinal de que estava carregando uma criança e fez mais uma pausa e depois procurou minha boca para um beijo, que eu não recusei. Passou a mãos pela minha nuca e me aproximou carinhosamente até sua boca alcançar meus ouvidos, fazendo a pele de todo meu corpo arrepiar e então falou:

- Tenha certeza que eu queria estar gritando para o mundo, mas a pessoa mais importante desse mundo pra mim, está aqui, bem na minha frente. - Fez uma breve pausa, aproveitando para me fazer um carinho com seu rosto no meu e continuou. - Por nós, pelo nosso amor e agora pelo nosso filho, Caitriona Mary Balfe, tenho duas perguntas: me perdoa e...

- ... quer casar comigo?

Depois de tudo - Sam e Cait (Outlander)Where stories live. Discover now