Russell suspirou, deitado na cama dura e tão desconfortável da sua cela. Ele fechou os olhos, pensando que morreria logo do jeito que a situação estava indo, já fazia quanto tempo que ele não comia nada?

Russell se virou na cama, olhando fixamente um canto escuro, observando as sombras com curiosidade, estava entediado e exausto, queria apenas ir embora, mas não tinha como. Já tinha tentado quebrar a maçaneta da porta, até mesmo tinha tentado pedir educadamente para ir embora, não adiantou muita coisa.

Robert lhe dito que ele receberia uma visita dali algumas semanas, de quem seria? E por que? Não havia sentido para isso, por que alguém iria visitá-lo ali? O que essa pessoa poderia querer afinal?

Russell desviou o olhar, fechando os olhos e tentando dormir, ignorar o seu estômago dolorosamente vazio era difícil, mas ele estava tentando, cada dia era complicado, mas ele suportava o tanto que podia.

Russell se sentia tão fraco e estúpido, mas sabia que não havia formas de fugir dali, essa era a sua punição por tratar Jamie assim? Hum, não, um fato não tinha nada á ver com o outro, como poderia? Por que um desconhecido se preocuparia com a forma como o seu irmão irritante era tratado? Por que se incomodar com isso?

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Jamie realmente não estava tendo um bom dia, sem querer ele tinha quebrado um vaso de aparência cara. Como ele quebrou o vaso? Esse era um fato muito engraçado realmente, ele tinha simplesmente escorregado no tapete enquanto ia para a cozinha, Jamie tinha se segurado em uma mesinha ali, porém sem querer o vaso tinha caído no chão, partindo-se em milhões de pedaços minúsculos. Como ele consertaria isso?

Não fazia a mínima ideia!

Jamie respirou profundamente, tentando se manter calmo, sua garganta se fechando lentamente, ele sentia aquele pânico pesado o envolvendo, suas mãos tremendo, não tinha como colar e mesmo que colasse não seria o ideal. Jamie respirava fundo, focando a sua atenção na parede, talvez esconder? Não, Jonathan perceberia, era uma alternativa melhor apenas aceitar a morte mesmo.

Ele ouviu passos, caiu ajoelhado, pensando no que deveria fazer. Assumir a culpa era o melhor, não dava para esconder aquilo. Suas mãos tremiam, ele as colocou no bolso, será que Jonathan o chutaria no estômago como o seu tio e irmão faziam? Ou lhe daria socos no rosto? Ou será que ao invés de um espancamento dolorido seria uma tortura lenta e mortal?

— O que aconteceu? — Jonathan quis saber, sem demonstrar muita preocupação, se aproximando devagar.

E-eu que-quebrei, de-desculpe... — Jamie falou com dificuldade, Jonathan reparou que ele tremia, andou com mais rapidez até o garoto, segurando os pulsos magros, virando-os avaliativamente, ele olhou para o rosto de Jamie com uma preocupação nervosa.

— Você se cortou? Tem algum machucado? Está tudo bem? — Jonathan o encarava fixamente enquanto questionava, logo falando em um tom firme e que soava frio — Eu espero que você não minta para mim, Jamie Lins, lembre-se de que eu saberei se você mentir sobre ferimentos.

— Eu estou bem — Jamie respondeu no tom mais firme que pôde, sua voz ainda trêmula — Você está bravo comigo?

— Sinceramente não — Jonathan respondeu, dando de ombros, ele ajudou Jamie á se levantar, respirando fundo ao falar — Apenas se afaste, pedirei á alguém que limpe isso, você vai acabar se cortando com os cacos.

Eu sinto muito, tem algo que eu possa fazer? — Jamie perguntou de cabeça baixa, ele avaliava a conversa, por que Jonathan não estava bravo?

— Está tudo bem, Jamie — Jonathan deu um sorriso sincero, segurando a mão do menor e o levando ao quarto — Amanhã eu irei te apresentar alguém, ok?

Jamie assentiu lentamente, com um pouco de medo, quem seria essa pessoa? Será que ela o machucaria?

Jonathan o deixou ali no quarto, Jamie se sentou próximo á janela, pensando em sua vida até agora. Jonathan era tão gentil, será que havia algo que o ruivo poderia querer dele? O que seria? Por que alguém que mal o conhecia se preocupava tanto com a sua saúde e bem estar?

Jamie olhava a noite estrelada lá fora...

... Será que eu estou morto e não sei? Esse lugar se parece tanto com uma daquelas fotos que meu pai me mostrava, ele dizia que era o paraíso, Jamie abriu o seu cachorro de pelúcia, tirando uma pequena foto, suspirou tristemente, ele não sabia há quanto tempo estava ali, mas já parecia uma eternidade.

Jamie sorriu fracamente, se aquela bela ilha era o paraíso, então Jonathan era o seu anjo da guarda? Eu não fui para o inferno como eles diziam, ele riu, as vezes ele pensava tantas coisas estúpidas que mal conseguia crer. Jamie contou as estrelas, começando novamente quando se perdeu na conta, isso o acalmou um pouco e logo ele dormiu, sentado próximo á janela, relaxado e com um sorriso feliz.

Jamie se sentia bem ali.



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O que acharam do capítulo?

Se houver algum erro me avise, assim eu poderei corrigir, obrigada ❤

Até o próximo capítulo, meus amores.

Meu Amado Sequestrador.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora