Já deitado na cama as emoções começaram a vir com tudo, senti uma dor quase que insuportável, não física mas emocional e não hesitei em colocar tudo pra fora em forma de lágrimas, chorei até começar a sentir raiva, de mim, do Caio, do mundo e quando dei por mim a luz do sol já começava a se esgueirar pela janela e ironia ou não só foi aí que conseguir adormecer.
Só acordei a tarde por volta das quinze horas com os gritos estéricos da minha mãe por causa da casa bagunçada e detalhe: ela estava na sala bem longe do meu quarto e parecia que gritava no meu ouvido.
Senti seus passos pesados no chão provavelmente pronta para me degolar vivo, a única coisa a minha altura era cobrir a cabeça com o cobertor.
- João Lucas posso saber qual o nome do furacão que passou na minha casa? - indagou ironicamente forçando a voz para ficar calma assim que entrou no meu quarto.
- Katrina - gritei ainda embaixo das cobertas
- Muito engraçado João Lucas - sentir sem aviso prévio sua mão tirar toda minha coberta e rapidamente me encolhi na cama esperando alguns tabefes mas ela parou abruptamente e olhou pra mim assustada e então segurou o meu pescoço na qual eu gritei de dor.
- O que aconteceu com seu pescoço menino? Ele está todo vermelho e arranhado.
Caio - pensei e corri para o banheiro, realmente estava muito feio, vermelho e muito arranhado e agora ardia.
- Até presumo o que tenha sido isso comparado ao caos que está lá embaixo - falou minha mãe encostada na porta do banheiro talvez pensando que teria sido alguma menina que havia feito isso. Achei melhor não contrariar - Quero você lá embaixo em no máximo quinze minutos para limpar tudo - e foi em direção saída mas não antes de voltar e me dar a sentença - e ah, sem vídeo game e da escola para casa até o próximo sábado.
- Ok - murmurei.
Limpei o ferimento que agora ardia mais do que nunca e desci para limpar a bagunça. Enquanto limpava tudo, passou todo aquele filme na minha cabeça, se não fosse esse ferimento em meu pescoço eu poderia jurar que tinha sido apenas um sonho, realmente não sabia o que fazer dali em diante, não sabia como iria encara-lo de novo, não saberia o que iria sentir se eu visse ele, talvez fingir que nada aconteceu seria a melhor opção, o difícil seria dar uma de ator sem nenhuma experiência. Com tudo já arrumado segui para o me quarto e dei uma checada no meu celular, tinha algumas mensagens, a grande maioria era dos convidados parabenizando pela festa e outros de operadora, como sempre, aff.
Passei o resto do sábado e o domingo em casa, evitando tudo e todos, fiquei incomunicável, tentava comer algumas coisa mas mal entrava. Na segunda-feira bem que eu tentei alegar minha dor de cabeça - que era verdade - para ter que faltar a aula mas não colou e eu tive que ir. Como ficava perto de casa minha escola, retardei ao máximo os passos, o Caio estudava na mesma sala comigo juntamente com a Teresa e sinceramente não estava pronto para encara-los. Como eu iria agir?
E ah, havia vestido uma roupa de frio com a gola alta, em pleno verão no nordeste, tudo para esconder os arranhões provenientes das mordidas que ainda se faziam presente.
Entrei na escola super atrasado. Passei pelos corredores e constatei que estavam todos em suas respectivas salas. Quando cheguei na porta da minha, bateu um medinho de velo e encarar Teresa depois daquilo e não sei por quanto minutos fiquei lá feito besta estacado na porta.
- Vamos entrar Sr. Lucas? - falou meu professor já próximo de mim me fazendo sobressaltar - desculpa se te assustei.
- Ah... Não... só preciso de um pouco de água
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CAIO: O Namorado De Minha Amiga (Romance gay - LIVRO 1)
Romance"Um sentimento de repudio e imensa tristeza me inundava naquele momento, nem mesmo a água gélida que escorria pelo meu corpo me deixava melhor, as lembranças vivas na minha mente do que havia acontecido há pouco me atormentavam. Como pude me submete...