Armin, Juan e meu irmão são os únicos guerreiros da nossa tribo, nosso pai, o chefe, foi para a guerra junto com todos os outros guerreiros. Minha mãe, morreu, um dominador do fogo a matou, na minha frente e eu...eu...eu não pude fazer nada...

- Katara - Sokka chama minha atenção e uma enorme parede de água vai atrás de mim, me derrubando com o impacto - como você?

Alguma coisa em baixo do gelo começa a se mover

- Sokka - chamo sua atenção

- para de brincar, hoje você está impossível. Já te disse navios da tribo do fogo estão próximos se eles te pegarem, você morre! - ignoro tudo o que ele fala e continuo olhando para o gelo abaixo dos nossos pés - você tá me ouvindo?

- cala a boca, Sokka. Tem alguma coisa aqui em baixo - me levanto com cuidado e sinto o gelo estralar

- espero que sejam focas-tigre, seria muito bom chegar na aldeia com um desses, já pensou - o que você tá fazendo

- vou dobrar a água, tentar abrir um buraco - digo o óbvio

- isso, tente abrir um bem grande, depois tenta puxar ele - pega o machado empolgado

- pensei que eu não deveria usar mihas esquisitices - coloco as mãos na cintura e levanto a sobrancelha

- não atoa, e eu estou preparado pra te proteger, tirando o fato de que essa foca-leão marinho irá dar um belo de um banquete pra se bobear a tribo inteira, e...- antes dele continuar tagalerando eu quebro o gelo

- Sokka, eu acho que não é uma foca-tigre - tento quebrar mais o gelo

A rachadura que fiz, começa a se alastrar pelos nossos pés, e esguichos de água sai por todos os lados. O gelo começa a se quebrar em baixo de nossos pés

- Sokka - chamo

- corre, Katara. Corre - ele grita e saímos correndo

O chão treme e começa a sair algo de debaixo do gelo, caímos com o impacto e só vejo água vindo de todos os lados, Sokka me abraça e crava o machado no gelo

A água quebra o gelo de todos os lados e nos joga pra longe. Depois de breves minutos sinto o bafo quente do Sokka na minha nuca

- você tá bem?

- sim e você? - pergunto de volta

- acho que você fez um buracão - ele ri se levantando e paralisa ainda de joelhos - ou uma bola de ar, o que é isso?

- tô com frio - sinto meu corpo pesado, por causa da roupa molhada, levanto a minha cabeça vendo um grande iceberg em forma de bola na nossa frente, e ele brilha - o que é isso?

- me diz você, você que fez - Sokka me ajuda a levantar

- eu não fiz isso - dou dois passos em direção ao iceberg, mas Sokka me puxa

- tem alguma coisa lá dentro, alguma coisa grande - com uma grande força e sem tirar os olhos do iceberg, Sokka tira seu machado do gelo e me faz recuar os passos

De dentro do enorme iceberg, tinha uma luz que brilhava, mas conforme eu olho ela vai tomando forma, e vejo a sombra de um garoto e algo em cima dele, mas o garoto brilha, não ele inteiro, mas setas de seu corpo

- é um menino - tento avançar

- não vai, é perigoso - Sokka entra na minha frente novamente - e mesmo se ele estiver lá mesmo, deve estar morto

- você tem razão - dou um passo pra trás, olho novamente para o garoto dentro do iceberg e ele abre os olhos que também estão brilhando - ele tá vivo

- o que? - pego o machado das mãos de Sokka e corro em direção do menino - Katara, não - bato no iceberg uma, duas, três, quatro, cinco vezes e ele racha, e esguichos de ar empurram meus cabelos molhados para trás - Katara se afasta - Sokka me puxa pra trás no momento que o gelo fino quebra soltando um jato forte de ar nos fazendo dar cambalhotas para trás

Um brilho forte nos cega por alguns minutos quando desaparece

- é uma cilada - suspiro olhando pro lado ao contrário, onde muito longe, bem depois dos muitos icebergs,um navio, pequeno, mas muito destrutivo da tribo do fogo, muda sua rota em nossa direção

- vamos correr - Sokka diz se levantando - não se mexa - ele aponta o machado pro menino que sai de dentro da cratera de gelo - não se mexa

O menino que parece atordoado cai desmaiado se machucando no gelo

- ele...ele ta vivo! Temos que ajudá-lo - digo correndo em direção do menino

- ele vai trazer a nossa morte - Sokka me puxa pelo braço

- se não ajudarmos ele vamos morrer! - grito de volta - se ele for mesmo da tribo do fogo, vão dizer que nós matamos ele. Está frio aqui e ele está apenas com roupas finas e molhadas - Sokka coloca a mão na cabeça e grita se virando pro horizonte

- droga, inferno - e bate o machado no chão

O menino se mexe no meu colo e abre os olhos

- quem... são vocês? - seus olhos pretos parecem perdidos

- eu sou a Katara...-

- e eu sou o Sokka, da tribo da água do Sul, nós te salvamos, te achamos numa bola de gelo e te ajudamos - diz jogando tudo em cima do menino que tenta se levantar

- quem é você? - pergunto notando tatuagens em sua cabeça e braços

- Aang, me chamo Aang - ele coloca a mão atrás da cabeça que está sangrando e logo após treme

- ta com frio, tribo do fogo? - Sokka debocha

- o-o que? Tribo do fogo? - ele se levanta

- Sokka, não queremos mais problemas, deixe o orgulho...de lado - peço e Sokka se afasta e volta tirando a blusa grossa ficando apenas com uma camisa grossa, mas que uma pessoa normal não aguentaria e morreria de frio em menos de uma hora

- você deve estar com mais frio do que eu, fique - Sokka entrega a blusa pro Aang

- muito obrigado, senhor Sokka - Aang pega e coloca - mas o que querem dizer com tribo do fogo?

- você não é da tribo do fogo? - pergunto espantada e ele nega

- não

- então de que tribo você é? - Sokka toma a frente

Olho suas roupas, enquanto ele não esconde de baixo da blusa de frio do Sokka, calças e blusa amarela, junto com um manto ou capa laranja avermelhado

- um monge? - sussurro, mas não muito alto

- vamos voltar pra aldeia, os outros devem ter achado algo para comermos - digo me levantando

- nada como a nossa presa - Sokka reclama

- ele é a nossa presa - aponto pro Aang que arregala os olhos

- p-presa? - Aang da alguns passos pra trás e suas expressões mudam, como se tivesse lembrado de algo - Appa - sussurra e sai correndo de volta pra cratera de gelo - meu amigo, você está bem? - olho para Sokka que retribui o olhar

O seguimos e vemos um animal que jamais imaginamos ver

- esse é o Appa, meu amigo. Ele é um bisão voador

- quem é você? - pergunto novamente

Avatar AangOnde histórias criam vida. Descubra agora