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O dever de toda mãe, é zelar por seus filhos, dar a eles amor, carinho e atenção. Não era o quê acontecia com Olívia, sua mãe depositava todo amor, carinho e atenção em seu marido. Desde pequena a morena assistiu sua mãe dar preferência ao marido, esquecendo completamente de exercer seu papel de mãe, não se importando com sua única filha. Mas o pesadelo se iniciava mesmo, quando sua mãe estava no plantão.

1O/ O9 / 2015 - 2O:3O da noite.

Minha mãe esta se preparando para passar mais uma noite no hospital, e eu terei que ficar com Oswald. Na frente de todos ele passa a imagem de um homem calmo, educado e gentil. Mas só eu sei quem ele realmente é, e eu odeio o fato de ser quem o conhece de verdade. Tentei contar a minha mãe o que acontece quando ninguém está em casa, ela disse que estou vendo coisas onde não existem. Ouço leves batidas na porta do banheiro, no momento em que a gilete está posicionada em meu braço, então envolvo a mesma no pequeno papel e guardo-a em meu bolso. Enxugo duas lágrimas que haviam escapado de meus olhos, e forço um sorriso, mesmo sabendo que se lágrimas ainda estivessem em minha bochecha, ela não daria a mínima.

— Olívia, saia logo desse banheiro, eu estou atrasada. Que inferno! — Minha mãe grita, agora aumentando as batidas contra a porta.

— Estou saindo, Eva. — Ao abrir a porta, forcei um sorriso, e logo em seguida dei passagem para que ela entrasse. Antes de entrar, minha mãe revirou os olhos, e ao entrar bateu fortemente a porta.

Caminhei até meu quarto, e encostei a porta. Oswald conseguiu fazer a cabeça de minha mãe, até ela finalmente pagar alguém para retirar a fechadura de minha porta. Segundo ele, eu trazia garotos na madrugada para dormir comigo, enquanto ela trabalhava. Mas eu sei a verdade, e ele também sabe. É incrível como muitas das vezes, pessoas acabam ficando cegas de amor. Escolhendo não enxergar nada além da pessoa que ama, escolhendo acreditar apenas na versão dessa pessoa.

Apaguei a luz, e deitei em minha cama, todas as noites desejava uma única coisa: Que isso tudo não passasse de um maldito pesadelo. Escutei a porta de entrada bater, e apertei fortemente o meu cobertor. Não demorou muito para que a porta de meu quarto fosse aberta de forma brusca.

— Não finja que está dormindo, boneca.- Ao escutar essa voz, senti um calafrio. Não respondi, e fechei meus olhos de imediato. — Sabe que não me importo de fazer o que pretendo, enquanto dorme. Não sabe, bonequinha?


— Por favor, me deixe em paz! — Pedi, porém mal consegui escutar a minha própria voz.

Como resposta a meu pedido, Oswald subiu em minha cama, meu coração sairia pela boca a qualquer momento, minha garganta secou imediatamente, e meus olhos logo começaram a lacrimejar. Me perguntava se algum dia eu teria paz, se algum dia eu conseguiria dormir sem dores no corpo. Se algum dia o monstro que por sinal não vive embaixo da minha cama, mas que todas as noites está não só acima dela, mas também de mim.

— Vamos lá, bonequinha, não fique igual uma geladeira, sei que está gostando do trato que estou a lhe dar.— Oswald dizia, enquanto me penetrava com mais força.

Eu já não gritava mais por ajuda, pois sabia que ela não viria. Quem deveria me ajudar, preferiu me dar as costas todas as vezes que recorri a ela. Já não havia mais saída alguma para mim. Eu estava morta, desde o dia em que minha mãe o trouxe para dentro de casa. Não foi apenas Oswald quem me matou. Minha mãe decretou minha sentença, no instante em que arrastou Oswald para sua vida.

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⏰ Última atualização: May 15, 2020 ⏰

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