Play no Game

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Capítulo 2

Olhei atordoada sem entender como a mina caiu no chão.

- Desculpe, moça! Deixa eu me apresentar, me chamo Samantha. - falei educadamente.
- Ah! É... Tá tudo... Bem? Foi mal, eu fiquei plantada aqui...- disse a ruiva passando a mão no cabelos, sorrindo. -Sou Evangeline.
- Muito prazer! Você que já esta a mais tempo aí dentro, o que está achando da casa??
- Bom... Parece um museu. - respondeu olhando fixamente para um quadro que estava no hall de entrada - Um museu esquisito...

Mais uma vez senti uma energia estranha passando pelo meu corpo.

- Onde fica os quartos?? Preciso guardar minhas coisas

Evangeline apontou a direção dos quartos e subi para me acomodar em um dos quartos. Ao passar no corredor ouvi uma voz estranha, não consigo detectar de onde veio, porém a cada passo que eu dava no longo corredor a voz ia se aproximando cada vez mais. Quando cheguei em frente a um quarto de porta maciça ouvir:

- É aqui... venha..!

Caralho!! Me arrepiei toda, coloquei a mão na maçaneta e percebi detalhes dourados encrustados no metal. Analisei o desenho de gato similar ao que vi em forma de estátua antes de entrar na casa.

Alguma coisa ali estava errada. Desde muito pequena posso sentir perigos que rondam a minha volta, e nesse momento meu sexto sentido gritava alto. Meu corpo continuava a seguir as ordens da voz misteriosa, enquanto minha razão queria me levar para bem longe daquele casarão.

Finalmente girei toda a maçaneta e entrei fechando a porta rapidamente.


O quarto era magnífico, a cama possuía um dossel branco amparado por uma estrutura firme toda dourada, as paredes eram de tons pastéis com quadros por toda a parte, a cama alta com lençóis claros me convidava abertamente para passar uma temporada aconchegante no programa. Guardei a minha bolsa e saí a procura dos  colegas de confinamento, pois, na hora que subi não havia ninguém na sala . Na verdade nem me atentei ao interior do casarão ao entrar, só queria guardar as coisas e conhecer meus aposentos no reality.

Dei uma retocada no batom e passei uma escova no cabelo. Me olhei a última vez no espelho e saí porta afora. O corredor estava vazio, mas pude escutar vozes que vinham lá de fora. Continuei andando pelo corredor no sentido contrário à escada. Os quadros eram incríveis, pareciam obras de séculos passados adornadas com grossas molduras envelhecidas. Olhei mais uma vez para o final do corredor e voltei para descer até a sala e conhecer os colegas de confinamento. No caminho, encontrei mais uma participante. O cabelo negro ia até a cintura, quando virou-se para o lado notei vários piercing  no rosto.

- Oi, tudo bem?? Me chamo Samantha e acabei de chegar.

- Oi, sou Kasten. Também cheguei há pouco. Tô morta! Tava procurando um quarto que me agradasse... Curti suas tatuagens!

- Obrigada!! Também adorei essa combinação incrível de piercings no rosto. Onde está todo mundo?? Até agora só encontrei uma moça no hall.

- Não sei, você é a primeira. Quando entrei, jurava ter ouvido vozes, mas não achei ninguém. Quanto aos piercings, trabalho, entre outras coisas, como body piercing, mas acho que meu rosto tá muito carregado. Se dependesse só de mim...

- Entendo.

Achei estranho o que ela falou, e a fitei por alguns segundos. Notei que Kasten sentiu que havia falado demais.

- Uau! Sou louca para colocar um piercing. Você pode ser minha body piercing.- emendei tentando quebrar o clima tenso que pairou sobre nós.

- Trouxe minhas ferramentas de trabalho. Podemos combinar algo... Seria uma experiência legal fazer isso diante das câmeras, não acha? Bom, agora se me der licença, preciso achar um quarto e descansar um pouco. Não vai querer ser furada por uma zumbi sonolenta, vai? - sorriu Kasten - Foi um prazer te conhecer.

- Prazer foi meu. Até logo, Kasten!

Comecei a me sentir em casa. Gostei bastante das duas mulheres que conheci até agora. Continuei o caminho e desci até a sala, os sofás com mantas coloridas traziam uma certa naturalidade à casa. Olhei no relógio e já escurecia, senti meu estômago roncar e continuei a explorar os cômodos da casa até encontrar a cozinha. Fiquei olhando para todos os detalhes, e o armário próximo ao fogão me chamou bastante atenção. O móvel era de Carvalho com  pedra roxa no balcão que deixava o móvel ainda mais gracioso. Abri as portas e não havia nada dentro, fechei e me sentei na mesa de jantar. Ali, passei a refletir sobre o que acabara de escutar no corredor e de repente uma voz me tirando dos meus devaneios retumbou por diversos auto-falantes na casa com um anúncio urgente para que comparecêssemos à sala principal para o anúncio inaugural...

Watch-Pad: O Reality Show De Papel - SamanthaWhere stories live. Discover now