Capítulo XXIII - Respeito

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— Ela sofreu? —sua única pergunta ressoou no ambiente. Nenhum deles sabia responder com qualquer certeza, mas Barton precisava da resposta.

— Não. Ela foi em paz. —Banner respondeu, aproximando-se do arqueiro e colocando a mão esquerda em seu ombro. 

— Ah, Natasha... Eu sabia que seu fim teria essa nobreza desde Budapeste. —Clint soltou um riso sem vida, depois transformando suas expressões em agonia e deixando o choro preencher todo o espaço. Ao seu lado, Banner o amparava.

Megan deu uma breve espiada na cena, depois dirigindo-se até um canto vazio enquanto todos prestavam os devidos respeitos a vida de Natasha com seu silêncio.

— Megs? —a voz conhecida soou atrás dela enquanto seu peito arfava em mais um ataque de pânico. Suas mãos seguravam um dos pilares de metal com força, enquanto sua cabeça girava.

— Minha responsabilidade... —ela sussurrou entre os suspiros pesados. — Todos eles eram minha responsabilidade. Eu os separei. De novo. —a cada palavra, seus pulmões puxavam o ar com mais força, como se ela estivessem sem oxigênio em um prédio em chamas.

Barnes se aproximou, colocando a mão no ombro da mulher. Puxou delicadamente seu braço que agarrava as barras de metal, virando seu corpo e a deixando de frente para si.

— Se for lamentar algo, lamente a partida de uma amiga. Você não é mais uma agente da SHIELD que é punida quando comete um erro. Comporte-se como tal, Megan.

Por mais que as palavras de 'consolo' dele fossem duras, aquilo lhe acalmou. Ela fora buscar cada um deles porque os amava, não por ser mais um dia de trabalho. Ela perdeu um ente querido. Ela perdeu sua amiga Natasha, não por sua irresponsabilidade em ser babá. Perdeu Nat porque ela foi forte, altruísta; porque os Vingadores eram a família dela e esse é o tipo de coisa que se faz por sua família. Megan perdeu Natasha porque a ruiva fez exatamente o que qualquer um deles faria se tivesse a chance.

Ela partiu como uma vingadora. E nada poderá tirar isso dela.

Quando se deu conta, Megan estava em um abraço apertado e urgente com Bucky. Ele a consolava com um afago em seus cabelos. 

Alguns passos atrás, um Steve Rogers preocupado os encarava. Aproximou-se até chamar a atenção de Bucky, que delicadamente se separou de Megan. 

Os dois se encaravam, checando se era realmente verdade. Eles estavam no mesmo local, ao mesmo tempo. Ambos vivos. Ambos com suas mentes estáveis. 

— Eu sei que não é uma boa hora para celebrar reencontros, mas... —Bucky falou de uma maneira um tanto desconcertada, ainda encarando Steve.

— Você não faz ideia de quantas vezes eu pedi para Deus nos dar um descanso, Buck. Não acredito que finalmente estamos aqui. Senti sua falta. —Steve sorria minimamente.

— Finalmente poderemos envelhecer juntos, com direito a xadrez e azarar algumas velhinhas do asilo aos domingos.  —Bucky respondeu, o mesmo sorriso emocionado nos lábios.

Os dois se abraçaram. Parecia uma eternidade desde que se viram pela última vez, mas era sempre assim. Suas vidas se cruzavam por um tempo, algum dos dois partia e causava uma dor imensurável no outro e tudo parecia estar acabado. Até não estar.

A amizade de Steve e Bucky era uma das coisas mais preciosas que existiam naquele mundo e Megan sabia disso. Ela admirava os dois, um sorriso ensaiando aparecer ao ver o abraço apertado e carregado de saudade e incertezas. Debaixo de toda a nuvem de perda e tristeza, ela ainda sentia felicidade por ver seus garotos ao seu lado.

— Nada da azarar velhinhas. E vocês são péssimos no xadrez. —Megan respondeu, vendo os dois se virando para ela com sorrisos brilhantes. 



— Senhor... Stark? —Peter encarava seu mentor com precaução. Tony se virou para o garoto no mesmo segundo, dando um sorriso saudoso. — Eu estava no campo de batalha, pronto para pegar as joias com minha teia e ajudar Megan a acabar com aquelas coisas, mas aí vocês todos se jogaram em cima delas e sumiram no ar! Eu te xinguei, senhor Stark, te chamei de estúpido e praguejei sobre você ter nos deixado... —Peter soltou o turbilhão de palavras de uma vez, mal dando tempo para Tony assimilar cada uma delas. Depois respirou fundo, olhando para o rosto confuso e divertido do mais velho. — Eu não acredito que você voltou.

Tony apenas o abraçou. 

— Estou aqui, senhor Parker. Para sempre.


O clima de despedida foi se tornando mais um reencontro à medida que todos entendiam que Nat estava viva em algum lugar. Que ela optou por fazer aquilo porque os amava. Que ela ainda teria uma vida longa e diferente, um recomeço, em algum lugar da história. E eles nunca a esqueceriam. 

Não era tempo para lamentações. Na verdade, não era tempo algum.

Enquanto Barnes se reencontrava com Megan e Rogers, a alavanca de funcionamento do túnel quântico ficou desprotegida. A brecha perfeita para o skrull que ainda estava presente fizesse sua mágica para trazer alguém de volta.




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N/A: um milhão de anos depois... OI! Capítulo novíssimo em folha para vocês e um pedido de perdão pela demora milenar

Considerações 1: esse capítulo é introdutório para o que acontecerá a seguir. Preparem-se <3

Considerações 2: eu curti Endgame, mas odiei com todo o meu coração algumas partes. A principal foi a descaracterização dos ideais do Steve em prol de um beijo com a Peggy nos anos 40 e como eles ignoraram a amizade Stucky. Tipo... Odiei completamente o final do Steve. Por esse motivo, vou trazer algumas referências do filme para cá, mas não o plot, nem a história, nem os finais apresentados no filme. Basicamente, seguirei com acontecimentos autônomos criados por minha cabeça. VOCÊS CURTIRAM ENDGAME?

Papos com a autora: eu estou TÃO PUTA DA VIDA com os irmãos Russo e as afirmações deles sobre Bucky que MEU DEUS tenho vontade de escrever uma fic sobre o Bucky pós-Hydra só pra enaltecer esse bebê. Sou Stucky stan (Steve e Bucky acima de tudo) e cadelinha demais do Sebastian. Eu amo como ele sempre leva em conta as sequelas emocionais e psicológicas do Bucky e acho que ele devia dar uma aula para alguns diretores aí sobre como lidar com esse personagem. Sério. Tô puta.



Megan Carter: A Esperança (livro II)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora