XVIII - Ao extremo

Start from the beginning
                                    

Antes que eu pudesse responder, Sam nos interrompeu e pediu para Duncan minha mão para dançar comigo, que imediatamente correspondeu ao desejo do amigo, não sem antes me olhar de forma firme ao se afastar.

Nos braços de Sam eu dancei as próximas músicas, ele nunca dançou bem e a gente sempre tirava sarro disso, mas nem por isso era menos maravilhoso dançar com ele. Colamos nossos corpos e ficamos assim balançando no nosso próprio ritmo.

- Você está tão maravilhosa hoje! - Sam disse me tirando dos meus devaneios.

- Ah-h obrigada!! - Respondi rindo já imaginando aonde aquele papo ia dar, mas ele mudou totalmente o rumo.

- Que dia você embarca para Dublin?

- Só na segunda que vem, ainda tenho umas coisas para resolver por aqui. - Respondi afastando um pouco dele para observar seu rosto que estava com um expressão de moleque de quem estava aprontando alguma coisa.

- O que você está tramando? - Disse dando pequenos beliscões em sua barriga que me desarmou me puxando para perto e beijando meu pescoço.

Talvez por alguns instantes a gente tenha esquecido que estávamos em uma festa com as pessoas do trabalho.

- Sam, o que está fazendo? - Eu não sabia se ria ou se me preocupava.

- Vamos pra casa? Pra minha, pra sua, não vamos mais perder tempo não! Vamos aproveitar, vamos curtir um ao outro. - Essa era a proposta dele para aquela noite.

Na hora lembrei da conversa com Duncan, fiquei pensando se eles realmente não tinham combinado nada antes, mas conhecendo Duncan como conhecia, ele realmente estava falando a verdade quando disse que Sam não sabia, pode ser que Sam tenha compartilhado as intenções dele com o amigo que quis garantir que as coisas não sairiam errado. 

E assim fomos, saímos sem chamar muita atenção mesmo sabendo que alguma hora alguém ia dar nossa falta e fomos direto para meu apartamento. Assim que entramos, Sam me abraçou por trás e me levou até a janela. O céu estava lindo, limpo e estrelado e assim ficamos observando por algum tempo, até que ele quebrou o silêncio.

- Cait, eu respeito você, respeito seu tempo, mas você não acha que está na hora da gente sair de cima do muro? Tá vendo esse céu maravilhoso? Não vai cair nenhuma solução lá de cima, a gente vai ter que criar ela aqui embaixo mesmo. - Ele disse ainda me segurando pela cintura.

Dei uma risadinha, era como se ele tivesse ensaiado aquela fala e tudo bem se tivesse, não importava, ele tinha razão. Talvez fosse a hora de ir com medo mesmo, assim como eu já tinha feito diversas vezes na minha vida. Mergulhar de novo nesse amor que sempre me trouxe tantas coisas maravilhosas na vida e uma completude que nunca havia sentido.

Eu me virei e o beijei devagar e sem amarras, sem defesas. Nossa história, nosso amor merecia uma nova chance. Tudo o que nos aconteceu não havia sido nossa culpa e eu estava nos punindo, chega! Era hora de ser feliz novamente.

Sam me virou novamente e nos conduziu até o quarto. Delicadamente, como se tivesse lidando com algo muito frágil, tirou nossas roupas e foi me ajeitando em seu abraço e assim fizemos amor bem devagar, sem pressa, curtindo cada beijo, cada toque, cada cheiro e depois fomos adormecendo.

Ainda consegui observá-lo por um tempo antes de dormir completamente. Como era bom tê-lo ali ao meu lado, de novo!

Logo que o dia amanheceu, Sam levantou da cama devagar para não me acordar, mas apesar do sono, consegui chamá-lo para voltar para debaixo das cobertas.

- Eu queria muito voltar para as cobertas com você, mas o pessoal do Clube de Moto tem um encontro e vou aproveitar a carona e ir pegar minha nova máquina, aquela que te falei. - Ele disse chegando bem perto da cama e me dando vários beijinhos. - Mas não vou demorar não, você pode ficar dormindo que trago o café da manhã pra gente. Descansa.

Aproveitei que estava mesmo precisando descansar e voltei a dormir. Um tempo depois, batidas na minha porta me fizeram dar um salto da cama. Percebi que faziam duas horas que Sam tinha saído, imaginei que era ele de volta, devia ter esquecido a chave.

Levantei meio zonza, peguei a primeira roupa que vi na frente e fui abrir a porta, caso não fosse ele, eu estaria vestida. E não era, era Tony parado na porta com um semblante de total pânico no rosto segurando um telefone celular.

Eu não entendi nada, o que será que Tony estaria fazendo na minha porta aquela hora e depois de tudo?

- Caitriona, é Sophie na linha! Ela tentou te ligar, mas ninguém conseguia contato com você. - Tony se explicou me estendendo o aparelho que peguei e coloquei no ouvido.

Mesmo antes de eu dizer alô, Sophie foi falando:

- Mom, aconteceu alguma coisa com Sam, na estrada! Já o levaram para o hospital, não sei bem o que aconteceu. Desculpa mandar Tony aí, mas foi nosso último recurso para te avisar. - Acho que foram essas as últimas palavras dela, eu não sentia minhas pernas e tinha a sensação de que ia desmaiar. Olhei para Tony que viu meu desespero e entrou, me levando até o quarto para vestir outra roupa.

- Vista alguma coisa que eu te levo no hospital. Vai dar tudo certo Caitriona, vai ficar tudo bem!


Quando nasce o amor? - Sam & Cait (Outlander)Where stories live. Discover now