Capítulo Único

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Muito se pergunta sobre o início de tudo, porém, para os Capellanos e Procyanos a resposta é óbvia. Toda a vida nesse universo tem como base o equilíbrio, e é assim desde a criação do universo. Em uma súbita expansão, surgiram as personificação desse equilíbrio, Himatê e Bolluk, divindades opostas e complementares, elas eram as energias que moviam o recém-nascido universo. Apenas uma coisa era mais poderosa que elas, o tempo, implacável e absoluto, regrava e controlava as deusas.

Após milhares de anos se passarem, Bolluk criou o fogo e a terra, e, com eles, preencheu o universo inteiro com estrelas e planetas, dando de presente para a sua irmã um planeta singelo, mas singular, como a representação do seu carinho por Himatê. Assim, Himatê criou a água e o ar, preenchendo o planeta com oceanos salgados, rios doces e ventos fortificantes.Juntas, elas deram vida a esse planeta.

Himatê queria acompanhar de perto toda a evolução da vida nesse planeta, mas deixando seu curso natural acontecer, ao passo que Bolluk queria regrar os mais recentemente nascidos, os humanos, sem se aproximar de forma afetiva. Bolluk acreditava que apenas a ordem e o ódio poderiam fazer com que eles fossem justos, enquanto que Himatê acreditava que tudo deveria partir do amor. E, assim, a ira de Bolluk fez nascer de sua mente o Deus do Caos, Natrox, e o amor de Himatê fez nascer de seu coração Niries, ambos aprisionados pelo tempo nos corpos das suas mães.

Um dia, um humano foi pego roubando um pequeno feixe de lenha, e, como deveria ser feito naquela época, as deusas foram convocadas para o julgamento dele. Chegando ao centro da floresta mais densa, os humanos amarraram o ladrão com tiras de couro e disseram em uníssono

-Deusas, filhas do tempo, clamamos por vossa presença!

-Filhos, o que houve para tal chamado? Disse Himatê

-Esse impostor roubou minha lenha, meu pedido é a morte dele! Disse o homem que foi roubado, um rei rico que comandava uma das cidades do planeta

-Sentença aceita, não permitirei que ninguém tome para si o que não lhe for cabido- enunciou Bolluk

-Irmã, você não pode continuar dessa forma, não pode dizer isso sem sequer olhar para esse homem, olhe para as roupas dele- disse Himatê apontando para o homem amarrado ao chão- se ele pegou o feixe de lenha foi porquê ele precisava disso, não foi por Ganância.

-Ousa querer controlar o planeta criado com a minha terra e fogo?

-O planeta é meu, Bolluk, e o defenderei com meu corpo se for preciso!

Assim, foi da decisão do tempo que Natrox e Niries se libertassem, iniciou-se uma batalha entre as duplas, cada deusa incorporada com seu espírito filho. Após dias ininterruptos de batalhas, Himatê percebeu que só o tempo poderia deter Bolluk, então, ao invés de continuar batalhando, fragmentou seu espírito em oito partes, sete aprisionaram Bolluk no centro da estrela Ang, que iluminava o planeta, ou melhor, os planetas. O poder das deusas liberado durante essa batalha dividiu e moldou dois planetas idênticos,os quais agora abrigavam a oitava parte da alma de Himatê. Esses Planetas são Capella e Procyon, agora regidos por Natrox e Niries.

Os Capellanos consideram injusto o aprisionamento de Bolluk, pois acreditam que a deusa só queria trazer a harmonia através da punição dos malfeitores. Os Procyanos, por outro lado, acreditam que essa prisão foi necessária para restaurar o equilíbrio dos mundos.

Após dez mil anos, essa história pode estar prestes a mudar, com uma guerra iminente entre os mundos, será que os Procyanos serão capazes de defender e guardar os Sete Selos sagrados de Himatê das mão dos Capellanos?



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⏰ Last updated: Apr 28, 2019 ⏰

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CAPELLA E PROCYON- O INÍCIO DOS MUNDOSWhere stories live. Discover now