– O quê?

– Faço minhas refeições em casa.

– Foda-se. Você terá que ficar até mais tarde até o final do semestre. Não vai dar, de qualquer forma, para você comer em casa.

Como Alan era insistente! Ele já deveria saber que Gael não comia perto de outras pessoas. Mas se lembrou do que seu terapeuta um dia disse: "ninguém tem obrigação de entendê-lo, é você que precisa compreender as pessoas".

Estava difícil entender pessoas normais, ainda mais quando essa pessoa era Alan.

– Eu não posso... – Fez uma careta, lembrando do alvoroço de vozes que era o refeitório.

– Vai ser rápido. E você sabe que você está parecendo o com esse descaso com sua alimentação.

– O pó? Você está fazendo uma alusão a cocaína? – Olhou-o alarmado e Alan negou. Ele odiava quando Gael interpretava tudo literalmente.

– Modo de dizer, mas você está mesmo parecendo um viciado com crack com essa sua aparência. Agora venha comigo que Judith está nos esperando.


– Ei, estamos aqui! – Judith gritou e acenou quando viu os dois.

Tinha sido um parto doloroso fazê-lo descer para o refeitório. Mas então Alan percebeu que Gael sentia-se incomodado com sua persistência, então só precisou ser um pouquinho mais chato até que o alfa cedesse.

– Minha nossa, cara. Você está acabado – Elias comentou e Judith o acotovelou, vendo Gael se encolher contra o banco, parecendo mais desconfortável que nunca.

Alan o deixava sufocado; Elias duas vezes mais. Toda vez que olhava para o alfa se lembrava dele penetrando Alan.

– Sexo – Sussurrou, fazendo os três se assustarem. – Alguém viu vocês dois?

– O que ele está falando? – Elias estava boquiaberto enquanto Alan suspirava.

– Não, ninguém viu – Garantiu. – E isso já faz tempo. Agora, vamos apagar isso de noss....

– Coito.... Orgias... Copulação... sexo é censurado pelo regulamento da nossa universidade – Alan fechou os olhos com força quando viu outros alunos olharem para Gael. – Tragar maconha e outras drogas ilícitas também é proibido.

– Nós já sabemos disso – Disse entredentes. – Você já falou isso. Não é você que não gosta de repetir?

– Sim, eu desaprecio – Deu de ombros, ingenuamente. – Contudo, é válido ressaltar.

Elias e Alan se entreolharam, antes do ômega provocar:

– Eu não sabia que você entendia sobre sexo.... trepar... foder... transar – Riu e Elias o acompanhou .

– Por que eu não compreenderia? – Estranhou, antes de Judith grunhir.

– Gente, eu estou comendo....

– Ué, você é virgem, não é? – Perguntou malicioso: Gael percebendo o tom distinto na voz, mas sem entender o motivo.

Assentiu, fazendo Alan rir debochado. Ele ainda tinha a inclinação de ser maldoso com Gael, mas sem machucá-lo de verdade.

– Por que você está rindo?

– É que você é tão inocente – Sorriu, agora um pouco mais afável, olhando fixamente para o rosto de Gael que corou, se encolhendo um pouco.

Ele adorava essas provocações, porque Gael sempre tinha as relutâncias mais fofas.

– Isso é por causa do seu autis... – Elias se interrompeu. – Da sua dificuldade de interação social?

StrangerWhere stories live. Discover now