Aquilo o estava enlouquecendo. 

– Veja só, você...

Judith se interrompeu, sentindo sua alma sair do corpo quando abriu a porta e viu Alan se contorcendo e gemendo em reposta aos estímulos de sua mão que fazia movimentos de vai e vem, enquanto a outra agarrava fortemente o casaco de Gael, esfregando carinhosamente contra a bochecha.

Ela fechou a porta tão rápido quanto tinha aberto, o rosto esquentando enquanto Gael ofegava ao seu lado.

– Minha nossa... – Tentou manter o bom-humor, mas ter Gael petrificado ao seu lado não estava ajudando. – Bem, hum... é... você sabe? Ômegas machos tem bastante... como é que se diz...?

Deu um riso sem graça. Agora era Judith que estava sem jeito.

– Ele está em heat. Eu compreendo que seja inato de seu feitio – Respondeu calmamente, mesmo com as mãos trêmulas. Tentou escondê-las, mas por onde seus dedos percorriam seu corpo ardia, como se outra pessoa estivesse o tocando.

Era esse o lance dos feromônios de Alan. Ele excitava mesmo sem estar ao lado.

– Eu darei o supressores e você não precisa entrar.

– Tudo bem, Judith. Eu acho que posso defrontar.

– Tá – Murmurou Judith, nervosamente. – Eu vou abrir no três.

Gael não esperou a contagem, sabendo que sua coragem morreria se não fosse logo, e enfim abriu a porta, fazendo os olhos suplicantes de Alan se desviarem para si.

É, talvez aquela não tivesse sido uma boa ideia.

O ômega estava mais corado do que ele lembrava: sua pele pelava e estava mais sensível ao toque, num pedido urgente de que alguém o dominasse. Seu corpo inteiro estava suado e sua voz rouca e frágil, os gemidos se tornando uma tortura para Gael.

– Alfa? – O ômega gemeu. Esse era o único jeito de explicar o tom insano de Alan.

Chamá-lo de "alfa" não significava pouca coisa. Ômegas chamavam seus parceiros de alfa só quando estavam conectados. Aquilo pareceu uma ofensa a Gael, mesmo que estivesse queimando por dentro. Nenhum ômega o tinha chamado assim antes, isso remetia a muitas coisas que ele não estava preparado para lidar.

– Eu não sou seu alfa – Cortou, rangendo os dentes quando Alan ganiu alto, acelerando os movimento.

Seus olhos azuis acinzentados pareciam chamas quando sustentava-os em Gael, que não conseguia desviar. Isso desarmava todos seus sentidos.

A pulsação de Alan acelerou e ele arfou, jogando sua cabeça para trás enquanto gemia. Seu quadril se ergueu, quase que involuntariamente, para ter mais contato com sua própria mão. Alan não tinha mais controle sobre nada. Não importava se Judith estava ali. Não importa se ele estava quase chorando entre os gemidos. Ele só queria Gael ao seu lado, tocando-o onde ele mesmo tocava.

Mas ele sabia muito bem que o alfa estava preso em sua teia: seus olhos lilases fixos nos movimentos que Alan fazia e no jeito que o ômega praticamente implorava para ser fodido com seus sons animalescos e manhosos. Ele sabia que Gael estava dançando a mesma melodia que ele.

Tudo isso era combustível para o alfa, fazendo um lado despertar para saciar seu instinto.

– Não faça isso com Gael – Judith grunhiu, se ajoelhando ao seu lado no sofá, mas no chão. – Você precisa tomar seus supressores.

Alan não disse nada, continuando com a masturbação intensa. A sorte era que seu sexo estava coberto pela roupa de Gael, que permanecia sendo esfregada em algumas partes do corpo do ômega.

StrangerOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz