O bastardo

1º encontro

Abro os olhos e me deparo com a claridade que vem da janela do meu quarto

Me espreguiço ainda deitada na cama, paro e fico olhando pro teto

Hoje vou passar a manhã com Otávio, ele me chamou pra um passeio no jardim do castelo, mas não estou com a mínima vontade de levantar da cama hoje, mas, como sempre não posso pensar no que eu quero

Me levanto e dou uma olhada no meu quarto

As paredes são pintadas em um tom vermelho bebê com alguns desenhos na parede na cor dourado, meu quarto é bem grande, é onde me sinto mais confortável, posso ser eu mesma, não preciso atender às expectativas de ninguém além de mim mesma

Saio da cama e entro no banheiro para tomar um banho, tiro minha roupa e entro na banheira já cheia de água

Fico uns 10m, tentando aproveitar o máximos de tempo aqui, meu dia vai ser BEM longo

Depois do banho Marlene chega e me ajuda a arrumar meu cabelo, ela faz uma trança de lateral com uma maquiagem leve, coloco um vestido pouco volumoso amarelo, com um decote na parte da frente e alças

Nos dirigimos a porta e ela pergunta

- Preparada?

- Sempre -digo, tentando parecer o mais sincera possível

Porque na verdade eu não estou pronta, é tão apavorante saber que estou sozinha nessa, gostaria que minha mãe estivesse aqui para poder me aconselhar, estou me sentindo perdida, mas tenho que continuar

Digo pra Marlene que eu posso ir sozinha, então continuo o meu caminho

Estou olhando pra baixo e não percebi que vinha alguém

Puff

Dei uma batida com uma pessoa e quase caio se não fosse ele me segurando pela cintura

- Alteza me perdoe... eu...

Olho para quem eu tinha trombado, e percebo que não é ninguém menos que Josh, ainda mais lindo que ontem, parece tão relaxado, apenas com uma camisa social azul com as mangas puxadas até o cotovelo e uma calça social, e percebo ele também me avaliando

- Senhor... eu que peço desculpas... eu... não estava prestando muita atenção -dou uma risada nervosa pra ele

- Esta com uma aparência preocupada, está tudo bem? -ele pergunta me colocando novamente em pé

- Na medida do possível sim -digo passando a mão pelo vestido e tentando evitar o seu olhar

- Se me permite senhorita, aparenta estar um pouco... triste? O que lhe deixou assim?

- Senhor, não é prudente ficar fazendo esse tipo de pergunta, ainda mais pra alguém que irá se casar em breve

Ele da um sorriso que faz aparecer suas covinhas

Que atrevido

- Perdoe-me, não quis parecer intrometido, é que entendo, mais que ninguém, como é estar assim, a minha vida inteira foi regada de ódio pra cima de mim, apenas por eu ter nascido na família errada

Ele abaixa a cabeça ao dizer isso

Deve ter sido muito difícil mesmo pra ele

- Sinto muito -coloco minha mãe em seu braço

Ele me olha, com aquele olhar TÃO intenso

Desvio o olhar e tiro minha mão na mesma hora

- Se permitir, Alteza, poderia te acompanhar?