Libby encara seu café e parece envergonhada e um pouco resignada.

— Primeiro eu gostaria de saber como minha mãe está. Você pode me dizer se ela está bem? Sei que ela não está mais morando na nossa antiga casa e...

— Abigail está bem sim, ela mora em um rancho agora.

— Bom, isso é bom.— Ela diz e toma um pequeno gole do seu café.

— Então? Diga o que você queria dizer.

— Não sei o quanto você sabe sobre mim, mas quando era jovem eu costumava me meter bastante em problemas. Fiz amizades que não eram boas para mim e não demorou muito eu comecei a experimentar drogas. — Percebo que Libby diz isso com receio, ela me olha e espera para ver se eu digo algo, mas permaneço em silêncio.

— Eu achava que podia parar quando quisesse, não percebi que estava me tornando uma viciada. Nessa época eu brigava constantemente com minha mãe, eu tinha muita raiva dela. Quando descobri que estava grávida não disse nada. Tivemos uma briga e eu sai de casa, fui morar com o pai do meu filho. Sinceramente, foi um milagre Nate ter nascido tão perfeito e saudável porque eu não parei de usar quando estava grávida. — Libby diz e vejo lágrimas começarem a se formar em seus olhos.

— Sei o que você deve estar pensando, que eu era uma péssima mãe, e é verdade. Depois que Nate nasceu o meu vício começou a ficar pior. O pai de Nate não usava drogas, mas ele bebia. Nós dois tínhamos nossos vícios. Mas eu estava sem controle. Até que um dia eu simplesmente fui embora. Você pode me perguntar o porquê eu abandonei ele, mas não sei se consigo te dar uma resposta certa. Eu era egoísta e tudo o que importava para mim eram as minhas necessidades, eu sabia que nunca seria uma boa mãe. Eu constantemente pensava em como eu era uma pessoa horrível e me sentia um lixo, sabia que se eu continuasse usando nunca seria uma boa mãe, mas ao mesmo tempo não conseguia parar. Eu tentei, sabe, antes de ir embora eu tentei procurar ajuda, mas não durei nem três dias. A vontade de me drogar era a coisa mais forte que eu já tinha sentido. Achei que Nate ficaria melhor sem mim e fui embora.

— Por que voltar agora então?

— Porque eu finalmente estou limpa. Durante todos esses anos perdi a conta de quantas vezes eu tentei parar. Nunca consegui ficar sóbria por mais de seis meses. Eu sabia que se eu voltasse sem estar melhor, eu apenas seria uma decepção para o meu filho. Eu quase morri inúmeras vezes e nenhuma delas me ajudou a parar. Eu não ligava se iria morrer ou não, eu só precisava de mais. Sinceramente, não sei como estou aqui agora. Só estou viva porque é a vontade do Senhor.

— Por que agora é diferente, por que agora você acha que vai conseguir ficar limpa?

— Porque já faz três anos que eu não uso nada, eu finalmente estou conseguindo colocar minha vida de volta nos trilhos. Na última vez que eu fui para o hospital porque tinha sofrido uma overdose lembro que o médico me disse que minha saúde estava horrível e que mesmo que eu parasse de usar qualquer coisa daquele dia em diante eu não deveria viver mais do que um ano. Foi então que Deus me encontrou, ou melhor, que eu encontrei Ele. Um grupo de voluntários da igreja estavam trabalhando no hospital quando eu estava internada lá. Eles me salvaram, eles me mostraram o caminho do Senhor e só pela vontade Dele eu consegui ter forças para me tornar uma pessoa melhor. Eu consegui! Eu finalmente consegui! Eu estou viva e estou bem e é um milagre. — Libby ri e começa a chorar.

Olho para a mulher sentada na minha frente. É evidente o estrago irreversível que as drogas fizeram em sua aparência, ela parece terrivelmente mais velha do que é, mas por trás disso ela parece bem sóbria para mim.

— Você realmente está limpa há três anos?

— Sim!

— E é por isso que decidiu procurar Nate agora?

Amélia - Filhos da Paixão #1Where stories live. Discover now