Capítulo I - Vida Nova

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Segui com o carro para a escola. No meio do caminho, eu o avistei. Mochila nas costas, suéter azul, fones nos ouvidos. Peter estava caminhando na calçada completamente distraído. Estava indo para a escola também. Uma ideia ruim cruzou a minha mente. Seria aquela uma boa hora para um pequeno susto? Ele bem que merecia, por ter me chamado para sair e ter chegado duas horas atrasado. Tudo bem que ele estava salvando pessoas, mas ele bem que poderia ter mandado uma mensagem avisando. Diminuí a velocidade do carro, acompanhando os passos dele. Ele sentiu no mesmo instante que tinha um carro o seguindo. Ele começou a apertar os passos e eu aumentei a velocidade do carro também. Peter começou a correr até virar a esquerda, virei o carro também e freei bem na frente dele, que ficou encurralado. Ele tirou os fones e tocou seu pulso, em alerta, pronto para se defender se necessário e eu abaixei o vidro da janela, rindo. Ele gritou um palavrão.

–Um à zero para mim! - Sorri.

– Droga, Elsa! Você me deu um baita susto! - Ele passou a mão no rosto. Eu gargalhei. - Esse carro é seu? - Ele olhou o carro, boquiaberto. - Porque ele é incrível!

– Não exatamente. É do meu estágio. - Respondi por fim. Ele deu um sorrisinho, entendendo do que se tratava. - Sabe, você viu o meu namorado por aí? Você sabe se ele quer uma carona para a escola? - Peter sorriu. Sim. Nós estávamos namorando. Há três meses. Não graças ao Peter, é claro. Mas ao Ned, que armou para nós dois.

– Ah, ele aceita a carona sim. Principalmente depois de quase ter tido um ataque do coração. - Ele sorriu e entrou no carro.

– Foi mal. - Dei um sorrisinho sem graça. Ele colocou o cinto. - Eu não resisti!

– Espera! - Ele quase gritou quando eu ia dar partida. - Você sabe dirigir agora, né? - Arqueou uma sobrancelha. - Porque ainda é um pouco cedo para sair destruindo shoppings e quebrando vidraças por aí. - Sorriu. Revirei os olhos. Ele nunca esqueceria aquele dia.

– Eu sei dirigir agora, Pete! - Dei partida no carro. - E, a propósito. Eu nem dirigi tão mal assim naquele dia! - Me defendi.

– Ah, nem um pouco. - Respondeu irônico. - Só destruiu metade de Nova York!

– Exagerado.

Não demorou muito e chegamos à escola. Estacionei o carro sentindo os olhares dos outros alunos sobre ele.

– Ai meu Deus! Mano! - Ned bateu no carro, quase babando. Nós rimos de seu exagero. - Elsa, esse carro é seu? - Perguntou boquiaberto.

– Tecnicamente. - Suspirei. - Entra aí, Ned! Vamos dar uma volta! - Ned entrou e sentou-se no banco de trás.

– Dar uma volta? - Peter me encarou, sério, usando seu tom responsável. - E a aula?

– Faltam quinze minutos ainda. - Dei um sorriso. Peter cruzou os braços. - Não olha pra mim desse jeito. Eu me sinto uma malvada levando crianças inocentes para o caminho da perdição.

– É basicamente isso. - Respondeu rindo. Fechei a cara.

– Ah, vamos, mano! - Ned sacudiu o ombro do amigo. - Não vai demorar nada.

Peter estava irredutível.

– Por favor. - Eu balancei seu ombro também. Ele deu um longo suspiro.

– Ah, tá bom! - Respondeu por fim. - Mas só uma volta em frente a escola!

Eu e Ned batemos as mãos em comemoração e eu saí do estacionamento de novo.

– Evie, eu já disse que você é a melhor amiga do mundo hoje? - Ned perguntou.

– Hey! - Peter o encarou com uma carranca, enciumado.

OMG! Meu Pai é um deus - 2a. TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora