Atribulados (Parte 1)

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   Fora o melhor presente que ganhei em toda minha vida. Mamãe falava enquanto colocava em meu pescoço que seria hereditário a partir daquele dia. Uma medalha trabalhada em ouro puro e bordada deixava meus olhos brilhando como nunca. Já papai em nenhuma ocasião me deste tal presente, ou melhor, mas para mim não fazia tanta diferença.

   Insensatez de muitos. A inveja em olhar aquela preciosidade em meu pescoço pertencia a quase todos que observavam. Tinha medo, porém era o que me fazia mais bem. Chegava a atrair olhares femininos até. Achavam que eu era um homem muito rico, no entanto a historia realmente ia por este caminho. Mas um olhar em minha direção atraiu-me muito mais. Era o chefe da patrulha. Homem esbranquiçado, bastante robusto, cabelos loiro e muito atraente. Tinha olhos cor de marfim. Especialidade única nele. Aproximei-me cada vez mais e nem senti tamanha vergonha. Ele ficava tenso e sem jeito a cada passo dado por mim. Convida-me para um passeio, uma coisa daquelas bem românticas. Aceito sem pestanejar. No dia seguinte encontramo-nos numa praça banhada de flores alaranjadas e amarelas. O clima era tão belo e deixava mais apaixonante e quente o fogo entre nós. Por fim lança um beijo, o primeiro beijo em mim bastante impetuoso e lindamente romântico. O que realmente ele queria? Amar-me ou usar? Não sei, mas aquele momento eu aproveitei ao máximo.

   Conversávamos sobre tantas coisas. Das mais tristes as mais belas. Apostava que o nosso relacionamento iria para frente. Estava crendo. Ele levanta-se naquele instante, pega na minha mão e convida-me para irmos a um baile de mascaras que haverá naquela fria vila onde residia. Simplesmente sem exaltar qualquer negação, aceitei de prontidão. O mais incrível de tudo é que havia perdido a total noção do tempo e o crepúsculo já avançava sobre o lugar. Saímos dali e com toda a gentileza fora me deixar até a porta de minha casa. Outro beijo lançou sobre meus lábios quentes. Era impossível resistir. Estaria eu apaixonado? Meu martírio iria sumir? Esperava acreditar na certeza de um sim. Muito acanhado e sorridente falava a minha mãe de um novo amor. "É o chefe da patrulha minha querida". Pulava ela tão alto quanto um coelho. Estava em êxtase de felicidade. Falei do convite ao baile. Mamãe sem pestanejar bordou a mais bela mascara. Detalhes em ouro e diamantes. Comparei-me a uma realeza. Ela não ficou de fora e fez uma segunda mascara belíssima. Senti inveja até, mas já sabia que iria agradar muito mais. Não deixei de usar a medalha. Até pensei em chamar o papai, mas como odiava estas coisas, preferi nem convidar.

    Seguimos de carruagem até o devido local. Eu pulava e dançava no lugar em júbilos. Pensava acordado que iriamos eu e ele dançarmos como Cinderela e seu príncipe em passos sem fim. Tinha esse sonho e parece que iria se realizar. Assim chegamos após alguns minutos e saudações para com o povo ali convidado eram genuínos, mas... Meu príncipe não havia chegado e logo me entristeci, porém não me desesperei. Sentei-me juntamente a minha mãe e sons de indie e jazz contagiante dominava o local que era muito rustico por sinal. Dava-se para notar. Todos parecendo princesas e príncipes. Danças celestiais, mas ele não chegava e assim lagrimas corriam no meu rosto. De repente algo errado havia ali. A música parou e todos a resmungar ficaram. Subitamente diversos homens com estacas e armas começavam a massacrar aquele povo alegre e feliz. Tudo muito rápido e um tumulto intenso se formara ali. Meu chefe estranhamente chega à seguida todo bem trajado, muito lindo e cheiroso. Tentava me proteger levando-me para um lugar seguro debaixo da mesa juntamente com minha mãe. Ele rapidamente retira uma arma muito potente de seu bolso e sai rapidamente querendo evitar aquilo pensando eu. Isso me surgiu uma preocupação imensa. Quando muitos estavam fugindo e morrendo, olhei para o lado e vi minha mãe desesperada a chorar. De repente escuto um forte tiro. Um tiro apenas. Não pude ver quem disparou, pois a bagunça era gigante e havia muita poeira e gritos infernais. Então viro para minha mãe novamente, mas ela estava ao chão banhada inteiramente de sangue, morta. Tornei a chorar desesperado pelo ocorrido, mas nem isso deu tempo realizar e só pude ver diversos homens me amarrando e me torturando. Davam fortes tapas e socos na minha cara. Colocam um saco na minha cara e então sinto puxarem algo do meu pescoço. Minha medalha, eles estavam levando! Desmaiei.

    Fui acordado por uma mão me cutucando. Levanto loucamente e percebo que já estava em casa. Meu pai estava do meu lado a chorar intensamente e em pertinência. Pergunto pela minha mãe.

      - Onde está minha mãe?

      - Ela está enterrada já meu filho? Responde ele soluçando.

      - E o meu chefe meu pai? Onde se meteu? Pergunto desesperado.

      Só se tinha o silêncio naquele instante.

      - E a minha medalha meu pai? Cadê?

      Mais uma vez não responde. Simplesmente, não se ouviu mais histórias.

Saga De Contos: AtribuladosTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon