Nate se aproxima e segura meu rosto com ambas as mãos, e apesar da crescente dificuldade para conseguir respirar, sinto o choque de seu toque.

— Se acalme e respire, tudo bem? Só respire.

Como é que eu vou respirar com ele me tocando desse jeito?

Suas mãos são tão quentes e ele está tão perto que consigo sentir sua respiração. Uma parte de mim quer gritar para ele se afastar, para me dar espaço para respirar, mas outra parte de mim quer puxá-lo para mais perto.

E é essa parte que vence. Agarro seu terno e o puxo para mais perto.

— Acho que vou desmaiar. — Digo, muito provavelmente vou morrer de vergonha disso depois, mas no momento o aperto no peito é forte demais para me importar com qualquer outra coisa.

— Você não vai não, estou aqui. — Ele diz e por um instante seu tom de voz me distraí do meu ataque.

Nate nunca falou assim comigo antes, ele nunca foi tão gentil e carinhoso.

— Só respire, Amélia, respire. — Ele sussurra e seu polegar desliza da minha bochecha até o canto dos meus lábios.

Seu dedão desliza pelo contorno de minha boca e ele encosta sua testa na minha.

— Respira. — Ele sussurra mais uma vez. Então faço o que ele me pede. Respiro fundo e solto o ar devagar. Faço isso até sentir que estou me acalmando e volto a respirar normalmente. Quer dizer, tão normal quanto possível com Nate tão perto de mim.

Eu sei que eu superei meus sentimentos por ele, mas caramba, como eu quero beijá-lo. Sentir a sua boca na minha mais uma vez.

De repente lembranças daquela tarde voltam com tudo em minha cabeça. O modo como ele me beijou, como me segurou tão apertado contra seu corpo.

Foi tão bom. Tão certo.

Seu perfume me atinge de todos os lados. Meu corpo parece se mover por vontade própria. Por causa do meu salto não preciso erguer os pés, mas sei que é isso que eu faria caso estivesse sem eles.

Agarro com mais força seu terno e o puxo para mais perto. Nate parece vir sem resistência nenhuma.

Abro a boca para receber a dele. Estamos um suspiro de nos beijarmos quando o elevador volta a funcionar. As luzes de emergência se apagam, nos deixando no completo escuro por um segundo, quando as luzes normais voltam a se ascender.

— Não disse? — Ele diz, limpando a garganta e se afastando.

O elevador chega ao térreo e eu saio correndo dele, respirando fundo o ar puro que entra pela porta aberta do saguão.

— Amélia, espere! Você está bem? — Nate me alcança e segura meu braço.

— Estou ótima. Sinto muito por aquilo. — Digo, apontando para os elevadores.

— Tudo bem. Você quer uma carona para casa?

— Não, tá tudo bem. Vou de ônibus, é pertinho.

— Você não tem carro?

— Não, acho que vou ter que providenciar um. — Digo e dou um sorriso sem graça, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

— Eu te levo para casa, você ainda não parece muito bem.

Isso é culpa sua! Por que tinha que chegar tão perto?

— Tudo bem. — Concordo como um meio para provar para mim mesma que eu consigo ficar perto de Nate sem parecer que meu coração vai explodir.

Nate me guia até um carro luxuoso de apenas dois lugares e abre a porta para mim.

Amélia - Filhos da Paixão #1Where stories live. Discover now