Vanilla Scent

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Na manhã seguinte, segui minha rotina de levantar, tomar banho, vestir o uniforme e tomar café com minha mãe e irmã mais nova. Pego o metrô e fico os vinte minutos da viagem jogando no celular distraidamente. Assim que cheguei na parada da escola, as portas se abriram e eu desci junto de algumas outras pessoas que pegavam o trem. Pelas manhãs não era tão movimentado, então eu podia andar calmamente.

Faltavam dez minutos para o primeiro horário, me apressei e cheguei na escola ouvindo o sinal assim que abro meu armário. Jogo minha mochila de um jeito desengonçado dentro e pego a caderneta junto com meu estojo. Corri depressa para o laboratório e consegui me esgueirar pela sala antes do professor chegar, sentando numa bancada qualquer sem nem mesmo olhá-la.

Assim que o Prof. Xiao entrou na sala nós nos levantamos em respeito a ele e que deu sinal para sentarmos.

Sentei soltando um suspiro exasperado, finalmente notando a garota sentada ao meu lado. Ela era baixinha e tinha cabelos negros, além de traços japoneses que a deixavam ainda mais diferente e fofa.

— Ei, acho que não te conheço. —Digo vendo a garota desviar o olhar de suas próprias mãos pra mim. — Meu nome é Wonyoung.

— Er... Oi.

O professor nos interrompeu entregando as folhas de atividade e ambas colocamos nossos jalecos e óculos de proteção. A baixinha lia os exercícios com atenção, virando-se pra mim "me passa aquele conta gotas, por favor". Ela tinha um sotaque que confirmava minhas suspeitas de que fosse estrangeira, mas dei de ombros e apenas segui seus pedidos.

Finalizamos o trabalho —Ou melhor, ela finalizou antes do horário e fomos liberadas para as próximas aulas, quando a vi indo pelo corredor ao lado oposto ao meu, lembro que não sabia seu nome.

— Ei!! Qual seu nome? —Perguntei e vi ela se virar meio confusa.

— Nako-chan! —Gritou de volta com a voz esganiçada.

O sinal bateu e eu perdi a garota em meio à multidão, mas dei de ombros gravando sua face

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O sinal bateu e eu perdi a garota em meio à multidão, mas dei de ombros gravando sua face.

Os próximos horários foram mais que entediantes, a única parte realmente animada do meu dia foi o almoço com Yujin. Comemos gimbap e ela deixou eu ficar com seu bolinho de arroz, o que me fez extremamente feliz pelo resto dos últimos horários.

Me despedi dela no horário de ir pra casa com suas piadinhas toscas irritantes:

— Você tem certeza que não prefere que eu fique caso você tenha que fugir da sua professora?

— Não. Vai embora logo, Yujinnie . —Reclamei.

— E se ela for linda demais e você não conseguir se concentrar? Ou feia demais e você quiser fugir? E se por acaso...

— Amiga, vai! —Ergui meus braços e empurrei ela pra fora da biblioteca, ouvindo mais um incessante "Shhhh! Silêncio!!!" da bibliotecária.

Assim que consegui me livrar daquele encosto, segui até a bibliotecária, segurando minha mochila com o ombro direito, sem esforço.

— Licença, você poderia me informar onde os monitores ficam? — Perguntei baixinho.

A moça me encarou com uma careta, provavelmente por eu ter interrompido seu tão interessante trabalho de registrar livros. Aposto que ela estava lendo um livro erótico no Kindle. Com um aceno de mão ela apontou uma área reservada da biblioteca, após umas dez estantes lotadas de livros, quatro mesinhas estavam espalhadas e havia um sofá de janela com algumas almofadinhas.

E uma garota nele.

Não era nem alta, nem baixa. Os cabelos eram castanhos escuros e a pele alva, ela usava uma blusinha branca social abotoada nos pulsos, uma gravata delicada de cetim preta, saia vermelha, bóina da mesma cor e all stars pretos. Me aproximei ainda mais à distância, analisando seu rosto de perfil. Sua pele era lisa e os lábios avermelhados, já seus olhos eram castanhos e pareciam perdidos na janela do 2º andar onde estávamos.

Cocei minha garganta depois de notar que reparei por tempo demais nela, chamando sua atenção. A garota se virou instantaneamente em minha direção e saiu de sua posição, erguendo-se.

— Olá.

Um simples e frio olá me fez encara-la ainda mais. Ela não parecia ter emoção alguma enquanto falava, inclusive eu achei que a qualquer momento pudesse me assassinar ou cometer um crime de ódio.

— Hm... Você é a Wonyoung? —Ela quebrou o silêncio, pegando sua mochila no chão e colocando-a sobre a mesa colorida.

Murmurei um sim e ela fez um sinal pra que eu me sentasse em sua frente à mesa. Com rapidez ela escreveu algo em seu caderno, concentrada. Erguendo sua cabeça apenas pra se notificar de que eu ainda estava ali, mordendo o lábio inferior de maneira sem graça e com vontade de ir embora correndo.

Não me leve a mal, ela não me parecia alguém tão ruim assim. Mas tirando Yujin eu raramente conseguia me soltar e o fato de ela estar ali pra me ajudar a estudar só piorava.

Observando-a agora de perto, pude ver seus detalhes de maneira mais profunda. Os olhos eram acastanhados, mas conforme ela os espremia como se se esforçasse pra enxergar, tonalizaram de forma mais escura. Uma pintinha delicada marcava seu nariz e suas sobrancelhas eram definidas e bem feitas, apesar de ela não parecer o tipo de garota que você vá ver no salão de beleza sempre.

A camisa social está folgada no braço e só aí notei o quão bonito seu corpo era, definido mesmo por dentro à camisa. Ela tem um furo na orelha mesmo que não esteja usando brincos e bolsas fofinhas envolta dos olhos, panda eyes.

— Você pode resolver esses exercícios pra começarmos. —Virou o caderno pra mim. — São básicos então acho que você consegue.

Com a boca entreaberta eu fiz que sim com a cabeça, tendo seu olhar sobre mim. Virei minha atenção para folha e notei os incontáveis X's, Y's, sen e cos que se espalhavam. Quase gemi em reprovação, mas não quis passar a vergonha de dizer que não fazia ideia de como resolver aquilo.

Quinze longos minutos se passaram, a garota ao contrário do que imaginei não começou a mexer no celular ou algo do tipo, apenas lia um livro de título "Funções Algébricas - 9º ano", colocava mechas de cabelo que insistiam em cair atrás da orelha e quando eu a encarava demais, focava-se em mim perguntando se eu tinha alguma dúvida. Algo que neguei veemente.

— Acho que já deve ter dado tempo de terminar. Deixa eu ver. —Ela puxou o caderno de mim e o observou, logo erguendo o olhar inquieta e fazendo uma careta confusa. — Você não fez...?

Me afundei na cadeira e encolhi meus ombros.

— E-eu não... Não... —Gaguejei envergonhada.

Ela suspirou e se levantou, puxando a cadeira ao lado da minha e se sentando a poucos milímetros de mim, pegando meu lápis.

— Você começa isolando a incógnita para o lado direito e todos os números para o esquerdo. —Disse calma, demonstrando. — O que você resolve primeiro numa expressão?

Seu perfume era muito cheiroso. Era algo que me remetia à baunilha. Eu amava sorvete de baunilha.

— Divisões?

— Isso. Divisões e multiplicações. —Concordou. — E então resolvemos o restante, lembrando que se houver uma raiz ou potência você deve fazê-las antes das outras. Okay?

Dei um joinha com o dedo.

— Agora nós vamos subtrair o noventa do sessenta e três.

7x = 90 - 63
7x = 27
7x =

— E vai dar um número grandinho, por isso pode colocar apenas um número depois da vírgula. —Murmurou terminando a conta.

Eu estava hipnotizada e desacreditada.

Ela havia me ensinado matemática e eu nem mesmo sabia seu nome! E pior... Por que ela tinha que cheirar tããão bem?

(Not) Sweetie Unnieजहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें