As crônicas do inferno. livro I " O torneio dos deuses"

Prólogo

         Alguém sabe quem criou o mundo? Muitos dirão que foi deus, ou tentariam uma resposta bem formulada que no final não diria nada. Não posso dizer que deus criou o mundo, mas posso afirmar que há um deus por trás de tudo isso. Por trás de tudo no mundo, há um deus tomando conta de cada pensamento, escolha ou sentimento. Mas quando um deus se rebela contra aquilo que todos afirmar ser sua crianção, os dias viram trevas, a noite é congelante, e os sons mais doces são substituídos por gritos de horror e risadas de prazer. Deuses, ao olhar para um grande quadro de um homem cintilante com asas semelhantes a de uma pomba branca, as pessoas imaginam um ser majestoso, um ser capaz de fazer maravilhas, um ser milagroso, uma esperança. Mas uma imagem, não passa de uma imagem. Quem são os deuses de verdade?
Os deuses de verdade se chamam Viribus. Os Viribus receberam uma bênção divina de um deus injusto, a cada novo Viribus no mundo, uma nova habilidade surge, mais poderosa e destrutiva que a anterior. Acredito eu que quem criou os Viribus gostaria que eles fossem como as figuras nos quadros, mas um Viribus, é um deus, e deuses estão por trás de escolhas e sentimentos. Os Viribus fizeram suas escolhas, escolhas baseadas em prazer, não havia nada melhor do que olhar de cima para todos. Não importa qual fosse a raça, você deveria ser curvar perante os Viribus,  caso o contrário, eles o humilhavam, torturavam, e depois matavam. Eles viviam em uma montanha flutuante nos céus, mantida com a energia de um único Viribus. Ao olhar para o céu, você conseguia vê- los chegando, dava tempo de tentar pensar em algo, mas eles sempre chegavam e começavam o massacre. Em um ano negro, eles deram início ao torneio de poderes, era a forma deles de zombar das raças do plano terrestre. Um Viribus, com um soco, construiu uma cratera em cada reino do plano terrestre, eram os chamados Coliseu negro, ali, a cada um ano, os reinos tinham que mandar quem fosse para lutar com os Viribus, todos sabiam que iam perder, era isso, ou acabar como Mercantia, a primeira cidade a receber o beijo de deus, uma habilidade capaz de transformar em nada cidades inteiras em instantes. O plano terrestre já mostrou bons guerreiros, honrados e fortes, mas a sorte nunca esteve ao lado do plano terrestre, na verdade, a sorte é só mais uma habilidade dos Viribus.
Agora me diga, quem criou o mundo?
Se os deuses já estão andando pela terra, dizimando cidades e disseminando o caos.
O mundo foi criado a muito tempo, e há quem diga que os Viribus foram os primeiros a serem criados, mas não acho que um primeiro deus criaria algo tão cruel, se é que foi um deus.
O plano terrestre continua sua batalha, um dia, alguém irá vir, e então poderemos lutar. Não haverá uma raça que não se levantará para ver o início de uma nova era. O céu irá mudar de cor, uma nova alvorada irá nascer, e a queda de Viribus virá.  Mas até lá...
_ oque é aquilo? _ disse uma moça nas ruas de Arouq._ parece com...
A montanha se apresentou, viva e nua. Uma grande sombra caiu sobre a cidade, uma sombra que trouxe o medo. Os Arouquianos, sabiam bem do que se tratava, mas como? As visitas já haviam passado, e o ciclo anual ainda não estava completo.
Antes que alguém pudesse pensar no que realmente estava acontecendo, as bolas de fogo começaram a cair, os ventos começaram a se tornar violentos e algumas pessoas começaram a desaparecer...eram eles, você consegue sentir a presença, Viribus.
As nuvens começaram a se dissipar, uma sobra minúscula surgiu flutuando a frente da montanha, estava de braços abertos como um verdadeiro deus. Ninguém conseguia ver, mas ele estava sorrindo. As sombras começaram a oscilar entre a montanha, e alguns instantes todos os Viribus estavam ali, prontos para contemplar... O beijo de deus.
Os Arouquianos corriam de um lado para o outro tentando encontrar uma salvação, alguns chamavam por deus, porque? Se eles já estavam ali. Arouq, uma cidade tão bela, uma cidade dominada pelas homens, uma cidade que em instantes se tornou cinzas.
Os Viribus brilhavam nos céus, enquanto se deslocavam para a próxima cidade. Provavelmente hoje era o aniversário de um Viribus, eles sempre comemoravam da melhor forma possível, com muitas mortes.
Deus, oh deus verdadeiro, clamo para que escute minhas preces, sei que há um deus maior além daqueles que assolam nossos pesadelos, daí me forças para lutar, daí me forças para ousar, oh deus, apenas daí me forças para sobreviver mais um dia. Agora e na hora de minha morte... Amém.
Um dia uma nova era virá, um novo amanhecer, e um crepúsculo dirá o quanto nossa luta irá valer a pena.