11 - DIGORY E O TIO EM APUROS

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– Cheirar não é tudo – redargüiu a Sra. Elefanta. – Essa é boa! – replicou o buldogue. – Se um sujeito não pode confiar no seu nariz, vai confiar em quê?

– Na cabeça, talvez – disse a Elefanta, com doçura.

– Não aceito de modo algum essa observação – disse o buldogue.

– Enfim, precisamos fazer alguma coisa – respondeu a Sra. Elefanta. – Pois pode tratar-se do vau, e o vau tem de ser mostrado a Aslam. O que acha a maioria? Trata-se de um animal? Ou será alguma coisa feito árvore?

– Árvore! Árvore! – disseram dezenas de vozes. – Muito bem! – falou a Sra. Elefanta. – Já que é árvore, está pedindo para ser plantada. Vamos fazer uma cova.

As toupeiras encarregaram-se dessa parte com presteza. Discutiu-se depois de que lado tio André deveria ser enfiado na cova, e por um triz não foi colocado de cabeça. Diversos animais disseram que as pernas deviam ser galhos e, assim sendo, a coisa cinzenta e fofa (a cabeça) devia ser a raiz. Mas outros opinaram que a forquilha do outro lado estava mais enlameada e era mais longa: deviam ser as raízes. Foi desse modo que o tio André foi plantado de cabeça para cima. Quando terminaram, a terra lhe dava pelos joelhos.

– Está tão murcho! – observou o burro.

– Precisa ser regado – disse a Sra. Elefanta. – Sem querer ofender qualquer um dos presentes, acho que, para essa tarefa, o meu nariz...

– Protesto! – replicou o buldogue.

A elefanta andou com tranqüilidade até o rio, encheu a tromba e voltou a tio André. O sagaz animal lançou litros de água no velho. A água escorria pelas abas da casaca, como se o homem tivesse tomado banho com roupa. Por fim, ele voltou a si. Que despertar indescritível! Mas deixemos que ele medite sobre seus malfeitos (se é que seria capaz de ser tão sensato) e tratemos de coisas mais importantes.

Morango seguiu trotando até encontrar Aslam e os conselheiros. Digory bem sabia que não poderia interromper reunião tão solene, mas não teve necessidade disso. A uma palavra de Aslam, o elefante, os corvos e os outros afastaram-se um pouco. Digory apeou do cavalo e achou-se face a face com Aslam, que era maior, mais belo, mais reluzentemente dourado e ainda mais terrível do que pensara. Não ousou fitá-lo nos olhos.

– Por favor, Sr. Leão... Aslam... Senhor, será que podia... posso eu... por favor... o senhor me daria um fruto desta terra... mágico... que curasse a minha mãe?

Esperava desesperadamente que o Leão dissesse "Sim"; seria pavoroso se dissesse "Não". Mas, para seu espanto, não foi uma coisa nem outra.

– É este o rapaz – disse Aslam, olhando não para Digory, mas para os conselheiros. – O rapaz que fez isso.

– Oh, e agora? Que será que eu fiz?

– Filho de Adão – falou Aslam –, há uma feiticeira na minha nova terra de Nárnia. Diga a estes bichos como ela chegou aqui.

Dez coisas diferentes passaram como um relâmpago pela cabeça de Digory, que teve o juízo de contar estritamente a verdade.

– Fui eu que a trouxe, Aslam – respondeu, com a voz fraca.

– Com que objetivo?

– Queria que ela saísse do meu próprio mundo e fosse para o dela. Pensei que estivesse no caminho certo.

– Mas como ela foi parar em seu mundo, Filho de Adão?

– Por magia.

O Leão nada disse e Digory sentiu que ainda não dera todas as informações.

O Sobrinho do Mago | As Crônicas de Nárnia I (1955)Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ