XXIV. O Acampamento Blackwolf

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Sorri de volta.

—Tenha uma boa viagem para casa, Dianna. - despedi-me e a jovem bruxa balançou a cabeça.

—Adeus. - Com um gesto de suas mãos, fez a égua começar a galopar e nos deixou para trás, seguindo a estrada. Meus ombros relaxaram quando os cabelos claros e soltos de Dianna desapareceram em uma curva fora da trilha. Estava mais tranquila sabendo que a garota ficaria bem.

—Quanto tempo fiquei presa, Adam?- questionei, voltando a atenção para meu amigo. - Tive dificuldade para contar os dias lá.

—Quase uma semana, Saphira. - hesitou em responder. - Foram 4 dias desde a manhã que acordei e não te vi lá na floresta, conforme combinamos.

Movi a cabeça. Não sabia nem como poderia responder. No entanto, Adam tinha outros planos.

—Para onde vamos?

Pelo visto ele entendeu que não era o momento adequado para falar sobre o que aconteceu naquela manhã. Mesmo assim, eu não era a única com histórias para compartilhar.

—Vamos até o acampamento lobisomem que Dianna comentou.-sugeri.-Posso precisar de ajuda confiável, para variar. E uma noite calma e comida decente não seriam má ideia, certo?

—Como quiser. - Adam sorriu, um pouco inseguro, mas acatou minha ordem, já guiando o cavalo para seguir a trilha para oeste. Eu não queria discutir sobre seu mau-humor agora, então apenas fui atrás dele, mantendo-me sempre atrás de seu cavalo afim de evitar discussões.

*****************

Na verdade, demoramos mais tempo para estar próximos do acampamento do que as 5 horas que Dianna tinha previsto.

No entanto, dei créditos a ela pelo chute. Até que não foi tão longe da realidade, considerando a falta de um mapa. A bruxa devia conhecer mesmo os cantos mais remotos daquele país, ou tinha um senso de localização e magia muito fortes.

A simples visão das luzes de fogueiras e tochas além das muralhas anunciando a presença de vida racional no meio da floresta já era o suficiente para alegrar meu coração, deixando-me ansiosa por um jantar decente e uma cama para dormir, se me permitissem entrar.

Quando os portões do acampamento se estenderam à nossa frente, a noite já havia se estabelecido na mata densa. Estava há quilômetros da estrada, em algum ponto da Inglaterra desconhecido para mim, mas ainda assim aqueles lobisomens conseguiram construir uma cidade só para eles no meio do nada. Parei os cavalos diante dos portões fechados, notando o nome do lugar entalhado na pedra acima.

Provavelmente, em alguma clareira, ainda devia haver resquícios de luz, mas com a copa das árvores tapando o céu ao nosso redor, as tochas já se faziam necessárias. Não diria que fogo era uma boa ideia para quem quer se esconder na mata, mas não acreditaria que podia tentar argumentar com quem fosse o líder daquele acampamento. Ou melhor, o alfa.

Lobisomens eram liderados por um alfa escolhido em uma batalha de vida ou morte e aquele acampamento certamente não devia ser diferente. Era exatamente o que a Peeira tinha descrito. Sim, eu tinha certeza de que era isso que Dianna era.

—Quem são vocês?-ouvi a voz masculina dizer. Olhando sobre os muros que cercavam o acampamento, notei um lobisomem de aparência não muito mais velha do que eu por trás de um fuzil militar, mirando de cima de uma das torres de vigilância em ambos os lados dos portões. - Desconhecidos devem ir embora. Humanos não podem entrar aqui. Só lobisomens.

Aparentemente, eles trabalhavam na lógica de um acampamento militar. E esse garoto era um tipo de guarda da cerca, hierarquia baixa, mesmo naqueles termos. Não podia enxergar muito do lugar além de alguns vultos seguindo suas vidas do outro lado, mas já estava entendendo como as coisas funcionavam.

A Caçadora da Meia-Noite Where stories live. Discover now