2 Kevin

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Vê-lo naquela maca pálido e um pouco sonolento, deixava-me preocupado; Midorya era a personificação da vivacidade e saber que ele havia sido atingido e que poderia ter morrido naquela missão deixava-me tenso e inseguro.

Quando chegamos no hospital ele foi levado para dentro e pude acompanha-lo, um médico residente veio vê-lo, tirou o colar cervical e avaliou o ferimento, não sangrava, mas pareceu ser sério, pois ele ordenou que eu esperasse no corredor.

Fiquei andando de um lado para o outro esperando por notícias e pouco tempo depois ouvi alguns resmungos dentro do quarto, e então o médico saiu.

_ele está bem, quando terminar o soro terá alta! – avisou – o tiro passou muito próximo a jugular dele, por isso aconselho que o mesmo espere uma semana até voltar as atividades!

_obrigada! – agradeceu e partiu, dando-me a oportunidade de entrar no quarto, e ter uma visão revoltante.

Midorya tinha saído em missão há duas semanas, estranhamente ele sumiu até quase ontem, quando ressurgiu pela manhã dando ordens e convocando os homens. No princípio pensei que ele tivesse ficado preso na diretoria enquanto repassava as informações da última missão, porém vendo-o na cama neste momento, tive a sensação de que algo deu muito errado.

_é melhor você começar a me explicar esses curativos, as manchas rochas e toda essa porra! – ordenei batendo a porta do quarto e trancando.

O desgraçado a minha frente estava com cortes costurados em diversas partes do corpo, como se tivesse sofrido vários cortes consecutivos, propositais; Tinha manchas roxas por seu tórax, e aquilo só seria causado por vários socos... No fundo, eu já sabia o que tinha acontecido, mas não queria admitir, e precisa ouvir isso dele. Embora não quisesse ouvir e ter certeza, eu precisava...

_eu ia te contar... – murmurou fechando os olhos e suspirou.

_dá próxima vez arrume uma puta menos agressiva para me chifrar! – brinquei sentindo-me desabar por dentro. Aproximei-me da cama e sentei-me na beirada – por isso você sumiu? – perguntei sem encará-lo.

_sim! – respondeu – fiz o que fui mandado lá para fazer, resgatar a filha mimada e rebelde de um CEO metido a besta, mas que é muito influente no governo; então quando retiramos a garota de lá, fui pego, e assim eles tentaram me obrigar a falar para quem trabalhávamos, uma vez que não estava usando o fardamento convencional, bem eles tentaram bastante! – sorriu convencido – tinham levado a garota para um iate, quando consegui fugir da cabine onde estavam me torturando, tive que mergulhar e nadar para longe! Fiquei à deriva por quase dois dias inteiros, até avistar a praia e usar o que ainda tinha de força para chegar até lá! Santo treinamento hipotérmico! – sorriu, mas a palavra “tortura” tinha me atingido como um soco – uma vez em terra, o socorro foi rápido, só que fiquei preso na ala medica da unidade por quatro dias, só consegui alta ontem! – explicou.

Com a vida que levávamos não era incomum ver nossos amigos morrendo torturados, queimados, assassinados por algum sniper, ou perde-los em campo. Aproveitamos o que podíamos da vida, pois não sabíamos quando a nossa teria um fim, mas saber que Midorya poderia ter me deixado, fazia com que o chão sumisse em meus pés.

Desde que tinha sido transferido para seu pelotão, crente de que conheceria o diabo em pessoa, já que sua fama o precedia, fiquei chocado ao vê-lo brincando ridiculamente com seus soldados, como se fosse uma criança. Tratou-me como uma criança, o que irritava-me ao extremo, mas vê-lo em campo me fez respeitar aquele idiota.
Foi então que saímos, todos juntos para beber, depois saímos apenas Midorya e eu para conversar sobre o trabalho, o que nos levou a beber e no final da noite, estávamos em minha casa, transando loucamente. Para ele prazer era o que importava, se era com homem ou mulher, era o menos, e por isso repetimos a dose algumas vezes.

(In)Dependente de Mim - Spin Off II - Duologia Possessivos Onde histórias criam vida. Descubra agora