Ele podia estar usando uma máscara para aquele evento, mas talvez aquele fosse o dia que ele menos precisou se esconder atrás de um adereço.

— Como se sente? — Sky perguntou, fazendo-o focar seu olhar na imagem da mulher refletida no espelho logo atrás do seu ombro. — Suas mãos já começaram a suar e você tem a sensação de que seus pulmões estão para colapsar?

Gale riu alto, reconhecendo aquela frase como uma tentativa frustrada de Skylar Howard de retirar a tensão daquele grande evento.

— Você não está ajudando assim — Gale respondeu em um murmúrio antes de se virar em direção a ela, arrumando a máscara preta que cobria seus olhos. — Mas sim, para as duas perguntas.

A ideia da festa de máscaras tinha sido de Ben, assim que Gale comentou com ele, no meio de um jantar no apartamento de Sky, que precisava de uma ajuda para sua festa de lançamento que aconteceria no mês seguinte. No momento que o norueguês mencionou que seu novo CD levaria o título de 'Masks' Benjamin arqueou as sobrancelhas, sugerindo um baile de máscaras para o evento.

Ele fazia o planejamento de um evento parecer algo simples com suas ideias que demoravam menos de trinta segundos para serem formadas e sua visão tridimensional que fazia sentido apenas para ele. As anotações mentais começaram desde aquele momento e prosseguiram até o momento que tudo estivesse perfeito.

E nada mais podia representar melhor aquele lançamento do que todos os convidados com máscaras, que eram um acessório obrigatório até a meia-noite.

Assim que o ponteiro menor do relógio parasse em cima do doze e as badaladas fossem escutadas, todas as máscaras deveriam cair junto com o lançamento do CD de Gale Langbroek. Junto com a máscara que ele usava e nunca tinha retirado antes.

— Você não precisa ficar nervoso, Gale — ela continuou, oferecendo um sorriso de conforto para ele. — O lançamento já está sendo um sucesso e eu mal posso esperar pelo momento que suas novas músicas tocarão insistentemente em todas as rádios do país.

Langbroek concordou com um pequeno aceno, se aproximando de Sky para deixar um beijo demorado na sua testa em forma de agradecimento.

— Não é exatamente com o número nos charts que eu estou me importando — sussurrou para a loira, engolindo em seco. — Eu não sei se lançar esse CD vai me livrar das memórias antigas ou apenas trazê-las de volta. E eu não sei o que fazer se elas voltarem.

Sky pareceu pensar por um segundo, colocando as duas mãos no rosto de Gale e oferecendo um pequeno sorriso para ele. Conseguia enxergar, dentro dos seus olhos incrivelmente azuis, o medo. Aquele que ele escondia como podia, por trás de uma pose invencível e impenetrável que costumava manter as pessoas longe.

A mesmo que ele usou para tentar afastá-la logo depois que Jo, sua ex-namorada, tinha tirado a própria vida.

— Elas nunca vão embora, Gale — murmurou, apertando os lábios em uma fina linha. — E quando elas voltarem, elas não precisam te machucar. Você não é a mesma pessoa que era cinco anos atrás.

— Você também não.

— Não sou — concordou, dando de ombros. — Mas eu continuo aqui, sempre que você precisar.

Gale sorriu sem mostrar os dentes assim que Sky ficou em silêncio, aproveitando o momento para passar as mãos pela cintura da mulher e puxá-la para um abraço apertado.

— Obrigado por isso — respondeu baixinho, fazendo-a sorrir. — Por hoje. E por antes também.

Skylar fechou os olhos apertados assim que sentiu que eles tinham enchido de lágrimas, tentando controlar suas emoções que estavam completamente à flor da pele nos últimos dias. Não sabia se era pela próxima da famosa TPM, das brigas com Ben que aconteciam vez ou outra, pela sensação estranha que tinha em seu estômago desde que tinha acordado ou por ter, nos últimos dias, pensado tantas vezes em tudo o que tinha passado com Gale.

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