Capitulo 2- O decreto

8.9K 414 19
                                    

O caminho que parecia curto, nessas alturas, era longo demais para mim. Tudo parecia mais sombrio, e o medo de perder meu pai, que me deu de tudo, desde de amor, até me vestir, me corroía por dentro.

Um tempo depois estávamos eu e Gabriel de frente ao hospital. Eu odeio hospital, ainda mais quando alguém que eu amo está lá.

Entramos e seguimos para recepção.

-Boa noite, posso ajudar? -uma mulher loira perguntou toda sorridente.

-Sim, queremos saber do estado de saúde de Tomás Ribeiro, ele é nosso pai -eu disse friamente, enquanto Gabriel andava de um lado para o outro.

-Ahh sim, Tomás Ribeiro, ele chegou faz pouco tempo e está na sala de cirurgia. -olhei para trás e vi Gabriel atordoado.

-Gabriel, ele está na sala de cirurgia -ele ergueu os olhos, me olhou e voltou a andar de um lado para o outro.

-Tem uma mulher na sala de espera acompanhando, suponho que seja a mãe de vocês, querem esperar lá? -perguntou prestativa.

-Sim, obrigada -eu estava muito mal, pensando mil coisas.

-Sigam-me.

Passou em nossa frente toda rebolando, essa mulher! nem pra respeitar o momento dos outros.

Eu olhei para Gabriel, que estava seguindo atrás de mim. Em seus olhos pude constatar o medo, e era nessas horas eu podia ver que ele era o mesmo garotinho de sempre, com seus 23 anos, mas é uma criança.

Passamos pela recepção, em direção a uma porta grande e branca, que nos levou a uma sala ampla, onde encontramos nossa mãe sentada em um dos bancos, com as mãos em seu rosto.

-Mãe! você está bem? -Gabriel perguntou todo preocupado indo em sua direção, e minha mãe se levantou para abraçá-ló.

-Estou me acalmando... -respondeu cabisbaixa.

-Calma mãe... estamos aqui com você agora. -eu disse me juntando ao abraço.

-Se vocês precisarem de alguma coisa é só me chamar -a atendente disse indo embora, rebolando, nos deixando a sós.

-Mãe alguém falou alguma coisa sobre meu pai? -eu perguntei preocupado, e nos sentamos.

-Sim, disseram que ele teve uma obstrução em uma artéria do coração, nesse momento eles estão na cirurgia exatamente para desobstruir.

-Poxa!!! eu não acredito que isso está acontecendo -Gabriel disse bravo, passando as mãos pelos cabelos.

-Gabriel, esse nervosismo não vai nos levar a nada -nossa mãe o repreendeu.

-Tudo bem... vou beber uma água ali -ele se levantou e foi em direção ao bebedoiro.

Sentado ao lado de minha mãe, escorei  minha cabeça em seu ombro e fechei os olhos, tentando fugir daquele pesadelo.

Imagine só, eu como o presidente da empresa... não consigo, pois não estou nem um pouco preparado, a Advanced media, não é só a maior empresa de mídias e propagandas, mas também é tudo para o meu pai, e se eu não for o melhor, tudo pode ir por água a baixo e destruir um sonho de anos que foi lutado para ser construído com muito esforço por meu pai.

Minha mãe me tirou dos pensamentos.

-Dante... o que foi? -ela perguntou como se tivesse lido meus pensamentos... Levantei meu rosto olhando em seus olhos, e ela automaticamente capta o que eu estava pensando.

Procura-se uma noivaOnde histórias criam vida. Descubra agora