Capítulo Sessenta - Mais Uma Vez

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-Obrigada por agora também. –Ela falou, quebrando o silêncio familiar, mas que naquele momento estava quase pesado.

-Por nada.

              Belinda finalmente secou os rastros de lágrimas e encarou o loiro atentamente.

-Como você me achou? –Ela questionou.

              Draco deu de ombros.

-Você não é a única que foge pra esses lados. –Ele argumentou e ela bufou levemente. –Eu também precisava ficar longe do barulho, afinal a gente tá indo para o lugar que mais se parece o inferno, né?

              Belinda se calou, não tinha certeza se Draco via as coisas como ela. Mas ela compreendia, mesmo Malfoy temia a volta de Voldemort e a futura reunião que poderia vir a acontecer.

-Ele vai estar lá?

              Draco soube imediatamente de quem ela falava, pela expressão de pavor, ódio e a voz de nojo.

-Espero que não.

             Belinda assentiu e permitiu subir a mão até o cordão de Cedrico, segurou a medalha por um longo tempo antes de arranca-la com toda a força do pescoço, sentindo a pele arranhar, mas ela não se importou, foi uma dor bem-vinda e que ajudou a clarear sua cabeça.

-Belinda! –Draco se mexeu para para-la, contudo viu os olhos decididos dela.

-Eu ainda não o perdoei e você sabe disso. –Ela o encarou firmemente, parecendo reajustar sua mente e postura naquele momento. –Mas ainda é a única pessoa para quem posso pedir que guarde isso. –Ela estendeu o colar de Cedrico entre eles e soltou, segurando somente pelas pontas da corrente e fazendo a medalha pender e balançar.

-Bell.

-Guarde e não me deixe saber onde ficará, mesmo se eu o pedir de volta. –Draco encarou o cordão suspenso entre eles. –Eu treinei muito duro, sangrei e fiquei de pé inúmeras vezes, perdi noites incontáveis de sono, minha paz é quase inexistente nesse momento e mesmo parte da minha sanidade se foi, nós bem sabemos disso, assim como sabemos que eu já pensei em desistir várias vezes...

-Belinda...

-Eu só preciso ter a absoluta certeza de que Bellatrix não chegue perto das minhas melhores memórias e do pouco de pessoas que amo. –Draco viu os olhos dançando de raiva e dor. –Eu não vou me matar agora, Draco, isso eu posso jurar pra você. –Ela parecia firme como a tempos ele não via. –Antes de qualquer coisa eu preciso acabar com Bellatrix. Minha vida, por mais doloroso que seja tem um propósito, matar Bellatrix Lestrange. –Ela soltou um riso mal humorado. –Na ironia da vida, o quão parecida com ela isso me faz?

               Draco pensara sobre isso antes mesmo da pergunta surgir.

-Ignora qualquer merda que você tenha parecido com ela! –Ele foi duro e pegou o cordão, segurando a mão fria dela na sua. –Não sei se um dia você vai conseguir perdoar meus erros, mas eu vou estar bem aqui quando você precisa, entendido?

         Belinda sorriu, um sorriso triste e quebrado, mas era o melhor que ela poderia fazer naquele momento. Era bom ter Draco ao seu lado novamente e compartilhando as coisas, mas ela ainda recordava o que ele fizera a cada vez que o olhava. Admitia que ele estava reconquistando sua amizade aos poucos, entretanto ela ainda não se sentia pronta para desculpar todo o erro.

-Eu sei disso e é uma das muitas coisas que sou grata a você. –Ela segurou a mão dele em retorno, antes de soltar. –Eu sou a pessoa mais egoísta desse relacionamento, não é mesmo? –Ela questionou. –Porque sei que você não vai me deixar sozinha nessa merda toda que estamos indo enfrentar, mesmo que você saiba que não o perdoei.

-Bem, eu já fui assim. –Ele debochou de leve e a menina sorriu. –Mas alguém não desistiu de mim.

              Belinda sorriu novamente, mas os olhos continuavam sem sentimentos, nenhum positivo pelo menos.

-Eu vou me despedir da galera. –Ela assumiu, enquanto se colocou de pé e puxou a mochila do banco a frente. –Não sei como será nosso retorno e nem se terei um.

-Você terá! –Draco se desesperava com a probabilidade de Belinda não retornar, o que a fez suspirar.

-Que seja. –Ela abriu a porta. –Se eu fosse você, me despediria de todos... –Belinda parou e o olhou por sob o ombro, dando um sorriso de canto que permitiu a diversão e a malicia chegarem aos olhos. –Inclusive de uma certa Leoa Sabichona.

-Caralho, por que diabos vim falar com você mesmo?

-Porque por mais egoísta que eu seja, você ainda preza minha amizade.

             Draco não teve contra-argumento para usar enquanto a menina saia e fechava a porta atrás de si. Mas apesar de tudo, ele se sentiu aliviar, agora, mesmo sem o perdão completo, ele sabia que poderia ficar próximo e tentar livrá-la de machucados desnecessários e da completa solidão. Era bom ter sua melhor amiga por perto, mesmo que com a relação em faze de reconstrução, mais uma vez.


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                  Beijos e até o próximo capítulo.

A Filha Das Trevas - Marcados (LIVRO 2 - COMPLETO)Kde žijí příběhy. Začni objevovat